SBT utiliza IA para recriar voz de Marcelo Rezende e gera polêmica

SBT utiliza IA para recriar voz de Marcelo Rezende e gera polêmica

O uso de inteligência artificial para recriar a voz do jornalista Marcelo Rezende pelo SBT causou debates sobre ética e inovação tecnológica.

O SBT surpreendeu ao anunciar o uso de inteligência artificial para recriar a voz do icônico jornalista Marcelo Rezende. A iniciativa, que busca homenagear o apresentador falecido em 2017, gerou reações mistas entre o público e especialistas. Enquanto alguns elogiam a inovação tecnológica, outros questionam os limites éticos desse tipo de aplicação.

A tecnologia utilizada permite criar uma reprodução fiel da voz de Rezende, trazendo à tona memórias de sua atuação marcante na televisão brasileira. No entanto, o projeto também levantou preocupações sobre como a IA pode ser usada em contextos sensíveis, especialmente quando envolve figuras públicas que não estão mais vivas para consentir com tais iniciativas.

Essa abordagem do SBT reflete uma tendência crescente no uso de inteligência artificial no entretenimento, mas também evidencia os desafios éticos que acompanham essas inovações. A polêmica reacendeu debates sobre privacidade, direitos autorais e a moralidade de recriar vozes ou imagens de pessoas falecidas.

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A tecnologia por trás da recriação da voz

A base tecnológica para recriar a voz de Marcelo Rezende está no uso de modelos avançados de inteligência artificial, como redes neurais treinadas em amostras de áudio do apresentador. Esses modelos conseguem analisar padrões vocais e replicar com alta precisão o tom, ritmo e entonação característicos da voz original.

Essa tecnologia tem sido amplamente utilizada em diversas indústrias, desde assistentes virtuais até produções cinematográficas. No caso do SBT, o objetivo foi preservar a memória do jornalista e criar uma experiência emocional para os telespectadores. Contudo, a aplicação também trouxe à tona questões sobre a responsabilidade no uso dessas ferramentas.

Especialistas apontam que o uso de IA para recriar vozes humanas pode ser uma faca de dois gumes. Por um lado, oferece possibilidades criativas inéditas; por outro, pode ser explorado de forma inadequada, como na disseminação de deepfakes ou na manipulação de informações.

SBT utiliza IA para recriar voz de Marcelo Rezende e gera polêmica
A recriação da voz de Marcelo Rezende pelo SBT ilustra o avanço da inteligência artificial no entretenimento. (Imagem: Reprodução/Divulgação)

Reações do público e especialistas

A reação à iniciativa do SBT foi dividida. Muitos fãs de Marcelo Rezende elogiaram a homenagem, destacando o impacto emocional que ouvir sua voz novamente pode causar. Para esses admiradores, a tecnologia trouxe uma forma única de reviver momentos icônicos protagonizados pelo jornalista.

No entanto, críticos levantaram preocupações éticas sobre o uso da imagem e voz de pessoas falecidas sem consentimento prévio. Advogados especializados em direitos autorais alertam que iniciativas como essa podem abrir precedentes perigosos para o uso indevido da identidade de figuras públicas.

A discussão também se estendeu às redes sociais, onde usuários debateram os limites entre inovação e respeito à memória dos falecidos. Apesar das críticas, o SBT defendeu a decisão como uma forma respeitosa de homenagear um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro.

O futuro da IA no entretenimento

A utilização da inteligência artificial no entretenimento está apenas começando. Além da recriação de vozes, tecnologias semelhantes já estão sendo usadas para gerar imagens realistas, criar personagens digitais e até mesmo roteiros completos. Essas inovações prometem transformar profundamente a indústria nos próximos anos.

No entanto, especialistas destacam que é essencial estabelecer diretrizes éticas claras para evitar abusos. A falta de regulamentação específica sobre o uso dessas tecnologias pode levar a cenários problemáticos, como violações de privacidade ou manipulação midiática.

No caso do SBT, a experiência com a voz de Marcelo Rezende serve como um exemplo dos benefícios e desafios dessa nova era tecnológica. Cabe agora à sociedade e aos legisladores encontrar um equilíbrio entre inovação e responsabilidade ética.

Fonte: Época Negócios.