
Parar o Ozempic é fácil o difícil é o que vem depois
A verdade sobre o que acontece no seu corpo quando a medicação para emagrecer acaba.
Remédios para emagrecer como Ozempic e Wegovy se tornaram uma febre mundial, prometendo uma solução para a perda de peso. Nos Estados Unidos, por exemplo, dados mostram que a obesidade afeta cerca de 42% da população, um número alarmante. Muitos acreditam que apenas a força de vontade não é suficiente para vencer essa batalha, recorrendo a esses medicamentos como aliados.
A popularidade é tão grande que um em cada oito adultos americanos já utilizou algum tipo de droga para afinar a silhueta. No entanto, o que acontece quando a jornada com o remédio chega ao fim? Fatores como o alto custo, a dificuldade de encontrar os medicamentos e os efeitos colaterais levam muitas pessoas a interromper o uso.
Mas essa decisão, que parece simples, abre a porta para uma série de mudanças no corpo e na mente que pouca gente conhece. Entender o que vem depois é fundamental para se preparar e não ser pego de surpresa. A jornada para manter o peso pode ser tão desafiadora quanto a própria perda.
Medicamentos GLP-1: Entendendo como funcionam

Você já ouviu falar em medicamentos como Ozempic e Zepbound, não é mesmo? Eles pertencem a uma classe chamada agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon, ou simplesmente GLP-1. O nome é complicado, mas a função inicial era bem direta: controlar os níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2.
Essas substâncias imitam um hormônio natural do nosso corpo, ativando receptores nas células para provocar respostas biológicas específicas. Ao fazer isso, eles ajudam a regular a glicose, um mecanismo vital para quem convive com o diabetes. Foi assim que essa classe de medicamentos surgiu, com um foco bem definido na saúde metabólica.
Com o tempo, os médicos e pacientes começaram a notar um efeito “secundário” muito interessante. Além de controlar o açúcar, esses remédios também promoviam uma significativa perda de peso. O que era um tratamento para diabetes logo se tornou uma poderosa ferramenta contra a obesidade.
Como esses remédios atuam no emagrecimento

A magia por trás do emagrecimento com os medicamentos GLP-1 não está apenas no controle do açúcar. Eles também atuam diretamente no cérebro, reduzindo o apetite e aumentando a sensação de saciedade. Isso faz com que a pessoa sinta menos fome e se satisfaça com porções menores de comida.
Além disso, esses remédios retardam o esvaziamento do estômago, o que prolonga a sensação de estar “cheio” após uma refeição. Essa combinação de efeitos torna muito mais fácil seguir uma dieta com restrição calórica. Basicamente, o medicamento ajuda o corpo e a mente a trabalharem juntos para reduzir a ingestão de alimentos.
Por esses motivos, os medicamentos GLP-1 se tornaram uma opção eficaz não apenas para perder peso, mas também para manter os resultados a longo prazo. Eles oferecem um suporte bioquímico que torna a jornada de emagrecimento menos penosa. No entanto, esse suporte é dependente do uso contínuo do remédio.
O tratamento não foi feito para ser interrompido

É importante entender que os medicamentos GLP-1 não são uma cura, mas sim um tratamento contínuo para uma condição crônica, a obesidade. Eles não foram projetados para uso a curto prazo, como um antibiótico que se toma por uma semana. A ideia é que eles sejam usados de forma prolongada para gerenciar o peso.
Apesar dessa recomendação, a realidade é que muitas pessoas acabam parando o tratamento no meio do caminho. Os motivos são variados, indo desde o alto custo que pesa no bolso até a frustração de atingir um platô. Outros simplesmente param porque alcançaram o peso que desejavam e acreditam que não precisam mais.
Essa interrupção, no entanto, vai contra a própria natureza do tratamento. A obesidade é uma doença complexa e multifatorial, e o medicamento atua como um suporte constante. Retirar esse suporte sem um plano bem estruturado pode trazer de volta todos os desafios que levaram à busca pelo remédio em primeiro lugar.
O erro de abandonar o tratamento cedo demais

Um estudo recente trouxe um dado preocupante que ilustra bem esse problema. A pesquisa descobriu que a maioria das pessoas para de tomar os medicamentos com GLP-1 logo nos primeiros três meses. Esse período é simplesmente muito curto para que os efeitos completos do tratamento se manifestem de forma estável.
Nesses primeiros meses, o corpo ainda está se adaptando à medicação e os resultados de perda de peso estão apenas começando. Interromper o uso tão cedo é como abandonar um barco antes que ele chegue ao seu destino. Você pode até ter navegado um pouco, mas não completou a viagem.
Essa desistência precoce impede que a pessoa colha os benefícios a longo prazo e a deixa vulnerável a recuperar todo o peso perdido. É um ciclo frustrante que pode minar a confiança e a motivação. A falta de tempo para a adaptação do corpo e da mente é um dos principais sabotadores do sucesso.
A importância de conversar com seu médico antes de parar

Apesar de a maioria dos especialistas considerar os medicamentos GLP-1 seguros para quem deseja parar, essa não é uma decisão para ser tomada sozinho. É absolutamente fundamental informar o seu médico antes de interromper o uso. Ele é a pessoa mais qualificada para te guiar nesse processo de transição.
O médico poderá avaliar o seu caso individualmente e criar um plano para minimizar os efeitos da interrupção. Isso pode incluir ajustes na sua dieta, um novo plano de exercícios ou até mesmo a consideração de outras terapias. Agir por conta própria é arriscado e pode desfazer todo o progresso conquistado.
Pense no médico como seu parceiro estratégico nesta jornada. Ele te ajudou a começar o tratamento e deve te ajudar a finalizá-lo ou ajustá-lo da maneira mais segura e eficaz possível. Essa conversa é um passo crucial para garantir que sua saúde continue sendo a prioridade.
Recuperação do peso: O efeito rebote que todos temem

Vamos direto ao ponto mais temido: sim, a recuperação do peso é uma realidade para muitas pessoas que param de tomar medicamentos com GLP-1. Diversas pesquisas confirmam que, uma vez que o suporte do remédio é retirado, o corpo tende a voltar ao seu estado anterior. É o famoso e frustrante efeito sanfona.
Um estudo marcante acompanhou pessoas que pararam de usar a semaglutida (princípio ativo do Ozempic e Wegovy). Um ano após a interrupção, os participantes haviam recuperado, em média, dois terços do peso que tinham perdido. Esse dado mostra o quão poderoso é o efeito do medicamento e o quão desafiador é manter os resultados sem ele.
Essa recuperação de peso não é um sinal de fracasso ou falta de força de vontade. É uma resposta biológica complexa à ausência da substância que estava regulando o apetite e o metabolismo. Entender isso é o primeiro passo para não se culpar e buscar estratégias eficazes para mitigar esse efeito.
Por que o corpo não se acostuma sem o remédio

Para entender por que o peso volta, precisamos olhar para a nossa biologia. Nosso corpo produz naturalmente hormônios como o GIP e o GLP-1, que são responsáveis por controlar a insulina e o açúcar no sangue. Esses hormônios são peças-chave no quebra-cabeça do nosso metabolismo.
Medicamentos como o Ozempic funcionam “potencializando” a ação desses hormônios, mas eles não ensinam o corpo a produzir mais deles ou a funcionar de forma diferente por conta própria. Eles são como um par de óculos que ajuda você a enxergar melhor, mas não corrigem sua visão permanentemente. Ao tirá-los, a dificuldade de enxergar volta.
Dessa forma, quando você para de tomar o remédio, o suporte extra desaparece e seu corpo volta a operar com suas configurações originais. Se essas configurações já levavam ao ganho de peso antes, é muito provável que elas o façam novamente. Não há uma mudança permanente na fisiologia, apenas um auxílio enquanto a medicação está ativa no sistema.
O retorno do apetite voraz

Uma das primeiras e mais impactantes mudanças que você sentirá ao parar o remédio para emagrecer é o retorno do seu apetite. Aquela sensação de saciedade prolongada e a falta de interesse por comida tendem a desaparecer. Seu apetite provavelmente voltará a ser exatamente como era antes de você começar o tratamento.
Isso acontece porque o medicamento estava suprimindo os sinais de fome enviados pelo seu cérebro. Sem essa supressão, os sinais voltam a ser transmitidos com a mesma intensidade de antes. É uma mudança brusca que pode ser difícil de gerenciar, especialmente se você se acostumou a comer menos sem esforço.
Essa volta do apetite é um dos principais motores do reganho de peso. De repente, você se vê pensando em comida o tempo todo e sentindo uma necessidade física de comer mais. Estar ciente de que isso vai acontecer é crucial para desenvolver estratégias de enfrentamento.
O cérebro e a volta dos velhos hábitos

Muitas pessoas esperam que, após um tempo usando o medicamento, o cérebro se “acostume” a desejar menos comida, mas não é assim que funciona. As pesquisas sugerem que os remédios para perda de peso não treinam novamente o cérebro a resistir aos alimentos. Eles simplesmente colocam esses desejos em modo de espera.
Quando você para de tomar a medicação, é como se apertasse o “play” novamente nesses impulsos. Os caminhos neurais associados ao prazer de comer e aos desejos por alimentos específicos continuam lá, intactos. O remédio não os apaga, apenas os silencia temporariamente.
Isso significa que a luta contra os desejos e os velhos hábitos alimentares retorna. A disciplina e as estratégias comportamentais, que talvez tenham ficado em segundo plano durante o tratamento, agora se tornam essenciais. O verdadeiro trabalho de mudança de mentalidade começa quando o suporte químico é retirado.
A sensação de fome que parece não ter fim

Após interromper o uso de medicamentos para emagrecer, você pode notar que sente fome muito mais cedo e com mais frequência. Aquele intervalo confortável entre as refeições, que talvez tenha se estendido durante o tratamento, tende a encurtar. Isso aumenta a probabilidade de você comer mais vezes ao longo do dia.
Além disso, a quantidade de comida necessária para se sentir satisfeito também pode aumentar. Sem o efeito do remédio que retarda o esvaziamento gástrico, o estômago se esvazia mais rápido. Com o tempo, isso pode levar a um consumo de porções maiores para atingir o mesmo nível de saciedade de antes.
Esse ciclo pode ser perigoso, pois o estômago é um órgão elástico. Comer porções maiores consistentemente pode “esticá-lo”, fazendo com que você precise de cada vez mais comida para se sentir cheio. É uma bola de neve que contribui diretamente para a recuperação do peso.
O paladar pode voltar a ser o que era antes

Uma mudança sutil, mas interessante, que pode ocorrer é no seu paladar. Algumas pessoas relatam que, ao parar de tomar esses remédios, notam uma alteração no sabor dos alimentos. Aquilo que antes parecia doce ou salgado demais pode voltar a ser extremamente apetitoso.
Isso acontece porque os medicamentos GLP-1 parecem aumentar a sensibilidade gustativa em algumas pessoas. Com o paladar mais apurado, a necessidade de sabores intensos, como os de alimentos ultraprocessados, diminui. Você se contenta com sabores mais suaves e naturais.
No entanto, quando o efeito do medicamento cessa, essa sensibilidade pode retornar ao normal. O resultado é que aquele pedaço de bolo ou aquele salgadinho voltam a ter um apelo muito maior. É mais um desafio a ser enfrentado na jornada para manter um estilo de vida saudável.
Os desejos por comida podem retornar com força

Um dos maiores benefícios relatados por usuários de Ozempic é a supressão dos desejos por comidas específicas, os famosos “cravings”. O remédio parece desligar aquela vozinha que fica pedindo por chocolate, pizza ou batata frita. Esse alívio mental é um grande aliado na perda de peso.
Infelizmente, esse efeito é totalmente dependente da presença do medicamento no organismo. Assim que você para de tomá-lo, é muito provável que esses desejos intensos retornem. A “trégua” acaba, e a batalha contra os impulsos alimentares recomeça.
Lidar com o retorno desses desejos pode ser psicologicamente desgastante. Exige um novo nível de planejamento e autocontrole para não ceder. Ter lanches saudáveis à mão e evitar ter “gatilhos” em casa torna-se uma estratégia fundamental mais uma vez.
O “ruído alimentar” está de volta

Você já ouviu falar no termo “ruído alimentar”? Ele descreve a experiência de ter pensamentos constantes e intrusivos sobre comida. É como uma conversa interna que não para, planejando a próxima refeição, pensando no que você “pode” ou “não pode” comer, e lutando contra a vontade de beliscar.
Medicamentos como Ozempic e Mounjaro são extremamente eficazes em silenciar esse ruído, liberando espaço mental para outras atividades. Muitos usuários descrevem essa paz como um dos efeitos mais libertadores do tratamento. A comida deixa de ser o centro das atenções.
Contudo, quando a medicação é interrompida, esse barulho mental pode retornar com toda a força. A mente volta a ser ocupada por pensamentos sobre comida, o que pode ser exaustivo e estressante. É um lembrete de que a relação com a comida é profundamente psicológica, não apenas física.
Sua saúde mental pode ser afetada

A ligação entre os medicamentos GLP-1 e a saúde mental é uma área que ainda está sendo explorada pelos cientistas. No entanto, já existem algumas pistas interessantes sobre essa conexão. A jornada de parar o remédio pode, para alguns, trazer à tona questões emocionais.
Alguns estudos com pessoas com diabetes mostraram que elas eram menos propensas a sentir ansiedade ou depressão enquanto tomavam esses remédios. Isso sugere que a medicação pode ter um efeito estabilizador no humor. Consequentemente, ao parar o tratamento, esses problemas de saúde mental podem retornar ou se intensificar.
É um efeito que precisa ser monitorado de perto. Se você notar mudanças significativas no seu humor, como aumento da ansiedade, irritabilidade ou sentimentos de tristeza, é crucial procurar ajuda. A saúde mental é tão importante quanto a saúde física.
O impacto emocional de recuperar o peso

Além dos efeitos diretos do medicamento, há também o impacto psicológico dos efeitos colaterais da interrupção. O retorno do peso, a volta dos desejos e o barulho alimentar podem ser um grande gatilho emocional. Muitas pessoas podem experimentar um mau humor significativo durante essa fase.
Ver os números na balança subindo novamente pode gerar sentimentos de fracasso, vergonha e desesperança. É como se todo o esforço e investimento tivessem sido em vão. Essa montanha-russa emocional pode ser extremamente prejudicial para a autoestima e a motivação.
É fundamental ser gentil consigo mesmo nesse processo e entender que o reganho de peso é uma resposta biológica, não uma falha de caráter. Buscar apoio de amigos, familiares ou um terapeuta pode fazer toda a diferença. Você não precisa passar por isso sozinho.
Cuidado com os picos de insulina

É crucial lembrar a origem desses medicamentos. Mounjaro e Ozempic foram inicialmente aprovados para o tratamento de diabetes, pois são excelentes para ajudar a controlar os níveis de insulina. Esse benefício é perdido quando o uso é interrompido.
Pessoas que param de usar remédios GLP-1, especialmente aquelas com pré-diabetes ou diabetes, podem experimentar picos nos níveis de glicose no sangue. O corpo, sem o auxílio do medicamento, pode ter dificuldade em gerenciar o açúcar ingerido. Isso representa um risco significativo para a saúde metabólica.
Monitorar os níveis de glicose de perto e trabalhar com um médico para ajustar a dieta e talvez outras medicações é vital. Ignorar essa questão pode levar a complicações sérias a longo prazo. A gestão do açúcar no sangue deve voltar a ser uma prioridade máxima.
Desconforto gastrointestinal na retirada

Lembra daqueles efeitos colaterais gastrointestinais que muitos sentem ao começar a tomar o remédio? Pois é, eles podem dar as caras novamente quando você para. O corpo, que se ajustou à presença da medicação, agora precisa se readaptar à sua ausência.
Durante essa fase de “desmame”, não é incomum sentir náuseas, diarreia, constipação ou outros desconfortos abdominais. É o sistema digestivo tentando encontrar um novo equilíbrio. Felizmente, para a maioria das pessoas, esses sintomas são temporários.
Ter paciência e manter uma dieta leve pode ajudar a aliviar esses problemas. Hidratação adequada também é fundamental. É mais uma prova de que a interrupção do tratamento é um processo que envolve o corpo como um todo.
Quanto tempo o corpo leva para se desintoxicar

Uma pergunta comum é: quanto tempo o remédio fica no meu corpo? Pode levar de 25 a 30 dias para que os medicamentos GLP-1 sejam completamente eliminados do seu sistema. Durante todo esse período, você pode continuar sentindo alguns efeitos, tanto positivos quanto negativos.
Isso significa que a transição não é imediata. Você pode continuar a sentir os efeitos colaterais gastrointestinais, por exemplo, por várias semanas. É importante estar ciente dessa janela de tempo para não se preocupar desnecessariamente.
No entanto, se as reações adversas persistirem além desse período de um mês, é hora de agir. Consulte seu médico para investigar se não há outra causa para os sintomas. A comunicação contínua com um profissional de saúde é sua maior aliada.
Aumento dos níveis de colesterol

A perda de peso geralmente traz uma melhora significativa nos marcadores de saúde, incluindo os níveis de colesterol. No entanto, esses benefícios podem ser revertidos se o peso for recuperado. É mais uma consequência do efeito sanfona que precisa de atenção.
Um estudo realizado pela Novo Nordisk, a fabricante do Ozempic, confirmou essa preocupação. Pessoas que tomaram semaglutida por 68 semanas e depois pararam tiveram um aumento nos seus níveis de colesterol. Isso mostra que os benefícios cardiovasculares estão diretamente ligados à manutenção do peso perdido.
Monitorar o colesterol através de exames de sangue regulares após parar a medicação é uma medida prudente. Isso permite que você e seu médico tomem medidas proativas, como ajustes na dieta e exercícios. Manter a saúde do coração em dia é fundamental.
Alterações na pressão arterial

De forma semelhante ao colesterol, a pressão arterial também tende a melhorar com a perda de peso. A redução da gordura corporal alivia a carga sobre o sistema cardiovascular. Infelizmente, esse é outro benefício que pode ser perdido.
Ao parar o medicamento e potencialmente recuperar o peso, podem ocorrer mudanças na sua pressão arterial. Ela pode voltar a subir para os níveis anteriores ao tratamento. Isso reforça a importância de um acompanhamento médico contínuo.
Realizar exames regulares com seu médico para verificar a pressão arterial é essencial. Manter esse indicador sob controle é crucial para prevenir doenças cardíacas e outros problemas de saúde graves. Não negligencie esse aspecto da sua saúde após a interrupção do remédio.
Um ponto positivo para quem tem SOP

Em meio a tantas notícias preocupantes, há um vislumbre de esperança para um grupo específico: mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Um estudo trouxe resultados animadores para pacientes com SOP e obesidade. A pesquisa analisou os efeitos da semaglutida combinada com metformina.
As participantes do estudo não só alcançaram uma perda de peso significativa, como também viram uma diminuição nos níveis de testosterona livre, um marcador chave na SOP. O mais surpreendente veio depois. Dois anos após pararem de tomar a semaglutida, o peso e os níveis de testosterona livre permaneceram significativamente mais baixos.
Esses resultados sugerem que, para este grupo específico, o tratamento pode ter efeitos mais duradouros, talvez reajustando alguns desequilíbrios hormonais de forma mais permanente. É uma descoberta promissora que merece mais investigação. Para mulheres com SOP, essa pode ser uma notícia muito bem-vinda.
Mudanças na absorção de nutrientes

A saúde do nosso intestino é fundamental para o bem-estar geral, e os remédios para emagrecer podem influenciá-la. Algumas pesquisas indicam que esses medicamentos podem alterar a composição das bactérias que vivem no nosso intestino. Essa comunidade de microrganismos é conhecida como flora ou microbiota intestinal.
Quando você interrompe o uso desses medicamentos, pode ocorrer uma nova mudança na sua flora intestinal. O equilíbrio de bactérias que se estabeleceu durante o tratamento pode ser desfeito. Essa alteração pode ter um impacto direto em várias funções do corpo.
Uma das principais consequências é a forma como seu corpo absorve os nutrientes e digere os alimentos. Mudanças na microbiota podem afetar a digestão e até mesmo o seu sistema imunológico. Cuidar da saúde intestinal com uma dieta rica em fibras e probióticos torna-se ainda mais importante nessa fase.
Evite o efeito “io-iô” com os remédios

No passado, a visão sobre os medicamentos para emagrecer era diferente, sendo indicados apenas para uso a curto prazo. Hoje, a medicina entende a obesidade como uma doença crônica, que muitas vezes requer tratamento ao longo da vida. Essa mudança de perspectiva é fundamental.
Por isso, a prática de interromper e voltar a tomar remédios com GLP-1 não é recomendada. Esse ciclo de “para e volta” pode aumentar a probabilidade de você sentir os efeitos colaterais gastrointestinais a cada reinício. Além disso, pode ser psicologicamente desgastante e ineficaz a longo prazo.
A abordagem mais segura e sustentável é ver o tratamento como algo contínuo, a menos que seja orientado de outra forma pelo seu médico. Se você precisar parar, o ideal é que seja uma transição planejada e definitiva. O efeito “io-iô” com a medicação pode ser tão prejudicial quanto o efeito sanfona com o peso.
Visite seu médico para um plano de transição

Se você está considerando seriamente parar de tomar a medicação para perder peso, o primeiro passo é marcar uma consulta. Converse abertamente com seu médico sobre seus motivos e preocupações. Juntos, vocês podem criar um plano de transição seguro e personalizado.
Esse plano deve ir além da simples interrupção do remédio. Ele precisa incluir ajustes detalhados na sua nutrição e no seu estilo de vida. O objetivo é criar novos suportes que substituam o suporte que o medicamento oferecia.
Sem um plano, você estará navegando em águas turbulentas sem um mapa. A orientação profissional é o que vai te ajudar a antecipar os desafios e a ter as ferramentas certas para enfrentá-los. Não subestime o poder de um bom planejamento.
Considere outras opções de tratamento

Se os medicamentos GLP-1 não se mostraram adequados para você por algum motivo, não desanime. Talvez o custo seja proibitivo ou os efeitos colaterais sejam intoleráveis. Isso não significa que não existam outras opções para o seu caso.
O campo do tratamento da obesidade está em constante evolução, e existem outras classes de medicamentos e terapias disponíveis. A melhor pessoa para te apresentar essas alternativas é o seu médico. Ele conhece seu histórico e pode indicar o caminho mais apropriado.
Não hesite em conversar abertamente sobre suas dificuldades e perguntar sobre outras formas de remédios para combater a obesidade. O importante é encontrar uma estratégia de longo prazo com a qual você possa se comprometer. A jornada é sua, mas você não precisa fazê-la sem as ferramentas certas.
Faça da dieta sua principal aliada

Ao suspender a medicação com GLP-1, sua dieta se torna a ferramenta mais poderosa que você tem. É hora de focar em um plano alimentar que apoie ativamente o controle do açúcar no sangue e a manutenção do peso. A alimentação deixa de ser coadjuvante e vira protagonista.
Priorize alimentos ricos em fibras, como vegetais, frutas e grãos integrais, que ajudam na saciedade. Inclua boas fontes de proteína magra em todas as refeições para construir músculos e manter o metabolismo ativo. Evite açúcares refinados e alimentos ultraprocessados, que podem causar picos de glicose e inflamação.
Pense na sua dieta não como uma restrição temporária, mas como um novo estilo de vida. Aprender a cozinhar refeições saudáveis e saborosas é uma habilidade que te servirá para sempre. É um investimento na sua saúde que trará retornos duradouros.
Mantenha um diário alimentar

Uma ferramenta simples, mas extremamente eficaz, é o diário alimentar. Manter um registro do que você come, quando come e como se sente pode te dar uma clareza incrível. É uma forma de trazer consciência para os seus hábitos alimentares.
Use o diário para registrar o retorno de quaisquer desejos, o aumento do apetite ou os tipos de alimentos que você está procurando. Isso pode te ajudar a identificar gatilhos e padrões que antes passavam despercebidos. Por exemplo, você pode notar que sente mais vontade de doces quando está estressado.
Com essa informação em mãos, fica muito mais fácil criar estratégias para lidar com esses desafios. O diário não é uma ferramenta de julgamento, mas sim de autoconhecimento. Ele te capacita a tomar decisões mais informadas sobre sua alimentação.
Incorpore o exercício na sua rotina

Se a dieta é um pilar, o exercício físico é o outro pilar fundamental para sustentar seus resultados. Incorporar a atividade física de forma consistente em sua vida é essencial. Isso ajuda a atenuar a recuperação do peso ao parar de tomar os medicamentos.
O exercício não só queima calorias, mas também ajuda a construir massa muscular, o que acelera o metabolismo. Além disso, tem inúmeros benefícios para a saúde mental, ajudando a combater a ansiedade e a melhorar o humor. É um antídoto natural para muitos dos desafios emocionais da interrupção do tratamento.
Encontre uma atividade que você goste para que seja mais fácil manter a consistência. Seja caminhada, dança, musculação ou natação, o importante é se mover. A combinação de uma dieta saudável com exercícios regulares é a fórmula mais poderosa para o sucesso a longo prazo.