A ideia de um Anticristo fascina e assusta. Mas ele é uma pessoa real ou apenas um símbolo poderoso de engano?
Você vai se surpreender. A palavra “anticristo” aparece pouquíssimas vezes nas escrituras, muito menos do que a fama do termo sugere.
Ele não falava de um supervilão final, mas de múltiplos “anticristos” que já agiam em sua época, negando a divindade de Jesus.
Embora nunca tenha usado a palavra, Jesus alertou sobre falsos messias que realizariam grandes milagres para enganar a todos.
É curioso, mas o último livro da Bíblia descreve bestas e o 666, mas nunca os conecta explicitamente à palavra "anticristo".
A biografia detalhada do Anticristo foi, em grande parte, criada por um monge francês a pedido de uma rainha por volta do ano 950.
O monge escreveu que o Anticristo seria um judeu da Babilônia que enganaria o mundo, fazendo todos crerem que ele era Cristo.
Após perseguir os cristãos por três anos e meio, o verdadeiro Jesus retornaria para confrontar e derrotar o impostor em uma batalha final.
Sim. No século XII, o teólogo Joaquim de Fiore propôs que existiram vários anticristos ao longo da história, não apenas um no final.
Durante a Reforma Protestante, Martinho Lutero não hesitou em apontar o dedo para a maior autoridade da Igreja Católica da época.
Ele declarou que o próprio papado era o Anticristo, por práticas como a venda de indulgências e por usurpar a autoridade de Jesus.
O conceito de um só Anticristo voltou à tona por volta de 1900, influenciado pela obra de um famoso e polêmico filósofo alemão.
Sim. No Islã, existe Al-Masih ad-Dajjal, "o enganador". Ele é um falso messias que virá no fim dos tempos para iludir a humanidade.
A tradição islâmica descreve Dajjal como um homem gordo e de um olho só, com o rosto corado e o cabelo enrolado. Sinais de sua falsidade.
A lista é longa. Imperadores como Nero, líderes como Napoleão e até presidentes modernos já receberam o infame rótulo.
Longe de ser místico, o número é um código numérico. Usando uma prática chamada gematria, ele se traduz no nome do imperador Nero.
A ideia de que o Anticristo seria judeu foi usada por séculos para justificar o antissemitismo, associando um povo inteiro ao mal.
As acusações continuam, mostrando como o mito se adapta. Em 2010, 14% dos americanos acreditavam que Obama era o Anticristo.