
A revolução LGBTQ na TV que marcou gerações
De coadjuvantes a protagonistas, a tela da TV se tornou um espelho para a diversidade e o amor.
Ao longo dos últimos anos, testemunhamos uma transformação incrível na forma como a comunidade LGBTQ+ é retratada na televisão. O avanço foi lento, mas consistente, movendo-se de caricaturas para personagens complexos e multifacetados. Hoje, felizmente, a representatividade vai muito além de um único personagem secundário.
As narrativas evoluíram de maneira notável, deixando para trás os clichês e estigmas que por tanto tempo foram associados ao movimento. As tramas agora exploram com profundidade e respeito as diversas identezas de gênero e orientações sexuais. Essas histórias refletem a longa luta por igualdade e respeito que a comunidade trava diariamente na sociedade.
Felizmente, a era de ouro da televisão nos presenteou com protagonistas que celebram a diversidade em todas as suas formas. Essas séries não apenas entretêm, mas também educam, inspiram e criam pontes de empatia com o público. Vamos relembrar algumas das produções mais marcantes que nos presentearam com personagens inesquecíveis.
‘Orphan Black’: A multiplicidade de identidades em cena

Exibida entre 2013 e 2017, ‘Orphan Black’ foi uma série de ficção científica que se destacou pela complexidade de sua trama e personagens. O show foi amplamente aclamado por sua abordagem corajosa sobre identidade e individualidade. A representatividade LGBTQ+ foi um dos pilares que tornaram a produção tão especial.
A talentosa atriz Tatiana Maslany interpretou uma série de clones, cada um com sua própria personalidade, e entre eles estavam figuras marcantes para a comunidade. A cientista lésbica Cosima Niehaus se tornou uma favorita dos fãs, enquanto o transgênero Tony Sawicki trouxe uma camada extra de diversidade. Ambos foram retratados com uma sensibilidade que conquistou o público e a crítica.
O impacto da série foi tão duradouro que, em março de 2019, a AMC anunciou o desenvolvimento de um novo capítulo no universo de ‘Orphan Black’. Isso prova que histórias bem contadas, com personagens ricos e representativos, nunca saem de moda. A saga dos clones continua a inspirar e a gerar discussões importantes.
‘Queer as Folk’: O pioneirismo que abriu caminhos

Quando se fala em séries que quebraram barreiras, é impossível não mencionar ‘Queer as Folk’. A versão britânica original, transmitida de 1999 a 2000, foi um verdadeiro divisor de águas na representação gay na TV. Ela ousou mostrar a vida de um grupo de amigos gays de Manchester sem filtros ou desculpas.
O sucesso foi tanto que rapidamente ganhou uma adaptação americana, que ficou no ar por cinco anos, de 2000 a 2005. Essa versão expandiu o universo dos personagens e aprofundou as tramas, conquistando uma legião de fãs ao redor do mundo. Ambas as séries foram fundamentais para normalizar e humanizar histórias LGBTQ+ para um público mais amplo.
A novidade que anima os fãs é que a história ganhará um segundo remake americano, desta vez produzido pela plataforma de streaming Peacock. Esse renascimento demonstra a relevância contínua da trama e a necessidade de revisitar essas narrativas pioneiras. O legado de ‘Queer as Folk’ está mais vivo do que nunca.
‘Grey’s Anatomy’: Histórias de amor e diversidade no hospital

No ar desde 2005, ‘Grey’s Anatomy’ se tornou um fenômeno cultural, conhecido por seus dramas intensos e romances arrebatadores. Ao longo de suas inúmeras temporadas, a série sempre fez questão de incluir personagens LGBTQ+ em suas tramas centrais. Isso ajudou a normalizar a diversidade para milhões de espectadores semana após semana.
Por muitos anos, o casal formado por Callie Torres e Arizona Robbins foi um dos favoritos absolutos dos fãs. A jornada delas, cheia de altos e baixos, representou um marco para a visibilidade lésbica na TV aberta. Atualmente, a nova geração de médicos continua essa tradição, com o romance entre Dr. Schmitt e Dr. Nico Kim.
A inclusão de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero no Grey Sloan Memorial Hospital é uma parte essencial do DNA da série. O programa mostra que o amor e os desafios da vida são universais, independentemente de quem você ama. É um exemplo duradouro de como a representatividade pode ser tecida de forma orgânica em uma narrativa de sucesso.
‘Buffy, a Caça-Vampiros’: O amor que se tornou um marco na TV

Muitos conhecem Alyson Hannigan por seu papel em ‘How I Met Your Mother’, mas antes disso, ela já havia conquistado nossos corações. Sua interpretação de Willow Rosenberg em ‘Buffy, a Caça-Vampiros’ foi simplesmente inesquecível. A personagem teve uma das jornadas de autodescoberta mais importantes da época.
Em um tempo onde a representação LGBTQ+ era rara, Willow se apaixonou por outra mulher, Tara Maclay. Juntas, elas formaram um dos casais mais queridos e icônicos da história da televisão. A relação delas foi tratada com uma naturalidade e doçura que ressoou profundamente com o público.
O relacionamento de Willow e Tara não foi apenas um detalhe na trama, mas um elemento central que influenciou a história de forma significativa. Elas provaram que o amor pode florescer mesmo em meio a demônios e apocalipses. Seu legado perdura como um exemplo poderoso de amor e aceitação.
‘How to Get Away with Murder’: Suspense, direito e diversidade

Este eletrizante drama jurídico, que estreou em 2014, nos prendeu ao sofá com seus mistérios e reviravoltas. A série, liderada pela incrível Viola Davis, também se destacou pela forte presença de personagens LGBTQ+. Eles não eram apenas secundários, mas peças-chave na complexa teia de eventos.
O casal formado por Connor Walsh e Oliver Hampton rapidamente se tornou um dos favoritos do público. A dinâmica entre o ambicioso estudante de direito e o sensível especialista em tecnologia trouxe calor e humanidade à trama. A jornada do relacionamento deles, do primeiro encontro ao casamento, foi um dos arcos mais celebrados.
Além de “Coliver”, a série explorou a bissexualidade da protagonista Annalise Keating e outras nuances da comunidade. ‘How to Get Away with Murder’ provou que é possível mesclar suspense de alta octanagem com representação autêntica e complexa. Uma combinação que, sem dúvida, deixou sua marca na teledramaturgia.
‘Raio Negro’: Uma super-heroína quebrando paradigmas

No universo dos super-heróis da DC, ‘Raio Negro’ trouxe uma lufada de ar fresco com sua abordagem focada na família e na comunidade. A série, ambientada no chamado Universo Arrow, destacou-se por sua representatividade em múltiplos níveis. Uma de suas personagens mais impactantes foi, sem dúvida, Anissa Pierce.
Interpretada por Nafessa Williams, Anissa não é apenas a poderosa meta-humana conhecida como Thunder, mas também uma mulher negra e lésbica. Sua identidade é parte integral de quem ela é, tanto como heroína quanto como pessoa. A série retrata seus relacionamentos e sua jornada com orgulho e naturalidade.
A presença de uma super-heroína como Anissa é um passo gigantesco para a representatividade no gênero. Ela se tornou um modelo para muitos jovens que finalmente puderam se ver em uma personagem forte, complexa e dona de seu próprio destino. Thunder é a prova de que heroísmo não tem gênero nem orientação sexual.
‘Tales of the City’: Crônicas de São Francisco e a celebração da vida

A saga ‘Tales of the City’ é uma verdadeira crônica da vida LGBTQ+ em São Francisco, atravessando diferentes décadas. A primeira minissérie foi ao ar em 1993, um ato de coragem para a época. Ela foi seguida por ‘More Tales of the City’ em 1998 e ‘Further Tales of the City’ em 2001.
Ambientada na icônica Barbary Lane, a história sempre apresentou um elenco diversificado de personagens LGBTQ+, explorando suas vidas, amores e desafios. A série se tornou um porto seguro para muitos, oferecendo um retrato afetuoso e humano de uma comunidade vibrante. Ela foi fundamental para mostrar a riqueza das experiências queer.
O legado da série é tão forte que a Netflix decidiu produzir uma nova parte da história, reunindo o elenco original e novos talentos. Esta continuação moderna prova que as histórias de Barbary Lane ainda têm muito a dizer. A celebração da “família lógica”, em oposição à “família biológica”, continua a ser uma mensagem poderosa e atual.
‘We Are Who We Are’: A descoberta da identidade sob o sol italiano

Em 2020, a HBO nos presenteou com ‘We Are Who We Are’, a primeira incursão na televisão do aclamado diretor Luca Guadagnino. Conhecido por seu trabalho em ‘Me Chame Pelo Seu Nome’, ele trouxe sua estética sensível para a telinha. A série acompanha um grupo de adolescentes em uma base militar americana na Itália.
A trama mergulha de cabeça em temas delicados como o primeiro amor, a descoberta da sexualidade e a busca pela identidade. A atriz brasileira Alice Braga brilha no papel de uma militar lésbica, que forma um casal com a personagem de Chloë Sevigny. Elas representam um núcleo familiar moderno e complexo dentro desse ambiente rígido.
A série é um retrato poético e, por vezes, angustiante da juventude e da fluidez de gênero e desejo. Guadagnino captura a confusão e a beleza de ser adolescente com uma maestria impressionante. É uma obra que convida à reflexão e celebra a liberdade de ser quem você é.
‘Pose’: O brilho e a resistência da cultura ballroom

Lançada em 2018, ‘Pose’ é mais do que uma série, é um marco histórico na televisão mundial. A produção nos transporta para o vibrante cenário da cultura ballroom da cidade de Nova York. A primeira temporada é ambientada nos anos 80, enquanto a segunda avança para o início dos anos 90.
O que torna ‘Pose’ tão revolucionária é seu elenco, que, assim como na trama, é composto majoritariamente por pessoas trans e gays de diferentes etnias. A série deu voz e protagonismo a uma comunidade que por muito tempo foi marginalizada em Hollywood. As histórias de Blanca, Elektra, Angel e Pray Tell são repletas de dor, alegria e, acima de tudo, resiliência.
A série não apenas celebrou o glamour dos bailes, mas também abordou com seriedade a crise da AIDS e a luta por direitos. ‘Pose’ é uma poderosa lição sobre a importância da família que a gente escolhe para sobreviver. Um espetáculo de brilho, drama e humanidade que ficará para sempre na memória.
‘Glee’: Cantando alto o orgulho e a aceitação

Entre 2009 e 2015, ‘Glee’ se tornou um verdadeiro fenômeno global, misturando comédia, drama e números musicais contagiantes. O clube do coral do colégio McKinley High era um refúgio para os desajustados, e entre eles, muitos personagens LGBTQ+. A série abordou suas jornadas com uma mistura de humor e sensibilidade.
A série nos presenteou com casais poderosos que se tornaram ícones para uma geração de jovens. A história de amor entre Kurt Hummel e Blaine Anderson cativou milhões de espectadores ao redor do mundo. Da mesma forma, o relacionamento entre Santana Lopez e Brittany S. Pierce evoluiu de uma amizade para um dos romances mais amados da série.
‘Glee’ usou a música como uma ferramenta para discutir temas importantes como bullying, autoaceitação e o processo de sair do armário. Apesar de seus momentos mais leves, a série não fugiu de questões sérias, deixando um legado de inclusão. Ela mostrou a milhões de jovens que não há nada de errado em ser diferente.
‘Começar de Novo’: Um romance adolescente à frente de seu tempo

Exibida entre 1999 e 2002, a série ‘Começar de Novo’ (‘Once and Again’) foi um drama aclamado que explorava as complexidades das relações familiares. O programa se destacou por sua abordagem realista e sensível dos desafios da vida. Uma de suas tramas mais corajosas para a época envolveu o romance entre duas adolescentes.
A história de amor entre Jessie Sammler, interpretada por Evan Rachel Wood, e Katie Singer, vivida por Mischa Barton, foi um marco. Em uma época em que a representação lésbica na TV era praticamente inexistente, especialmente entre jovens, a série ousou retratar esse relacionamento. A trama foi desenvolvida com cuidado e profundidade.
A forma como o romance foi tratado, com respeito e sem sensacionalismo, foi revolucionária para o período. A série mostrou os medos, as incertezas e a beleza do primeiro amor de uma forma universal. Foi um passo importante para que futuras produções pudessem explorar temas semelhantes com mais liberdade.
‘Brothers & Sisters’: A complexidade dos laços familiares

O drama familiar ‘Brothers & Sisters’ cativou o público de 2006 a 2011 com as histórias entrelaçadas da família Walker. Em meio a segredos e revelações, um dos pilares da série era o personagem Kevin Walker, interpretado por Matthew Rhys. Ele era um advogado gay cujos dilemas profissionais e amorosos eram centrais para a narrativa.
O relacionamento de Kevin com Scotty Wandell, interpretado por Luke Macfarlane, evoluiu ao longo das temporadas até o casamento. A jornada do casal foi retratada de forma realista, mostrando os desafios e as alegrias de um relacionamento duradouro. Eles se tornaram um exemplo de estabilidade e amor dentro da caótica família Walker.
A série foi importante por apresentar um personagem gay complexo, bem-sucedido e totalmente integrado à sua família. Kevin não era definido apenas por sua sexualidade, mas por sua inteligência, seu humor e suas falhas. Uma representação tridimensional que contribuiu para a evolução dos personagens LGBTQ+ na televisão.
‘Arrow’: Heroísmo e representatividade no universo DC

Desde sua estreia em 2012, ‘Arrow’ deu início a um vasto universo de super-heróis na televisão. A série sobre o Arqueiro Verde não se limitou a cenas de ação, mas também desenvolveu personagens complexos. Nesse contexto, a representação LGBTQ+ encontrou seu espaço e se tornou parte importante da mitologia.
A série nos apresentou a personagens queer fortes e cativantes, que desafiaram estereótipos. O relacionamento entre Sara Lance, a Canário original, e Nyssa al Ghul, filha do vilão Ra’s al Ghul, foi um dos mais marcantes. A dinâmica entre as duas guerreiras era complexa, cheia de amor, lealdade e conflito.
Além delas, outros personagens LGBTQ+ foram introduzidos ao longo das temporadas, enriquecendo o universo da série. ‘Arrow’ ajudou a estabelecer um padrão de inclusão para as outras produções da DC na TV. Mostrou que a diversidade pode e deve existir, mesmo nas histórias de super-heróis mais sombrias.
‘Sense8’: Uma conexão global de mentes e corações

Das mentes visionárias por trás de ‘Matrix’, as irmãs Wachowski, ‘Sense8’ foi uma das séries mais ambiciosas e celebradas sobre o universo LGBTQ+. Exibida de 2015 a 2018, a série seguia oito estranhos de diferentes partes do mundo que se descobrem mental e emocionalmente conectados. A premissa por si só já era uma metáfora poderosa sobre empatia.
Entre os personagens de destaque, tivemos alguns dos casais mais inspiradores da ficção recente. A ativista e hacker transgênero Nomi Marks e sua namorada Amanita Caplan formaram uma dupla inabalável de amor e apoio. Além disso, o relacionamento entre o ator mexicano Lito Rodriguez e seu namorado Hernando Fuentes foi uma jornada comovente de autoaceitação.
‘Sense8’ foi mais do que entretenimento; foi uma celebração da diversidade em escala global. A série foi filmada em várias cidades ao redor do mundo e apresentou a sexualidade e o gênero de forma fluida e natural. Seu cancelamento gerou uma comoção tão grande que a Netflix produziu um episódio final para dar um desfecho digno à história.
‘Orange Is the New Black’: A vida por trás das grades

Desde sua estreia em 2013, ‘Orange Is the New Black’ revolucionou o streaming com seu olhar sobre a vida em uma penitenciária feminina. A série se destacou por seu elenco majoritariamente feminino e pela diversidade de suas personagens. As histórias de Litchfield eram repletas de mulheres de diferentes origens, etnias e orientações sexuais.
A trama central girava em torno do relacionamento complexo e volátil entre Piper Chapman e Alex Vause. A química entre as duas foi o fio condutor de muitas temporadas, mas a série foi muito além. Tivemos casais inesquecíveis como Poussey e Soso, e personagens icônicas como a transgênero Sophia Burset, interpretada pela brilhante Laverne Cox.
A série, que teve sua última temporada em 2019, não teve medo de abordar temas difíceis como transfobia, racismo e a brutalidade do sistema prisional. ‘Orange is the New Black’ deu voz a quem raramente é ouvido, deixando um legado indelével. Mostrou que toda mulher, não importa suas escolhas, tem uma história que merece ser contada.
‘Pretty Little Liars’: Segredos, mentiras e um amor marcante

A série de mistério ‘Pretty Little Liars’, que começou em 2010, prendeu a atenção de milhões de adolescentes com sua trama cheia de segredos. Enquanto as amigas tentavam desvendar a identidade da misteriosa “A”, suas vidas pessoais passavam por grandes reviravoltas. A jornada de Emily Fields, interpretada por Shay Mitchell, foi uma das mais significativas.
Ao longo da série, Emily teve várias namoradas, explorando sua sexualidade de forma aberta. No entanto, seu relacionamento mais marcante foi, sem dúvida, com Alison DiLaurentis. A dinâmica entre as duas, que evoluiu de uma paixão platônica para um amor verdadeiro, foi um dos arcos mais importantes da série.
O impacto do casal “Emison” foi tão grande que a personagem Alison ganhou seu próprio spin-off, ‘Pretty Little Liars: The Perfectionists’. Isso mostra como a representatividade pode criar personagens tão amados a ponto de sustentarem novas histórias. A jornada de Emily e Alison se tornou um referencial para muitas jovens.
‘Bad Girls’: As pioneiras do drama prisional feminino

Muito antes de ‘Orange Is the New Black’ ou ‘Wentworth’ se tornarem fenômenos, a televisão britânica já explorava o universo carcerário feminino. O drama ‘Bad Girls’, exibido de 1999 a 2006, foi um programa pioneiro em muitos aspectos. Ele abriu caminho para as séries que vieram depois.
A série não tinha receio de mostrar a dureza da vida na prisão, mas também focava nas relações complexas entre as detentas. Dentro de seus muros, vários personagens LGBTQ+ tiveram suas histórias contadas com profundidade. Os relacionamentos entre as mulheres eram parte central da narrativa.
‘Bad Girls’ foi ousada para sua época, apresentando tramas de amor e desejo entre mulheres de forma explícita. O programa construiu uma base de fãs leal e provou que havia um público ávido por essas histórias. Seu legado pode ser visto na popularidade duradoura dos dramas prisionais femininos que a sucederam.
‘The L Word’: Um universo de mulheres em Los Angeles

Quando ‘The L Word’ estreou, de 2004 a 2009, ela se tornou um evento cultural para a comunidade lésbica. A série, estrelada por Jennifer Beals, de ‘Flashdance’, foi um dos primeiros programas a ter um elenco quase inteiramente de personagens lésbicas e bissexuais. Foi uma verdadeira revolução na representatividade.
A trama acompanhava as vidas, carreiras e relacionamentos de um grupo de amigas que vivia em Los Angeles. Pela primeira vez, muitas mulheres puderam se ver na tela, com seus dramas, alegrias e complexidades. A série criou um vocabulário e um universo próprio que ressoou com milhões de pessoas.
‘The L Word’ foi tão icônica que ganhou uma sequência, ‘The L Word: Generation Q’, anos depois, trazendo de volta personagens amadas e introduzindo uma nova geração. A série original não apenas entreteve, mas também construiu uma comunidade. Seu impacto na cultura e na visibilidade lésbica é inegável.
‘Sugar Rush’: A doçura e a angústia do primeiro amor

O drama adolescente britânico ‘Sugar Rush’ foi uma pequena joia que ficou no ar de 2005 a 2006. A série era focada na vida de Kim Daniels, uma adolescente de 15 anos que se descobre lésbica. A trama acompanha sua jornada de autodescoberta após se mudar de Londres para a vibrante cidade de Brighton.
Kim se apaixona perdidamente por sua melhor amiga, a heterossexual e caótica Maria, conhecida como “Sugar”. A série retrata com muita honestidade a dor e a confusão do amor não correspondido. A narrativa era contada a partir da perspectiva de Kim, com seus pensamentos e fantasias ganhando vida na tela.
‘Sugar Rush’ foi elogiada por seu retrato autêntico e sem rodeios da adolescência e da sexualidade. A série não tinha medo de ser engraçada, estranha e comovente, tudo ao mesmo tempo. Foi um olhar refrescante e necessário sobre a experiência de crescer e se entender como uma jovem queer.
‘Riverdale’: Mistério e romance no universo Archie Comics

Lançada em 2017, ‘Riverdale’ pegou os personagens clássicos da Archie Comics e os mergulhou em um mundo sombrio de mistério e suspense. A série rapidamente se tornou um sucesso entre o público jovem. Em meio a assassinatos e conspirações, a representatividade LGBTQ+ encontrou um espaço importante.
O programa apresentou vários personagens queer, mas nenhum brilhou tanto quanto o casal “Choni”. A união entre a ousada Toni Topaz e a icônica Cheryl Blossom incendiou a tela e os corações dos fãs. A química entre as atrizes Vanessa Morgan e Madelaine Petsch foi um dos pontos altos da série.
O relacionamento delas foi desenvolvido com cuidado, mostrando duas jovens fortes encontrando apoio e amor uma na outra. ‘Riverdale’ também conta com outros personagens gays e bissexuais, tornando a diversidade uma parte natural de sua cidade peculiar. É a prova de que até as histórias mais clássicas podem ser modernizadas com inclusão.
‘Uma Família Muito Moderna’: O amor que nos fez rir e acreditar

Por 11 temporadas, ‘Uma Família Muito Moderna’ foi um verdadeiro fenômeno da televisão, conquistando prêmios e o carinho do público. A série, que estreou em 2009, revolucionou a comédia familiar ao apresentar diferentes configurações de lares. Um dos segredos de seu sucesso estrondoso foi, sem dúvida, o casal Cameron e Mitchell.
Interpretados por Eric Stonestreet e Jesse Tyler Ferguson, Cam e Mitch eram o coração cômico e emocional da série. Suas personalidades opostas geravam situações hilárias, mas também momentos de grande ternura. A jornada deles como pais da pequena Lily foi um dos arcos mais bonitos do programa.
Eles eram o tipo de casal fofo e imperfeito que nos fazia acreditar no amor e na família. A série normalizou a imagem de um casal gay criando uma filha para milhões de lares ao redor do mundo. Cam e Mitch não eram apenas um “casal gay”, eles eram parte essencial de uma família muito moderna.
‘South of Nowhere’: Um romance adolescente que quebrou barreiras

Exibida de 2005 a 2008, a série adolescente ‘South of Nowhere’ foi incrivelmente inovadora para sua época. O programa focava na família Carlin, que se muda de uma pequena cidade para a agitada Los Angeles. A trama principal girava em torno da filha, Spencer, e sua jornada de autodescoberta.
Spencer se apaixona por sua amiga Ashley, e o relacionamento delas se torna o eixo central da série. As atrizes Gabrielle Christian e Mandy Musgrave tinham uma química inegável, e o casal se tornou um fenômeno entre os fãs. Elas eram um casal inter-racial e LGBTQ+, algo raramente visto como protagonista na televisão adolescente.
‘South of Nowhere’ não teve medo de abordar temas complexos como identidade, homofobia e aceitação familiar. O casal “Spashley”, como foi apelidado pelos fãs, abriu portas para muitas outras séries que vieram depois. Foi um programa corajoso que deixou uma marca indelével na representação juvenil.
‘Teen Wolf’: Lobisomens, amizade e diversidade em Beacon Hills

A série de fantasia ‘Teen Wolf’, que foi ao ar de 2011 a 2017, conquistou uma legião de fãs com sua mistura de terror, romance e humor. A trama seguia Scott McCall, um adolescente que se torna lobisomem, e seus amigos em Beacon Hills. Em meio às criaturas sobrenaturais, a série também encontrou espaço para a representatividade.
Ao longo de suas seis temporadas, ‘Teen Wolf’ apresentou vários personagens LGBTQ+ de forma natural e integrada à história. Um dos personagens de destaque foi Ethan, interpretado por Charlie Carver, que fazia parte de uma alcateia de alfas. Seu relacionamento com Danny e, posteriormente, com Jackson, foi bem recebido pelos fãs.
A série foi elogiada por tratar a sexualidade de seus personagens como apenas mais um aspecto de quem eles são. Não havia grandes dramas em torno da aceitação, o que ajudou a normalizar a presença queer em histórias de gênero. Em Beacon Hills, o importante era sobreviver à próxima ameaça, não julgar quem você ama.
‘Skins’: A juventude britânica em sua forma mais crua

O drama adolescente britânico ‘Skins’, exibido de 2007 a 2013, é famoso por seu retrato cru e sem filtros da juventude. A cada duas temporadas, o elenco era renovado, apresentando um novo grupo de amigos em Bristol. Sem dúvida, a versão original do Reino Unido é a mais aclamada e impactante.
Na chamada “segunda geração” de personagens, o relacionamento entre Naomi Campbell e Emily Fitch se tornou o coração da história. A jornada delas, desde a amizade confusa até um amor profundo e complicado, cativou o público. “Naomily”, como o casal foi apelidado, é um dos mais lembrados e amados pelos fãs da série.
‘Skins’ nunca teve medo de explorar a sexualidade de forma complexa e, por vezes, confusa, refletindo a realidade de muitos adolescentes. O casal Maxxie e Anwar, da primeira geração, também foi pioneiro ao explorar a amizade entre um jovem gay e um muçulmano. A série deixou um legado de autenticidade e coragem.
‘Transparent’: Uma jornada familiar de transição e descoberta

Quando ‘Transparent’ estreou em 2014, ela foi imediatamente aclamada como uma das séries mais importantes da década. A trama gira em torno da família Pfefferman, de Los Angeles, e como suas vidas mudam drasticamente. A grande revelação é que o pai, Mort, se assume como uma mulher transgênero chamada Maura.
A série, criada por Joey Soloway, foi um sucesso de crítica e público, elogiada por sua abordagem sensível e inovadora. A jornada de Maura, interpretada por Jeffrey Tambor, foi o catalisador para que seus filhos também explorassem suas próprias identidades e sexualidades. O programa contou com muitos personagens LGBTQ+ e deu destaque a atores e roteiristas trans.
‘Transparent’ não apenas contou uma história sobre transição, mas mudou a forma como as histórias trans são contadas em Hollywood. Ela abriu portas e iniciou conversas cruciais sobre representatividade na frente e atrás das câmeras. Foi uma série que realmente fez a diferença, deixando um legado profundo e duradouro.
‘Saving Hope’: O amor em meio a casos médicos e sobrenaturais

O drama médico canadense ‘Saving Hope’ foi ao ar de 2012 a 2017, misturando casos médicos com um toque sobrenatural. A série acompanhava a vida dos médicos e enfermeiros do hospital Hope Zion. Em meio aos desafios diários, o programa também encontrou tempo para desenvolver relacionamentos diversos.
A série apresentou alguns personagens LGBTQ+ ao longo de suas temporadas, enriquecendo o universo da trama. Um dos destaques foi o relacionamento entre a Dra. Maggie Lin e a obstetra Dra. Sydney Katz. A jornada de Maggie ao descobrir e aceitar sua bissexualidade foi um arco importante.
A inclusão do casal formado por Maggie e Sydney foi celebrada pelos fãs. A série tratou o relacionamento com naturalidade, mostrando-o como mais uma das complexas dinâmicas amorosas do hospital. Foi mais um passo importante para a visibilidade bissexual na televisão.
‘Schitt’s Creek’: O amor que floresceu em uma cidadezinha peculiar

A comédia canadense ‘Schitt’s Creek’ começou de forma modesta em 2015 e se tornou um fenômeno global. A história da rica família Rose, que perde tudo e é forçada a viver em uma pequena cidade, é hilária e comovente. A série também é um exemplo brilhante de como a representatividade pode ser feita da maneira certa.
O personagem David Rose, interpretado pelo co-criador Dan Levy, se identifica como pansexual, algo explicado de forma simples e icônica. Seu relacionamento com o parceiro de negócios Patrick Brewer se tornou o coração da série. O romance dos dois é retratado com uma doçura e uma normalidade que aquecem o coração.
O mais notável em ‘Schitt’s Creek’ é a ausência de homofobia na cidade. O amor de David e Patrick é celebrado por todos, sem nenhum questionamento, mostrando um mundo como ele deveria ser. A série se tornou um porto seguro para muitos, provando que a comédia pode ser inteligente, gentil e incrivelmente inclusiva.
‘Will & Grace’: Os amigos que redefiniram a comédia

Originalmente exibida de 1998 a 2006, ‘Will & Grace’ foi uma das primeiras séries de grande sucesso a ter protagonistas gays. A amizade entre o advogado Will Truman e a designer de interiores Grace Adler era o centro da trama. Mas foram os personagens de Will e seu amigo Jack McFarland que se tornaram ícones culturais.
O advogado certinho Will e o ator excêntrico Jack representavam dois lados diferentes da experiência gay. Juntos, eles se tornaram dois dos personagens gays mais amados do mundo, quebrando estereótipos com humor e inteligência. A série foi fundamental para aumentar a visibilidade e a aceitação da comunidade LGBTQ+.
O impacto da série foi tão grande que ela retornou em 2017 com novos episódios, sendo abraçada por uma nova geração. ‘Will & Grace’ não apenas fez história, como também provou que a amizade e o humor são atemporais. Seu lugar no panteão das grandes comédias da TV está mais do que garantido.
‘Lip Service’: A vida queer sob o céu da Escócia

Exibida de 2010 a 2012, a série escocesa ‘Lip Service’ foi frequentemente descrita como a resposta britânica para ‘The L Word’. O programa acompanhava a vida de um grupo de amigas lésbicas na cidade de Glasgow. A série se destacou por seu tom mais ousado e dramático.
A trama era repleta de romance, traições e segredos, mergulhando fundo na vida pessoal e profissional das personagens. A série explorou as complexidades dos relacionamentos entre mulheres de forma honesta e sem rodeios. Ela ofereceu uma visão da vida queer fora dos grandes centros como Los Angeles ou Nova York.
Apesar de sua curta duração, com apenas duas temporadas, ‘Lip Service’ conquistou uma base de fãs dedicada. A série foi importante por adicionar uma perspectiva diferente à representação lésbica na televisão. Mostrou que histórias sobre mulheres que amam mulheres são universais e podem ser contadas em qualquer lugar do mundo.
‘Lost Girl’: Súcubos, amor e uma mitologia fascinante

A série de fantasia canadense ‘Lost Girl’, exibida de 2010 a 2016, nos apresentou a um mundo fascinante. A trama segue a sedutora Bo, uma jovem que descobre ser um súcubo, uma criatura que se alimenta da energia sexual dos humanos. Como uma personagem bissexual, Bo não se prendia a rótulos em seus relacionamentos.
Ao longo da série, Bo se envolveu tanto com o lobisomem Dyson quanto com a médica humana Lauren. A química entre Bo e a Dra. Lauren, em particular, gerou uma enorme torcida entre os fãs, que apelidaram o casal de “Doccubus”. O triângulo amoroso foi um dos principais motores da trama por várias temporadas.
Além da protagonista, a série contou com vários outros personagens LGBTQ+, tornando a diversidade uma parte intrínseca de seu universo sobrenatural. ‘Lost Girl’ celebrou a fluidez sexual de uma forma divertida e descompromissada. Foi uma série que provou que a fantasia pode ser um ótimo gênero para explorar a sexualidade sem limites.
‘Rookie Blue’: A lei e a ordem do coração

O drama policial canadense ‘Rookie Blue’ acompanhou um grupo de jovens policiais de 2010 a 2015. A série focava nos desafios profissionais e nas vidas pessoais desses novatos. Em meio aos casos e perigos da profissão, a personagem Gail Peck teve uma jornada de destaque.
Interpretada por Charlotte Sullivan, Gail Peck era uma policial durona e complexa, vinda de uma família de policiais. Ao longo da série, ela se assume como lésbica após se envolver com a legista Holly Stewart. O relacionamento delas se tornou um dos favoritos dos fãs.
A forma como a sexualidade de Gail foi integrada à sua personagem, sem se tornar sua única característica, foi muito elogiada. Ela continuou sendo a policial ambiciosa e, por vezes, sarcástica que o público amava. Sua história foi um bom exemplo de representação sutil e bem construída dentro de uma série de gênero.
‘Parenthood’: A grande e complicada família Braverman

O aclamado drama familiar ‘Parenthood’, no ar de 2010 a 2015, era conhecido por sua capacidade de nos fazer chorar e rir na mesma cena. A série acompanhava as vidas entrelaçadas do clã Braverman em suas quatro gerações. A abordagem realista e sensível dos altos e baixos da vida era sua marca registrada.
Na quinta temporada, a série introduziu uma trama LGBTQ+ através da personagem Haddie Braverman. Após ir para a faculdade, Haddie retorna para casa e apresenta sua namorada à família. A forma como os Braverman lidaram com a notícia foi tratada com a honestidade e o calor característicos do programa.
A inclusão dessa história foi um momento importante para a série, mostrando que a família Braverman continuava a evoluir. Demonstrou que o amor e o apoio familiar são fundamentais na jornada de aceitação de qualquer jovem. Foi mais um exemplo do toque humano que fez de ‘Parenthood’ uma série tão amada.
‘The Fosters’: Duas mães e uma família cheia de amor

Exibida de 2013 a 2018, ‘The Fosters’ foi uma série que colocou uma família não tradicional no centro do palco. As protagonistas, Stef e Lena, eram um casal inter-racial de lésbicas criando uma mistura de filhos biológicos e adotivos. O programa foi um marco na representação de famílias modernas na TV.
A série não fugia de temas complexos, abordando o sistema de adoção, imigração, racismo e, claro, questões LGBTQ+. Além do casal principal, a série também explorou a jornada de Jude, o filho mais novo, ao se descobrir gay. A relação dele com seu amigo Connor foi um dos primeiros romances gays entre pré-adolescentes na TV.
‘The Fosters’ foi muito mais do que um drama familiar; foi um programa com uma missão social. Ele ensinou ao público sobre amor, aceitação e a importância de lutar pelo que é certo. A família Adams Foster se tornou um símbolo de que família é onde o amor está.
‘Os Originais’: Vampiros, bruxas e um amor eterno

Como um spin-off de ‘Diários de um Vampiro’, a série ‘Os Originais’ focou na primeira família de vampiros do mundo. A trama, que foi ao ar de 2013 a 2018, era repleta de drama familiar, poder e lutas sobrenaturais. Em meio a esse universo sombrio, a representatividade LGBTQ+ também floresceu.
A série contou com vários personagens queer, mas o destaque foi o romance entre a bruxa Freya Mikaelson e a lobisomem Keelin. O relacionamento delas se desenvolveu ao longo das temporadas, culminando em um belo casamento. Elas provaram que o amor poderia existir mesmo entre espécies inimigas e em meio a uma guerra constante.
O sucesso da série foi tanto que ela também ganhou seu próprio spin-off, chamado ‘Legados’, que continua a explorar esse universo. A inclusão do casal “Kreelin” foi um passo importante para a franquia. Mostrou que as histórias de amor podem ser diversas em qualquer gênero, inclusive na fantasia.
‘Wentworth’: A tensão e a paixão no presídio australiano

Desde sua estreia em 2013, o drama prisional australiano ‘Wentworth’ se tornou um sucesso de crítica e público. A série é um remake moderno da clássica ‘Prisoner’, mas construiu sua própria identidade sombria e visceral. Ela é conhecida por suas reviravoltas chocantes e personagens complexas.
Dentro dos muros da penitenciária de Wentworth, a série apresenta vários personagens LGBTQ+ e casais de lésbicas. Os relacionamentos são intensos e, muitas vezes, perigosos, refletindo a dura realidade do ambiente. Casais como Franky e Bridget, e mais tarde Allie e Bea, se tornaram extremamente populares entre os fãs.
‘Wentworth’ não romantiza a vida na prisão, mas mostra como o amor e a lealdade podem surgir nos lugares mais sombrios. A série é um exemplo poderoso de como as histórias queer podem ser centrais em um drama de alta tensão. É uma montanha-russa de emoções que prende o espectador do início ao fim.
‘Unbreakable Kimmy Schmidt’: Humor, otimismo e um casal inusitado

A comédia ‘Unbreakable Kimmy Schmidt’, que foi ao ar de 2015 a 2019, era um poço de otimismo e bizarrice. A série acompanhava Kimmy, uma mulher resgatada de um culto, tentando recomeçar a vida em Nova York. Seu colega de quarto, o aspirante a ator Titus Andromedon, roubou a cena com seu carisma.
Titus, interpretado pelo brilhante Tituss Burgess, era abertamente gay e fabuloso, mas seu relacionamento com Mikey foi surpreendente. Mikey era um operário da construção civil que descobre sua sexualidade graças a Titus. A dinâmica entre os dois, sendo super diferentes, era a fonte de muitas risadas e momentos tocantes.
O casal era incrivelmente divertido de assistir, mostrando que o amor pode unir as pessoas mais improváveis. A série abordou a jornada de Mikey com sensibilidade e muito humor. Foi uma representação leve e positiva que contribuiu para a diversidade de histórias gays na comédia.
‘Please Like Me’: Uma comédia agridoce sobre crescer

A série australiana ‘Please Like Me’, exibida de 2013 a 2016, foi uma criação do comediante Josh Thomas. Ele também estrelou como Josh, um jovem que, após terminar com sua namorada, percebe que é gay. A série acompanha sua jornada de autodescoberta e seus relacionamentos com a família e amigos.
O protagonista teve vários interesses amorosos masculinos ao longo da série, cada um explorando uma faceta diferente dos relacionamentos. A série era conhecida por seu humor seco e sua honestidade brutal ao lidar com temas como saúde mental e dinâmica familiar. Era uma comédia dramática no seu melhor.
‘Please Like Me’ foi aclamada por seu retrato realista e sem sentimentalismo da vida de um jovem gay. A série não tentava ser inspiradora ou grandiosa, mas sim, autêntica. Essa abordagem pé no chão a tornou uma das comédias mais originais e comoventes dos últimos anos.
‘Looking’: Em busca de amor e conexão em São Francisco

Exibida de 2014 a 2015, ‘Looking’ foi uma série de comédia dramática da HBO que ofereceu um olhar íntimo sobre a vida de um grupo de amigos gays. Ambientada em São Francisco, a série seguia Patrick, Agustín e Dom em suas buscas por amor, carreira e felicidade. O programa foi elogiado por seu naturalismo e realismo.
Diferente de outras séries, ‘Looking’ evitava grandes dramas e focava nos pequenos momentos e nas nuances das interações humanas. A série explorou a complexidade dos relacionamentos modernos, a amizade e os desafios da vida adulta. Foi um retrato sutil e matizado da vida gay contemporânea.
Apesar de ter sido cancelada após duas temporadas, a série conquistou uma base de fãs fiel e foi aclamada pela crítica. O sucesso foi tanto que a HBO produziu um filme para encerrar a história, ‘Looking: The Movie’, em 2016. A série permanece como um belo e honesto registro de um momento no tempo.
‘Jane the Virgin’: Novela, comédia e um romance inesperado

Lançada em 2014, ‘Jane the Virgin’ foi uma comédia encantadora que brincava com os clichês das telenovelas latinas. A série era cheia de reviravoltas absurdas, humor e muito coração. Em meio a toda essa loucura, a representatividade LGBTQ+ também encontrou seu lugar de destaque.
A série apresentou vários personagens queer, mas o relacionamento mais explosivo foi o da vilã Rose com Luisa Alver. A dinâmica delas era um elemento clássico de novela, cheia de paixão proibida, segredos e perigo. As atrizes Bridget Regan e Yara Martinez tinham uma química inegável.
O romance entre Rose e Luisa era uma parte importante da trama, influenciando muitos dos eventos da série. ‘Jane the Virgin’ conseguiu integrar essa história de amor lésbico em seu universo exagerado de forma divertida e cativante. Foi mais uma prova da versatilidade e da inclusão da série.
‘Degrassi’: A franquia canadense que cresceu com gerações

A franquia ‘Degrassi’ é uma instituição na televisão canadense, com sua primeira versão começando em 1979. Ao longo de suas várias encarnações, o drama adolescente nunca fugiu de temas difíceis e controversos. A representação LGBTQ+ sempre foi uma parte importante de seu DNA.
Desde os primeiros anos, ‘Degrassi’ apresentou personagens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. A série acompanhou suas jornadas de descoberta, seus primeiros amores e os desafios que enfrentaram. Ela foi pioneira em muitas dessas discussões na televisão voltada para jovens.
Ao longo de décadas, ‘Degrassi’ deu a muitos jovens espectadores a chance de se verem na tela pela primeira vez. A longevidade da franquia é uma prova de sua capacidade de se adaptar e continuar a refletir as experiências da juventude. Seu legado de inclusão é inegável e extremamente importante.
‘Supergirl’: Heroínas que voam alto pelo orgulho

Lançada em 2015, ‘Supergirl’ trouxe a prima do Superman para o centro das atenções com uma mensagem de esperança e empoderamento. A série também se destacou por sua forte representatividade LGBTQ+. Um dos arcos mais comoventes foi a jornada de Alex Danvers, a irmã da Supergirl.
A cena em que Alex, interpretada por Chyler Leigh, se assume para Kara foi um dos momentos mais emocionantes da série. Seu relacionamento com a detetive Maggie Sawyer foi desenvolvido com sensibilidade e conquistou os fãs. A história de Alex inspirou muitos espectadores a aceitarem sua própria verdade.
Além de Alex, ‘Supergirl’ fez história ao introduzir Nia Nal, a primeira super-heroína transgênero da televisão. Interpretada pela atriz trans Nicole Maines, a personagem Dreamer se tornou um ícone poderoso. A série provou que a esperança, assim como o heroísmo, é para todos.
‘A Família do Ano’: Comédia, religião e a saída do armário

A comédia familiar ‘A Família do Ano’ (‘The Real O’Neals’), exibida de 2016 a 2017, tinha uma premissa ousada. A série acompanhava uma família católica irlandesa aparentemente perfeita, cujos segredos vêm à tona de uma vez só. O catalisador para tudo isso é o filho do meio, Kenny, que se assume gay.
O protagonista, interpretado por Noah Galvin, era o coração da série. Sua jornada de aceitação, enquanto lidava com uma mãe superprotetora e religiosa, era a principal fonte de humor e emoção. A série usava a comédia para explorar temas como fé, família e identidade.
Apesar de ter tido apenas duas temporadas, ‘A Família do Ano’ foi elogiada por sua abordagem engraçada e, ao mesmo tempo, sensível. A série ofereceu uma perspectiva única sobre o processo de sair do armário dentro de um contexto religioso. Foi uma comédia charmosa com uma mensagem importante de amor e aceitação.
‘Lendas do Amanhã’: Viajando no tempo com um time diverso

Desde sua estreia em 2016, ‘Lendas do Amanhã’ se estabeleceu como a série mais excêntrica e divertida do Universo Arrow. A trama segue um grupo desajustado de heróis e vilões que viajam no tempo para corrigir anomalias históricas. A série abraçou sua bizarrice e, com isso, uma incrível diversidade.
A equipe da Waverider é um verdadeiro mosaico de personagens, incluindo várias figuras LGBTQ+. Sara Lance, a Capitã da nave, é uma líder bissexual icônica, cujo romance com Ava Sharpe se tornou o coração da série. John Constantine, o famoso mago bissexual, também se juntou à equipe, trazendo seu charme e seus demônios.
A série apresentou muitos outros personagens queer ao longo de suas viagens no tempo, de diferentes épocas e planetas. ‘Lendas do Amanhã’ celebra a ideia de que os “esquisitos” e “desajustados” podem encontrar um lugar para pertencer. É uma celebração da amizade, do amor e da esquisitice em sua forma mais pura.
‘Wynonna Earp’: Faroeste, demônios e um amor épico

A série canadense ‘Wynonna Earp’, lançada em 2016, é uma mistura única de faroeste moderno com terror sobrenatural. A trama segue a tataraneta do famoso Wyatt Earp, que combate demônios em sua cidade natal. A série se destacou por seu humor, seu coração e seu incrível fandom.
Um dos maiores sucessos do programa foi o relacionamento entre Waverly Earp, a irmã da protagonista, e a policial Nicole Haught. O casal, carinhosamente apelidado de “WayHaught”, se tornou um verdadeiro fenômeno na internet. A química entre as atrizes Dominique Provost-Chalkley e Katherine Barrell era inegável.
Além delas, a série também apresentou outro casal gay, formado por Jeremy e Robin, enriquecendo ainda mais sua representatividade. ‘Wynonna Earp’ foi elogiada por seu tratamento positivo do relacionamento “WayHaught”, protegendo-as de tropos negativos. Foi uma série que realmente ouviu e amou seus fãs.
‘Shadowhunters’: Caçadores de demônios e um amor poderoso

Baseada na popular série de livros ‘Os Instrumentos Mortais’, ‘Shadowhunters’ foi ao ar a partir de 2016. A série de fantasia distópica segue um grupo de jovens caçadores de demônios. Em meio a batalhas épicas, um romance em particular roubou a cena e os corações dos espectadores.
O relacionamento entre o caçador de sombras Alec Lightwood e o feiticeiro Magnus Bane se tornou o casal mais popular da série. “Malec”, como foram apelidados, tiveram uma jornada cheia de obstáculos, mas o amor deles sempre prevaleceu. A química entre os atores Matthew Daddario e Harry Shum Jr. foi um dos pontos mais fortes do programa.
O impacto de “Malec” foi imenso, gerando uma base de fãs global e extremamente dedicada. A série tratou o relacionamento deles com a mesma importância e profundidade que os casais heterossexuais. Eles se tornaram um símbolo de amor e aceitação no universo da fantasia.
‘One Day at a Time’: Uma família cubana-americana e muito orgulho

O reboot da sitcom clássica, ‘One Day at a Time’, estreou em 2017 e rapidamente conquistou a crítica e o público. A série focava na família cubana-americana Alvarez, liderada pela matriarca Penélope. O programa foi elogiado por abordar temas importantes com humor e muito coração.
Uma das tramas centrais foi a jornada da filha adolescente, Elena, ao se assumir como lésbica para sua família. A série retratou o processo com uma sensibilidade incrível, mostrando as diferentes reações de sua mãe, avó e irmão. O relacionamento de Elena com sua namorade não-binárie, Syd, era absolutamente adorável.
‘One Day at a Time’ foi uma aula de como fazer uma sitcom familiar que é ao mesmo tempo engraçada, comovente e relevante. O cancelamento da série gerou uma campanha massiva dos fãs, que conseguiram salvá-la por mais uma temporada. Isso mostra o quanto a família Alvarez e suas histórias se tornaram importantes para o público.
‘Star Trek: Discovery’: Audaciosamente indo onde o amor nunca esteve antes

A franquia ‘Star Trek’ sempre esteve na vanguarda da representação, e ‘Discovery’ continuou essa tradição com orgulho. Lançada em 2017, a sétima série televisiva da saga introduziu o primeiro casal abertamente gay da história da franquia. O Tenente Paul Stamets e o Dr. Hugh Culber se tornaram personagens centrais.
Interpretados pelos atores gays Anthony Rapp e Wilson Cruz, o casal se destacou na trama de ficção científica. O relacionamento deles foi retratado como estável, amoroso e parte integral da vida na nave Discovery. A história de amor deles atravessou até mesmo as barreiras da vida e da morte.
A inclusão de Stamets e Culber foi um momento histórico e muito aguardado pelos fãs de ‘Star Trek’. A série honrou o legado de diversidade de Gene Roddenberry, expandindo-o para o século XXI. Eles provaram que, na fronteira final, o amor é a força mais poderosa do universo.
‘Fugitivos’: Super-heróis adolescentes em fuga e apaixonados

A série da Marvel ‘Fugitivos’ (‘Runaways’), que estreou em 2017, acompanhava um grupo de adolescentes que descobrem que seus pais são supervilões. Eles fogem de casa e precisam aprender a confiar uns nos outros para sobreviver. Em meio a essa jornada, sentimentos mútuos começam a florescer.
O romance entre Nico Minoru, uma bruxa gótica, e Karolina Dean, uma alienígena que brilha com as cores do arco-íris, foi um dos destaques. O relacionamento delas, que já existia nos quadrinhos, foi trazido para a tela com muito carinho. As atrizes Lyrica Okano e Virginia Gardner desenvolveram uma bela química.
A forma como o amor delas se desenvolveu, em meio ao caos e ao perigo, trouxe uma camada de esperança para a série. Elas se tornaram um porto seguro uma para a outra, mostrando a força do amor juvenil. Foi uma representação importante e muito celebrada dentro do Universo Cinematográfico Marvel.
‘Ellen’: A comédia que mudou a história da televisão

Exibida de 1994 a 1998, a sitcom ‘Ellen’ começou como uma comédia tradicional sobre a neurótica dona de uma livraria. No entanto, a série entrou para a história em 1997, quando a personagem Ellen se assumiu como lésbica. O evento coincidiu com a própria Ellen DeGeneres se assumindo publicamente.
O episódio, conhecido como “The Puppy Episode”, foi um evento cultural massivo, assistido por milhões de pessoas. Depois disso, a série passou a mostrar os problemas de Ellen com seus amigos, sua estranha família e sua vida diária como uma mulher gay. Foi um ato de coragem sem precedentes para a época.
Apesar de ter sido cancelada um ano depois, o impacto de ‘Ellen’ foi imensurável. A série abriu as portas para uma maior representatividade LGBTQ+ na televisão e mudou a percepção do público. Ellen DeGeneres se tornou um ícone, e seu ato de bravura nunca será esquecido.
‘Campeões’: Uma comédia sobre paternidade e grandes sonhos

A série de comédia ‘Campeões’ (‘Champions’), que estreou em 2018, teve uma vida curta, com apenas uma temporada. A trama girava em torno de um dono de academia machão que descobre ter um filho adolescente. Seu filho, Michael, é um jovem gay, talentoso e com grandes sonhos de se apresentar na Broadway.
O personagem de Michael, interpretado pela atriz trans Josie Totah (que se assumiu após a série), era a alma do programa. Ele era engraçado, confiante e absolutamente fabuloso, desafiando todos os estereótipos. A dinâmica entre ele e seu pai recém-descoberto era o principal motor cômico e emocional.
Apesar de seu cancelamento precoce, ‘Campeões’ foi uma comédia charmosa que apresentou um personagem jovem e gay de forma positiva e inspiradora. A performance de Josie Totah foi universalmente elogiada. Foi uma pequena joia que celebrou a importância de seguir seus sonhos, não importa o quão brilhantes eles sejam.