Curiosão

Os erros que Hollywood não queria que você visse em filmes e séries

Nem mesmo os filmes mais premiados escapam dos olhos atentos dos fãs, que encontram erros inacreditáveis.

A gente adora sentar no sofá e maratonar nossas séries e filmes favoritos, não é mesmo? Cada detalhe é pensado para nos transportar para outro universo, criando uma experiência imersiva. Mas, às vezes, pequenos deslizes na produção quebram totalmente a magia do momento.

Essas falhas, que vão de erros históricos a objetos modernos em cenas de época, acabam passando pela edição e virando motivo de piada na internet. Os fãs com olhos de águia simplesmente não perdoam e fazem questão de apontar cada gafe. E acredite, nem o filme mais celebrado do Oscar de 2024 conseguiu escapar dessa.

Prepare a pipoca, porque vamos mergulhar nos erros mais engraçados e bizarros que já apareceram nas telas da TV e do cinema. Algumas dessas gafes são tão inacreditáveis que você vai se perguntar como ninguém da equipe percebeu. Vamos desvendar juntos esses segredos de bastidores que se tornaram virais.

Outlander e a gafe da bruxaria

Cena da série 'Outlander' com a personagem Claire em um cenário do século XVIII.
Histórias de viagem no tempo são um prato cheio para inconsistências históricas e ‘Outlander’ não é exceção. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

Séries que envolvem viagem no tempo sempre nos deixam na ponta do sofá, misturando épocas e narrativas de forma fascinante. O desafio para os produtores é manter a coerência histórica, o que nem sempre acontece como o esperado. ‘Outlander’ é um exemplo perfeito disso, sendo uma série aclamada, mas que já teve seus momentos constrangedores.

A trama nos leva para diferentes períodos da história, exigindo uma atenção redobrada aos detalhes de cada época retratada. No entanto, mesmo com todo o cuidado, alguns lapsos acabam escapando e são rapidamente notados pelos espectadores mais atentos. Essas pequenas falhas se tornam grandes discussões em fóruns e redes sociais.

A produção, famosa por sua fidelidade em muitos aspectos, cometeu um deslize histórico que deixou muita gente coçando a cabeça. O erro envolve um detalhe jurídico crucial da época, mostrando como até os melhores roteiros podem tropeçar. A seguir, vamos entender exatamente o que aconteceu nesse episódio marcante.

O erro jurídico que passou despercebido

As personagens Claire e Geillis Duncan em 'Outlander' durante uma cena de julgamento.
Um detalhe sobre a legislação da época passou batido pela produção, gerando uma gafe histórica. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Em um episódio que se desenrola no ano de 1743, as personagens Claire e Geillis Duncan enfrentam um momento de alta tensão. Elas são levadas a julgamento, acusadas de um crime gravíssimo para a época: a bruxaria. A cena foi construída para ser dramática e impactante, mas continha uma imprecisão fundamental.

O grande problema é que a lei sobre bruxaria havia mudado um pouco antes do período retratado na série. A verdade é que, a partir de 1735, a bruxaria deixou de ser considerada um crime na Escócia. Mais do que isso, acusar alguém de praticar bruxaria havia se tornado, na verdade, uma atitude ilegal.

Essa pequena mudança na linha do tempo histórica altera completamente a validade da cena. O julgamento, como mostrado, simplesmente não poderia ter acontecido daquela forma em 1743. É o tipo de detalhe que apenas os verdadeiros aficionados por história conseguiriam identificar.

Downton Abbey e a garrafa d’água viajante

Os personagens Lord Grantham e Lady Edith da série 'Downton Abbey' em trajes de época.
A série, conhecida por seu rigor histórico, cometeu um deslize hilário em uma foto de divulgação. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

‘Downton Abbey’ conquistou o mundo como um dos dramas de época mais amados e bem produzidos dos últimos tempos. A série é um primor na recriação do início do século XX, desde os figurinos até os costumes. No entanto, nem mesmo essa produção impecável escapou de um erro que virou piada.

O deslize não aconteceu em uma cena da série, mas em uma foto promocional, o que torna tudo ainda mais curioso. As imagens de divulgação são cuidadosamente preparadas para representar o universo da trama. Mas um objeto completamente anacrônico conseguiu se infiltrar no cenário.

Os fãs, sempre com um olhar clínico, não demoraram a encontrar o descuido hilário. A descoberta viralizou rapidamente, mostrando que nada passa despercebido na era da internet. Esse pequeno erro acabou se tornando uma das gafes mais lembradas da televisão.

Um objeto moderno em plena era vitoriana

Detalhe de uma foto promocional de 'Downton Abbey' onde uma garrafa de plástico aparece ao fundo.
O objeto intruso estava bem ali, atrás dos atores, e se tornou o centro das atenções. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

A foto em questão trazia os atores Hugh Bonneville e Laura Carmichael, que interpretam Lord Grantham e Lady Edith. Eles estavam elegantemente vestidos com os trajes da época, posando em um dos suntuosos cômodos da abadia. O cenário era perfeito, exceto por um detalhe esquecido sobre uma lareira.

Ao fundo da imagem, de forma quase discreta, uma garrafa plástica de água descansava tranquilamente. O objeto, comum em nosso dia a dia, é completamente deslocado no universo de ‘Downton Abbey’. Foi um choque cômico ver um item tão moderno em meio à opulência da aristocracia britânica.

O erro serviu para humanizar a produção, mostrando que até mesmo as equipes mais cuidadosas podem cometer um deslize. A foto foi rapidamente substituída, mas não antes de ser eternizada pelos fãs. Hoje, ela serve como um lembrete divertido de que viajar no tempo, mesmo na ficção, tem seus perigos.

Bridgerton e as surpresas anacrônicas

Cena de 'Bridgerton' mostrando uma rua de paralelepípedos com carruagens na era da Regência.
O sucesso estrondoso de ‘Bridgerton’ colocou a série sob os holofotes, e os erros não demoraram a aparecer. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Quando ‘Bridgerton’ estreou na Netflix, o sucesso foi imediato e avassalador, atraindo uma legião de fãs. A produção de Shonda Rhimes encantou com seus romances, figurinos e cenários deslumbrantes. Com tanta gente assistindo, era inevitável que os olhos mais atentos começassem a caçar por inconsistências.

E quem diria que um erro seria encontrado logo no primeiro episódio, na cena de abertura? Os espectadores com visão de lince notaram que o drama da era da Regência tinha um toque de modernidade inesperado. A cena inicial mostrava uma praça movimentada, com charretes e trajes elaborados, tudo como deveria ser.

No entanto, um take rápido revelou algo que não pertencia àquele tempo: uma linha de tráfego amarela pintada na rua de paralelepípedos. Segundo a CNN, esse tipo de sinalização de trânsito só começou a ser utilizado na década de 1940. Foi uma pequena falha que mostrou como é difícil apagar todos os vestígios do mundo moderno.

Mais detalhes modernos que escaparam da edição

Os personagens principais de 'Bridgerton' em um baile suntuoso.
Além das linhas amarelas, outros itens contemporâneos foram flagrados pelos fãs mais detalhistas. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

As linhas amarelas não foram o único deslize moderno a aparecer na série. Outros espectadores, com o olhar ainda mais apurado, avistaram outros objetos que não deveriam estar ali. A caça às gafes se tornou um passatempo divertido para o público da série.

Em outras cenas, foi possível identificar uma tampa de bueiro de uma empresa de telecomunicações, algo impensável para a era da Regência. Além disso, cartazes da loja de varejo Primark também foram vistos ao fundo em alguns momentos. Esses detalhes mostram os desafios de filmar em locações reais que foram modernizadas.

Esses pequenos erros, no entanto, não diminuíram o encanto da série. Pelo contrário, eles geraram conversas e engajamento nas redes sociais, tornando a experiência de assistir ainda mais interativa. É a prova de que, às vezes, até mesmo uma pequena falha pode contribuir para a popularidade de uma produção.

De Volta Para o Futuro e o anacronismo musical

Marty McFly, de 'De Volta Para o Futuro', tocando guitarra no palco.
Nem o clássico filme sobre viagem no tempo escapou de ter seus próprios erros históricos. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

A trilogia ‘De Volta Para o Futuro’ é uma das mais queridas da história do cinema, um verdadeiro clássico da cultura pop. A ideia de viajar no tempo a bordo de um DeLorean marcou gerações inteiras de espectadores. No entanto, mesmo sendo um filme sobre o tema, ele não está imune a alguns erros históricos.

Lidar com diferentes linhas do tempo e detalhes de épocas distintas é uma tarefa extremamente complexa. A produção do filme fez um trabalho incrível, mas alguns pequenos detalhes acabaram escapando. É o tipo de coisa que só os especialistas mais nerds conseguiriam notar.

Um desses erros, e talvez o mais famoso, está ligado a um dos momentos mais icônicos do primeiro filme. A cena em que Marty McFly praticamente inventa o rock ‘n’ roll é memorável. Mas o instrumento que ele usa guarda um segredo que viajou no tempo antes da hora.

A guitarra que veio do futuro

Close da guitarra Gibson ES-345 vermelha, semelhante à usada por Marty McFly no filme.
O instrumento de Marty McFly estava alguns anos à frente de seu tempo, um detalhe para os amantes de música. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Na famosa cena do baile “Encanto Submarino”, Marty McFly sobe ao palco em 1955 para tocar a música ‘Johnny B. Goode’. A performance é eletrizante e se tornou um marco na história do cinema, deixando todos boquiabertos. O problema, no entanto, está na guitarra que ele empunha com tanta maestria.

O protagonista usa uma belíssima guitarra Gibson ES-345 vermelha para sua apresentação histórica. Acontece que esse modelo específico de guitarra só foi lançado oficialmente pela Gibson em 1958. Marty estava, literalmente, tocando um instrumento que ainda não existia naquele ano.

É uma ironia deliciosa em um filme sobre viagem no tempo, onde o próprio objeto de cena é um anacronismo. Para a maioria, o detalhe passou despercebido, mas para os guitarristas e fãs de música, foi uma gafe notória. No fim das contas, a cena é tão boa que a gente até perdoa essa pequena licença poética.

Indiana Jones e a geografia criativa

Harrison Ford como Indiana Jones, em uma pose clássica com seu chapéu e chicote.
Steven Spielberg é um gênio do cinema, mas parece que os mapas não eram seu ponto mais forte. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Steven Spielberg é, sem dúvida, um dos maiores diretores de todos os tempos, um verdadeiro visionário do cinema. Ele nos deu filmes inesquecíveis que moldaram a imaginação de milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas parece que, em meio a tanto talento, a disciplina de geografia ficou um pouco de lado.

Os filmes da saga ‘Indiana Jones’ são conhecidos por suas cenas de ação empolgantes e pelo carisma de seu herói. Uma das marcas registradas da franquia são as transições que mostram um mapa com a rota de viagem do Dr. Jones. Essa era uma forma criativa e charmosa de mostrar o deslocamento do personagem pelo globo.

O problema é que esses mapas icônicos estão repletos de erros geográficos e históricos. Países são mostrados com fronteiras que não existiam na época e localizações são um tanto quanto… criativas. Felizmente, o nosso herói aventureiro nunca se perdia no caminho, apesar da ajuda duvidosa dos mapas.

Mapas que desafiam a realidade

Mapa antigo mostrando a rota de uma viagem, similar às transições dos filmes de Indiana Jones.
As famosas transições com mapas da saga estão cheias de imprecisões geográficas e históricas. (Fonte da Imagem: Getty Images)

As transições de mapa nos filmes de ‘Indiana Jones’ se tornaram um elemento visualmente marcante e amado pelos fãs. A linha vermelha se movendo pelo mapa para indicar a jornada de Indy era sempre um prelúdio para mais uma aventura. Contudo, para os geógrafos e historiadores de plantão, essas cenas eram um prato cheio para encontrar erros.

Por exemplo, em ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, a rota de voo passa pela Tailândia, que na época (1936) ainda se chamava Sião. Em outros momentos, fronteiras de países são mostradas de forma incorreta para o período em que a história se passa. São detalhes que a maioria do público não percebe, mas que não escapam dos olhares mais críticos.

No final, esses pequenos erros não afetam em nada a diversão e a emoção dos filmes. A jornada de Indiana Jones é sobre aventura e fantasia, não sobre uma aula de geografia precisa. E, vamos combinar, a licença poética dos mapas só adiciona um charme a mais à saga.

Oppenheimer e o erro na bandeira americana

Cillian Murphy como J. Robert Oppenheimer discursando para uma multidão no filme 'Oppenheimer'.
O filme de Christopher Nolan, aclamado pela crítica, não escapou de um erro histórico flagrante. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

O filme ‘Oppenheimer’, de Christopher Nolan, foi um verdadeiro fenômeno, aclamado pela crítica e vencedor de sete Oscars. A cinebiografia sobre o cientista que liderou a criação da bomba atômica foi elogiada por seu rigor e detalhismo. No entanto, um deslize visual bastante significativo foi percebido pelos fãs mais atentos.

Em uma cena crucial do filme, o protagonista, interpretado brilhantemente por Cillian Murphy, discursa para uma multidão em Los Alamos, em 1945. As pessoas na plateia agitam bandeiras dos Estados Unidos com entusiasmo para celebrar o sucesso do projeto. O problema é que as bandeiras mostradas na cena simplesmente não existiam naquela época.

Para a maioria dos espectadores ao redor do mundo, o detalhe poderia passar batido, mas não para os americanos e aficionados por história. As bandeiras agitadas pela multidão possuíam 50 estrelas, um design que só seria adotado muito tempo depois. Esse pequeno grande erro gerou muita discussão nas redes sociais após o lançamento do filme.

A história por trás das estrelas

Cena do filme 'Clube de Compras Dallas' com Matthew McConaughey no papel de Ron Woodroof.
O filme, que rendeu um Oscar a Matthew McConaughey, também teve seu momento de anacronismo. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

A bandeira americana com 50 estrelas, que representa os 50 estados do país, só foi oficializada em 1959. Isso aconteceu após o Havaí e o Alasca serem admitidos como estados da união. Em 1945, ano em que a cena se passa, a bandeira dos Estados Unidos tinha apenas 48 estrelas.

A ordem executiva que estabeleceu o design de 50 estrelas foi assinada pelo então presidente Dwight D. Eisenhower. Portanto, a presença dessas bandeiras na celebração em Los Alamos é um claro anacronismo histórico. É surpreendente que um detalhe como esse tenha passado despercebido em uma produção tão meticulosa.

Este erro em ‘Oppenheimer’ nos mostra que, mesmo nos filmes mais prestigiados e pesquisados, falhas podem acontecer. A complexidade de recriar um período histórico é imensa, e pequenos detalhes podem escapar. No fim, a gafe se tornou uma curiosidade a mais sobre essa obra-prima do cinema.

Clube de Compras Dallas e o carro do futuro

Imagem de um carro esportivo Lamborghini Aventador, o modelo que apareceu fora de época no filme.
Um pôster de um carro superesportivo moderno apareceu em uma cena que se passava nos anos 80. (Fonte da Imagem: iStock)

O filme ‘Clube de Compras Dallas’ conta a poderosa história real de Ron Woodroof e sua luta durante a crise da AIDS nos anos 80. A atuação de Matthew McConaughey foi tão intensa que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator. A ambientação da década de 1980 foi um ponto crucial para a imersão na história.

A trama acompanha a criação de um centro médico experimental que fornecia tratamentos alternativos para pacientes com AIDS. A recriação da época foi elogiada, transportando o público para aquele período específico. No entanto, um detalhe na decoração de uma das cenas quebrou completamente a ilusão do tempo.

Em um determinado momento do filme, o personagem Ron Woodroof é visto em seu escritório. Atrás dele, na parede, há um pôster de um carro esportivo de luxo. O problema é que o carro em questão só seria uma realidade muitas décadas depois.

Uma Lamborghini fora de seu tempo

Russell Crowe como Maximus em uma cena de batalha no Coliseu no filme 'Gladiador'.
O épico de Ridley Scott é um clássico, mas uma falha técnica em uma cena de ação se tornou famosa. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

O pôster na parede do escritório de Ron exibia um deslumbrante Lamborghini Aventador. Trata-se de um supercarro que é o sonho de consumo de muitos, conhecido por seu design futurista e potência. Só há um pequeno problema: o modelo Aventador foi lançado pela Lamborghini apenas em 2011.

Ver esse carro em uma cena que se passa nos anos 80 é um anacronismo gritante. É como se o personagem de McConaughey tivesse uma pequena janela para o futuro pendurada na parede. A falha foi notada por fãs de carros e se tornou mais uma daquelas gafes divertidas do cinema.

Essa gafe serve como um lembrete de como a direção de arte precisa ser meticulosa em filmes de época. Cada objeto de cena, por menor que seja, precisa pertencer ao período retratado. Caso contrário, a suspensão de descrença do público pode ser quebrada em um piscar de olhos.

Gladiador e o cilindro de gás romano

Emma Watson em uma foto de infância, que foi trocada por uma foto de Emma Roberts no especial de Harry Potter.
No especial de reencontro, um erro de edição trocou a foto de uma Emma pela de outra, para a alegria dos fãs. (Fonte da Imagem: Getty Images)

O filme ‘Gladiador’, dirigido por Ridley Scott, é um épico monumental que reviveu o gênero de filmes sobre a Roma Antiga. A obra levou para casa cinco Oscars e transformou Russell Crowe e Joaquin Phoenix em grandes estrelas de Hollywood. No entanto, mesmo com toda a sua grandiosidade, o filme não escapou de um erro histórico crasso.

Durante uma das cenas mais intensas de batalha no Coliseu, a adrenalina está no auge. As bigas correm pela arena em alta velocidade, e o público vai ao delírio com o espetáculo sangrento. É nesse momento de caos e ação que um objeto totalmente fora de lugar faz uma breve aparição.

Quando uma das carruagens tomba de forma espetacular, ela revela algo que definitivamente não pertencia à Roma Antiga. Escondido na parte de trás da biga, é possível ver um cilindro de gás moderno. Você já tinha reparado nesse detalhe curioso durante a cena?

Harry Potter e a troca de Emmas

Cena da série 'Vikings' com personagens usando capacetes que, segundo historiadores, são imprecisos.
Apesar do sucesso, a série ‘Vikings’ apresenta algumas imprecisões históricas que os fãs notaram. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Os fãs de Harry Potter, conhecidos como Potterheads, aguardavam ansiosamente pelo especial ‘De Volta a Hogwarts’. A reunião do elenco e da equipe para celebrar o legado da saga foi um evento global, transmitido no Dia de Ano Novo. Mesmo em uma franquia tão gigante e amada, erros podem passar despercebidos por muitos olhos atentos.

Durante o especial, em um momento que deveria homenagear a atriz Emma Watson, algo deu errado. Uma foto de infância foi exibida para retratar a nossa eterna Hermione Granger. No entanto, um fã com memória fotográfica apontou no Twitter que a foto, na verdade, era da atriz Emma Roberts.

O erro embaraçoso viralizou instantaneamente, gerando uma onda de memes e comentários divertidos. Os produtores do especial rapidamente admitiram a falha e se prontificaram a corrigir a gafe. Foi um momento leve e engraçado que mostrou, mais uma vez, o poder dos fãs de encontrar qualquer deslize.

Vikings e suas licenças históricas

Lily Collins como Emily na série 'Emily in Paris', com a Torre Eiffel visível ao fundo.
A série abusa da presença da Torre Eiffel, chegando a criar uma duplicata do monumento em uma cena. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A série ‘Vikings’ é uma produção incrível que nos mergulha no mundo brutal e fascinante dos guerreiros nórdicos. O drama histórico conquistou uma base de fãs leal com suas batalhas épicas e personagens complexos. No entanto, a série é conhecida por apresentar algumas imprecisões históricas e técnicas.

Um dos pontos mais debatidos pelos historiadores e fãs é o design dos capacetes usados pelos personagens. Os famosos capacetes com chifres, frequentemente associados aos vikings na cultura pop, são na verdade um mito. A série, em alguns momentos, flerta com essa imagem romantizada que não corresponde à realidade.

Outra curiosidade é que os próprios vikings não se chamavam de “vikings” como um povo, mas sim como uma atividade. O termo se referia à ação de sair em expedições de saque e exploração. São pequenas licenças poéticas que a série toma para criar uma narrativa mais coesa e impactante para o público moderno.

Emily in Paris e a Torre Eiffel onipresente

Jonathan Rhys Meyers como o Rei Henrique VIII na série 'The Tudors'.
A aparência do ator e a linha do tempo de seus casamentos foram algumas das liberdades criativas da série. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Na terceira temporada de ‘Emily in Paris’, uma falha de edição bastante curiosa chegou ao corte final de um episódio. No terceiro capítulo, a protagonista Emily, interpretada por Lily Collins, caminha por um quarto de hotel na capital francesa. O que os fãs notaram foi uma peculiaridade geográfica que desafia as leis da física.

A icônica Torre Eiffel, um símbolo de Paris, podia ser vista através de duas janelas diferentes do quarto, em ângulos distintos. A série, que adora incluir o monumento em suas cenas, parece ter exagerado na dose desta vez. O erro deu a impressão de que existiam duas Torres Eiffel, uma em cada janela.

Os usuários do TikTok foram rápidos em transformar a gafe em piada, com muitos brincando sobre o poder mágico do monumento. “Curiosidade: a Torre Eiffel existe fora do espaço-tempo e pode aparecer à vista de qualquer pessoa em Paris”, brincou um perfil. O erro se tornou um dos mais divertidos e comentados da série.

The Tudors e a beleza questionável do rei

Cena de batalha do filme 'Coração Valente' com guerreiros escoceses.
O filme de Mel Gibson foi aclamado, mas está repleto de imprecisões históricas e uma gafe moderna. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A série ‘The Tudors’ decidiu adotar uma abordagem mais liberal ao retratar a vida do infame Rei Henrique VIII. O talentoso ator Jonathan Rhys Meyers foi escalado para o papel principal, trazendo um charme inegável ao monarca. No entanto, a bela aparência do ator está longe de coincidir com os registros históricos de Henrique VIII.

Relatos da época descrevem o rei, especialmente em seus últimos anos, como uma figura obesa e doente, bem diferente do galã retratado na série. Além da aparência, o programa também fez uma certa confusão com a linha do tempo. O período em que o monarca foi casado com Ana Bolena, por exemplo, foi retratado com algumas imprecisões.

Essas liberdades criativas são comuns em dramas históricos, que buscam tornar a história mais atraente para o público. A série priorizou o drama e o romance em detrimento da fidelidade histórica total. No fim, ‘The Tudors’ se tornou um sucesso, mesmo com suas pequenas distorções da realidade.

Coração Valente e o carro anacrônico

Um carro Ford Mondeo, semelhante ao que apareceu discretamente em uma cena de batalha em 'Coração Valente'.
Em meio a uma batalha medieval, um carro moderno pode ser visto ao fundo, uma das gafes mais famosas do cinema. (Fonte da Imagem: Getty Images)

O filme ‘Coração Valente’ foi um sucesso estrondoso, recebendo dez indicações ao Oscar e vencendo cinco, incluindo Melhor Filme e Direção para Mel Gibson. O drama histórico sobre a luta de William Wallace pela liberdade da Escócia emocionou plateias no mundo todo. Mesmo assim, a superprodução não conseguiu escapar de alguns equívocos notáveis.

O filme é conhecido por sua grande quantidade de imprecisões históricas, desde os kilts usados pelos escoceses até o romance entre Wallace e a princesa. No entanto, a gafe mais gritante e famosa não tem a ver com a história, mas com um objeto moderno. Durante uma das cenas de batalha mais épicas, algo muito estranho acontece.

Em meio ao confronto brutal entre escoceses e ingleses, a câmera capta um detalhe inesperado no fundo do cenário. Por um breve instante, um carro branco pode ser visto entre os figurantes. Trata-se de uma das gafes mais icônicas e divertidas da história do cinema.

Adoráveis Mulheres e as garrafas modernas

Timothée Chalamet em uma cena do filme 'Adoráveis Mulheres', ambientado no século XIX.
O aclamado filme de época teve objetos modernos esquecidos no cenário, que foram notados pelos fãs. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

A versão de ‘Adoráveis Mulheres’ de 2020 foi um sucesso de crítica, indicada a seis Oscars e vencedora na categoria de Melhor Figurino. A diretora Greta Gerwig entregou uma adaptação sensível e moderna do clássico literário. No entanto, nem a crítica especializada percebeu a presença de alguns objetos contemporâneos em cena.

Em uma das cenas, que se passa no século XIX, duas garrafas de água foram esquecidas no cenário. Uma delas era uma garrafa de plástico comum, e a outra, uma moderna Hydro Flask, uma marca popular de garrafas térmicas. Elas aparecem discretamente atrás do ator Timothée Chalamet, que interpreta Laurie.

O erro só foi descoberto mais tarde, quando o filme já estava disponível para ser assistido em casa. Durante a quarentena, espectadores com tempo de sobra e olhos atentos flagraram os objetos. A descoberta, claro, foi parar no Twitter e viralizou rapidamente, divertindo os internautas.

A gafe que lembrou Game of Thrones

Close-up da cena de 'Adoráveis Mulheres' mostrando uma garrafa de plástico e uma Hydro Flask esquecidas no cenário.
O deslize foi comparado ao famoso incidente do copo de café em ‘Game of Thrones’. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

A gafe das garrafas de água em ‘Adoráveis Mulheres’ imediatamente gerou comparações com outro deslize famoso. Muitos se lembraram do infame incidente do copo de café que apareceu em uma cena de ‘Game of Thrones’. Ambos os erros mostraram como é fácil deixar um objeto moderno passar despercebido em uma grande produção.

A repercussão nas redes sociais foi imensa, com fãs criando memes e brincando com a situação. A própria atriz Greta Gerwig comentou o caso com bom humor. No fim, a falha acabou servindo como uma propaganda espontânea e divertida para o filme.

Isso nos leva diretamente à série que se tornou sinônimo de gafes de produção. ‘Game of Thrones’, com sua popularidade massiva, teve vários deslizes que deixaram os fãs indignados e, ao mesmo tempo, entretidos. Falando nisso, vamos relembrar os casos mais famosos de Westeros.

Game of Thrones e o infame copo de café

Cena da série 'Game of Thrones' com personagens em um banquete em Winterfell.
A série mais popular da década também se tornou famosa por suas gafes de produção inacreditáveis. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

‘Game of Thrones’ foi um verdadeiro fenômeno cultural, uma das séries mais populares e premiadas de todos os tempos. A produção era conhecida por sua escala épica, cenários grandiosos e atenção aos detalhes. No entanto, na sua reta final, alguns equívocos em cena deixaram até os fãs mais leais de cabelo em pé.

O caso mais emblemático aconteceu na oitava e última temporada, no episódio ‘The Last of the Starks’. Durante uma cena de comemoração em Winterfell, um objeto totalmente anacrônico roubou a cena. Um copo de café de uma famosa rede de cafeterias apareceu na mesa, bem na frente de Daenerys Targaryen.

O público simplesmente não perdoou o deslize, e a internet foi inundada com memes e teorias sobre o copo. A gafe se tornou um dos assuntos mais comentados do mundo, ofuscando até mesmo os eventos do episódio. A busca por um culpado começou, e a verdade demorou, mas finalmente apareceu.

O mistério do culpado revelado

O famoso copo de café que apareceu em uma cena de 'Game of Thrones', próximo à personagem Daenerys Targaryen.
O ator Conleth Hill, que interpretava Varys, admitiu ser o responsável por deixar o copo em cena. (Fonte da Imagem: BrunoPress/Shutterstock)

Inicialmente, muitos culparam a atriz Emilia Clarke, já que o copo estava na sua frente. No entanto, a verdade veio à tona algum tempo depois, revelando o verdadeiro responsável pela gafe. Foi o ator Conleth Hill, que interpretava o mestre dos sussurros, Lord Varys, quem deixou o recipiente na mesa.

Hill admitiu em entrevistas que o copo era seu e que ele esqueceu de tirá-lo antes da gravação da cena. O mistério foi finalmente solucionado, para alívio de Emilia Clarke, que levou a culpa por um bom tempo. O incidente se tornou uma das anedotas mais famosas dos bastidores da série.

O copo de café foi removido digitalmente do episódio nas plataformas de streaming, mas a memória da gafe permanece. Ele se tornou um símbolo dos pequenos erros que podem acontecer até nas maiores produções do mundo. Mas este não foi o único deslize da temporada final.

As garrafas de água de Westeros

Garrafas de água de plástico vistas no chão durante a cena final do conselho em 'Game of Thrones'.
No episódio final, outro descuido da produção foi flagrado: garrafas de água de plástico aos pés dos personagens. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Se um erro já foi o suficiente para causar um alvoroço, imagine dois na mesma temporada. No episódio final de ‘Game of Thrones’, outra falha de produção foi notada pelos espectadores mais atentos. Desta vez, o objeto moderno em questão era uma garrafa de água de plástico.

Durante a cena crucial em que os lordes de Westeros se reúnem para decidir o futuro do reino, as garrafas foram vistas no chão. Uma delas estava ao lado do personagem Samwell Tarly, interpretado por John Bradley-West. O descuido foi mais uma prova de que a atenção aos detalhes na última temporada deixou a desejar.

A presença das garrafas de água gerou uma nova onda de críticas e piadas nas redes sociais. Para muitos fãs, foi a gota d’água (literalmente) em uma temporada já controversa. Esses pequenos erros acabaram manchando a imagem de uma série que, por tanto tempo, foi sinônimo de excelência.

Maria Antonieta e o tênis All Star

Kirsten Dunst como Maria Antonieta em uma cena do filme de Sofia Coppola.
O filme de Sofia Coppola é conhecido por sua abordagem estilizada e anacrônica da história. (Fonte da Imagem: Getty Images)

O filme ‘Maria Antonieta’, dirigido por Sofia Coppola, oferece um olhar único e estilizado sobre a vida da rainha francesa. A diretora fez uma escolha ousada de conectar o século XVIII aos dias modernos através da trilha sonora e de alguns elementos visuais. Essa liberdade criativa, no entanto, foi levada ao extremo em uma cena específica.

A proposta do filme era retratar a jovem rainha como uma espécie de celebridade pop de sua época. A intenção era criar uma identificação com o público mais jovem, mostrando que os dramas da realeza não eram tão diferentes das pressões sociais de hoje. Mas uma escolha de figurino em particular se destacou como a mais anacrônica de todas.

Em uma montagem que mostra os sapatos luxuosos da rainha, um item totalmente inesperado aparece. Em meio aos calçados de época, um par de tênis All Star Converse pode ser visto por um breve instante. A presença do tênis foi, na verdade, uma decisão intencional da diretora.

Uma escolha deliberada e estilosa

O famoso par de tênis All Star Converse azul que aparece brevemente no filme 'Maria Antonieta'.
A aparição do tênis foi intencional, uma piscadela da diretora para o público moderno. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Diferente de muitas outras gafes, a aparição do tênis All Star em ‘Maria Antonieta’ foi totalmente proposital. Sofia Coppola quis usar o objeto como um símbolo da rebeldia e da juventude da personagem. Foi uma forma de quebrar a barreira do tempo e dizer que Maria Antonieta era uma adolescente como qualquer outra.

A ideia era tornar a figura histórica mais humana e descolada, aproximando-a do público contemporâneo. A cena se tornou uma das mais comentadas do filme, gerando debates sobre o uso de anacronismos no cinema. Alguns amaram a ousadia, enquanto outros acharam a escolha um tanto quanto exagerada.

Independentemente da opinião, o tênis Converse se tornou um ícone do filme. Ele representa perfeitamente a abordagem estilística de Coppola e sua vontade de reinterpretar a história. No final, a gafe intencional cumpriu seu objetivo de gerar conversa e marcar a identidade única do filme.

Mad Men e o futebol fora de hora

Jon Hamm como o icônico publicitário Don Draper na série 'Mad Men'.
Elogiada por sua precisão histórica, ‘Mad Men’ também teve um deslize fatal em um de seus episódios. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

A série ‘Mad Men’, estrelada por Jon Hamm no papel do enigmático Don Draper, é amplamente elogiada por sua incrível precisão histórica. A produção fez um trabalho primoroso ao recriar a atmosfera, a moda e os costumes da década de 1960. No entanto, até mesmo a série mais meticulosa pode cometer um erro fatal.

O deslize aconteceu em um episódio que se passava no ano de 1964. Na cena em questão, Don Draper está em casa e se senta para assistir a um jogo de futebol americano. O detalhe importante é que o jogo estava sendo transmitido durante a noite, no horário nobre.

O problema é que, na vida real, as transmissões de jogos de futebol americano no horário nobre só começaram muito mais tarde. Essa prática, conhecida como “Monday Night Football”, só teve início em 1970. Portanto, a cena retratada na série era historicamente impossível para o ano de 1964.

Um erro de calendário esportivo

Imagem de um antigo jogo de futebol americano, esporte central na gafe da série 'Mad Men'.
A transmissão noturna de jogos de futebol americano só começou em 1970, anos depois do que a série mostrou. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A falha em ‘Mad Men’ é um exemplo clássico de como pequenos detalhes podem ser cruciais para a precisão histórica. Para a maioria dos espectadores, a cena de Don assistindo futebol à noite não levantaria suspeitas. Mas para os fãs de esportes e historiadores, foi um erro claro e evidente.

A equipe de produção, geralmente tão cuidadosa, deixou passar essa informação sobre a história da televisão esportiva. É um lembrete de que a pesquisa para um drama de época precisa cobrir todos os aspectos da vida cotidiana. Desde a moda e a política até os hábitos de entretenimento, como assistir televisão.

Apesar da falha, ‘Mad Men’ continua sendo uma das séries mais bem pesquisadas e executadas da história. A gafe do futebol noturno se tornou apenas uma pequena curiosidade em meio a uma produção de altíssima qualidade. É a prova de que a perfeição é um objetivo difícil de ser alcançado.

Leonardo e a amizade impossível

Retrato de Leonardo da Vinci, o gênio renascentista cuja juventude é retratada na série 'Leonardo'.
O programa infantil simplificou a história, mas cometeu um erro de cronologia imperdoável. (Fonte da Imagem: Getty Images)

‘Leonardo’ é um programa infantil que se propõe a contar a história da ascensão do grande artista renascentista, Leonardo da Vinci. Como em qualquer produção voltada para crianças, os criadores precisaram simplificar alguns fatos históricos para tornar a narrativa mais acessível. No entanto, um erro de cronologia específico foi considerado imperdoável por muitos.

A série é ambientada no ano de 1467 e mostra um jovem Leonardo da Vinci vivendo suas primeiras aventuras. A trama apresenta o futuro gênio como o melhor amigo de ninguém menos que Nicolau Maquiavel. A amizade entre os dois é um dos pilares da narrativa do programa.

O grande problema é que essa amizade, como retratada, é cronologicamente impossível. As datas de nascimento dos dois personagens históricos simplesmente não batem. Esse erro fundamental compromete a base da relação central da série.

Uma questão de datas de nascimento

Retrato de Nicolau Maquiavel, o filósofo que, na série, era amigo de infância de Da Vinci.
Maquiavel nasceu quase duas décadas depois de Da Vinci, tornando a amizade na infância impossível. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A verdade histórica é que Nicolau Maquiavel nasceu apenas em 1469, dois anos depois do período em que a série se passa. Já Leonardo da Vinci nasceu muito antes, em 1452. Isso significa que, em 1467, Da Vinci já era um adolescente de 15 anos, enquanto Maquiavel sequer havia nascido.

Embora os dois tenham sido contemporâneos na vida adulta e possam ter se encontrado, uma amizade na juventude é pura ficção. A série tomou uma liberdade criativa extrema ao juntar os dois como melhores amigos de infância. Foi uma escolha narrativa que ignorou completamente os fatos históricos.

Para um programa que se propõe a ensinar história para crianças, esse tipo de erro é bastante problemático. A simplificação é uma coisa, mas a invenção de uma relação tão central é outra. A gafe serve como um alerta sobre a importância da precisão, mesmo em produções infantis.

Django Livre e os óculos de sol estilosos

Jamie Foxx como Django no filme 'Django Livre', usando óculos de sol.
O faroeste de Quentin Tarantino, apesar de seu sucesso, não acertou em todos os detalhes históricos. (Fonte da Imagem: BrunoPress)

O filme ‘Django Livre’, de Quentin Tarantino, foi um grande sucesso de público e crítica, revitalizando o gênero faroeste. A história de um escravo liberto em busca de vingança cativou a todos com seu estilo único e diálogos afiados. No entanto, o filme não conseguiu acertar todos os seus fatos históricos, especialmente no que diz respeito ao figurino.

Jamie Foxx estrela como o protagonista Django, um personagem que se destaca não apenas por sua coragem, mas também por seu estilo. Ao longo do filme, Django é frequentemente visto usando um par de óculos de sol. O acessório se tornou uma marca registrada do personagem, conferindo a ele um ar “cool” e misterioso.

O problema é que os óculos de sol, assim como algumas de suas roupas excêntricas, são invenções que só surgiriam muitos anos depois. A presença desses itens no período em que o filme se passa é um claro anacronismo. Tarantino, conhecido por seu estilo pós-moderno, parece ter priorizado a estética em vez da precisão.

Estilo acima da história

Close-up de óculos de sol redondos e escuros, semelhantes aos usados pelo personagem Django.
Os óculos de sol se tornaram populares apenas no século XX, muito depois da época retratada no filme. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Os óculos de sol como os conhecemos hoje, usados para proteção e estilo, só se tornaram populares no século XX. No século XIX, existiam alguns protótipos, mas eles eram raros e usados principalmente para fins medicinais. O modelo estiloso usado por Django simplesmente não existia na época.

A escolha de Tarantino de incluir os óculos de sol foi claramente uma decisão estilística. O diretor queria criar um herói icônico, e o acessório ajudou a construir essa imagem. É um exemplo de como, às vezes, os cineastas sacrificam a veracidade histórica em nome do impacto visual.

Para os puristas, é uma gafe imperdoável, mas para os fãs de Tarantino, é apenas parte de seu charme. O diretor adora misturar referências e criar um universo próprio, onde as regras da história podem ser flexibilizadas. No fim, os óculos de Django se tornaram um dos elementos mais memoráveis do filme.

Intriga Internacional e o figurante vidente

Cary Grant e Eva Marie Saint em uma cena do clássico de suspense 'Intriga Internacional'.
O mestre do suspense, Alfred Hitchcock, também teve uma gafe hilária em um de seus filmes mais famosos. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

O lendário cineasta Alfred Hitchcock foi o mestre em criar suspenses que deixavam o público roendo as unhas. ‘Intriga Internacional’, estrelado pelo elegante Cary Grant, é um de seus trabalhos mais emocionantes e aclamados. O filme é um exemplo perfeito da genialidade de Hitchcock em construir tensão.

No entanto, uma cena crucial do filme foi acidentalmente estragada por um jovem ator no set. O pequeno figurante, sem querer, entregou o que estava prestes a acontecer, quebrando a tensão do momento. A reação do menino foi tão genuína e cômica que se tornou uma das gafes mais adoráveis do cinema.

Na cena, que se passa em um café no Monte Rushmore, a personagem Eve Kendall (Eva Marie Saint) está prestes a atirar. É um momento de clímax, onde a surpresa do disparo é fundamental para o susto do público. Mas um garotinho ao fundo sabia exatamente o que ia acontecer.

A criança que previu o tiro

Detalhe da cena em 'Intriga Internacional' onde um menino ao fundo tapa os ouvidos antes do tiro.
O menino, sabendo que a arma ia disparar, antecipou o barulho e tapou os ouvidos, uma reação cômica e espontânea. (Fonte da Imagem: NL Beeld)

Poucos segundos antes de Eve Kendall puxar o gatilho, o menino que está sentado em uma mesa ao fundo levanta as mãos. Ele coloca os dedos nos ouvidos, se preparando para o barulho alto do disparo que estava por vir. O ator mirim, provavelmente avisado sobre a cena, não conseguiu conter sua reação instintiva.

A ação do menino é hilária porque ele antecipa completamente o momento de suspense. Enquanto todos os outros personagens e o próprio público deveriam ser pegos de surpresa, ele já está pronto para o estampido. Hitchcock, conhecido por seu perfeccionismo, deixou essa pequena falha passar na edição final.

Hoje, essa cena é lembrada com carinho pelos cinéfilos como um momento de espontaneidade em meio à tensão calculada de Hitchcock. A reação do menino é tão natural que se torna impossível não sorrir ao vê-la. É a prova de que, às vezes, os erros mais inesperados são os que tornam um filme ainda mais memorável.

Tyler James Mitchell
  • Tyler James Mitchell é o jornalista e autor por trás do blog Curiosão, apaixonado por desvendar temas de história e ciência. Sua missão é transformar o conhecimento complexo em narrativas acessíveis e fascinantes para o público.