Primeira morte por gripe aviária nos EUA levanta preocupações
A primeira morte humana causada pelo vírus H5N1 foi confirmada nos Estados Unidos. Autoridades destacam que o risco de transmissão entre humanos permanece baixo.
Os Estados Unidos registraram a primeira morte humana relacionada à gripe aviária, conforme anunciado pelo Departamento de Saúde da Louisiana. O caso ocorreu com um paciente idoso, com mais de 65 anos, que apresentava condições médicas subjacentes e contraiu o vírus H5N1 após exposição a aves domésticas e silvestres. Ele foi hospitalizado em dezembro devido a problemas respiratórios graves.
O vírus H5N1, responsável pela infecção, é conhecido por sua alta patogenicidade em aves e já causou surtos significativos em diversas partes do mundo. Apesar disso, as autoridades de saúde dos EUA reforçaram que o risco de transmissão entre humanos continua sendo considerado baixo, não havendo evidências de contágio direto entre pessoas.
Especialistas alertam, no entanto, para a importância da vigilância genômica e do monitoramento contínuo para evitar possíveis mutações que possam aumentar a transmissibilidade do vírus entre humanos. A experiência adquirida com pandemias anteriores, como a Covid-19, tem sido utilizada para fortalecer essas medidas.
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O impacto do H5N1 na saúde pública
A gripe aviária é causada por diferentes subtipos do vírus influenza, sendo o H5N1 um dos mais preocupantes devido à sua alta taxa de mortalidade em aves e potencial impacto na saúde humana. Desde sua descoberta em 1996 na China, o vírus tem se espalhado globalmente, afetando principalmente aves domésticas e silvestres.
No caso registrado nos EUA, análises genéticas revelaram mutações no genoma viral associadas a uma maior afinidade pelas células humanas. Essas alterações podem ter contribuído para a severidade da infecção no paciente da Louisiana. No entanto, tais mutações não foram detectadas nos animais que transmitiram o vírus ao paciente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado sobre a necessidade de medidas rigorosas de biossegurança em granjas e locais com alta concentração de aves. Além disso, recomenda-se o monitoramento constante de surtos para evitar que o vírus se adapte ainda mais aos humanos.
Preocupações econômicas e sanitárias
A disseminação do H5N1 também traz implicações econômicas significativas. Setores como a avicultura enfrentam desafios devido à necessidade de abater aves infectadas ou expostas ao vírus, causando prejuízos financeiros consideráveis. Além disso, surtos podem levar à redução do consumo interno e das exportações de produtos avícolas.
No Brasil, por exemplo, autoridades têm reforçado medidas preventivas para evitar a entrada do vírus no território nacional. O país é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo e qualquer surto poderia impactar diretamente sua economia e segurança alimentar.
Apesar das dificuldades econômicas associadas ao controle da gripe aviária, especialistas ressaltam que os esforços devem priorizar a proteção da saúde pública e animal. O fortalecimento das políticas de biossegurança é essencial para minimizar os impactos futuros.
O futuro da vigilância contra pandemias
A possibilidade de novas pandemias relacionadas ao H5N1 preocupa cientistas devido à falta de imunidade prévia na população humana contra esse tipo específico de vírus influenza. Embora o risco atual seja considerado baixo, mutações futuras podem alterar esse cenário.
Nos Estados Unidos, vacinas contra cepas anteriores do H5N1 já estão disponíveis e estudos estão em andamento para desenvolver imunizantes mais eficazes contra variantes emergentes. A vigilância genômica desempenha um papel crucial nesse processo, permitindo identificar rapidamente mudanças no comportamento do vírus.
No contexto global, a cooperação entre países é fundamental para monitorar surtos e compartilhar informações sobre o curso do patógeno. A experiência adquirida com a pandemia de Covid-19 tem sido uma aliada importante nesse esforço conjunto para prevenir crises sanitárias futuras.
Fonte: Metrópoles.