Estudo revela que o jejum intermitente pode impactar negativamente o crescimento do cabelo, enquanto oferece vantagens metabólicas significativas.

O jejum intermitente tem ganhado popularidade como uma estratégia eficaz para perda de peso e melhora da saúde metabólica. Contudo, uma nova pesquisa trouxe à tona um efeito inesperado: a redução na velocidade de crescimento capilar. Publicado na revista científica Cell, o estudo conduzido por cientistas da Universidade de Westlake, na China, investigou como essa prática afeta o ciclo de regeneração dos folículos capilares.

Os pesquisadores descobriram que períodos prolongados de restrição calórica, característicos do jejum intermitente, podem manter os folículos capilares em uma fase de repouso mais longa. Essa alteração foi observada inicialmente em camundongos submetidos a regimes de jejum, mas também foi detectada em humanos, embora de forma menos acentuada.

Apesar disso, especialistas enfatizam que os benefícios metabólicos do jejum intermitente continuam sendo relevantes. A pesquisa destaca a necessidade de um equilíbrio entre as vantagens e os possíveis efeitos colaterais dessa prática alimentar.

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Impacto do jejum no ciclo capilar

O crescimento do cabelo segue um ciclo natural dividido em fases de repouso e atividade. Durante o jejum intermitente, as células-tronco dos folículos capilares enfrentam um ambiente de estresse oxidativo devido à mudança metabólica do uso de glicose para gordura como fonte de energia. Esse processo pode prejudicar a ativação das células responsáveis pela regeneração capilar.

No estudo com camundongos, aqueles submetidos a regimes de jejum parcial apresentaram apenas uma recuperação parcial dos pelos após três meses, enquanto os que tinham acesso irrestrito à comida recuperaram a maior parte em menos tempo. Em humanos, foi constatada uma redução de 18% na velocidade do crescimento capilar em adultos jovens que praticavam jejum diário com 18 horas de restrição alimentar.

Ainda que os efeitos sejam mais sutis nos humanos devido às diferenças no metabolismo e no ciclo capilar, os resultados levantam questões sobre como o jejum pode impactar outros tecidos sensíveis do corpo.

Benefícios e desafios do jejum intermitente

Embora o impacto no crescimento capilar gere preocupações, o jejum intermitente continua sendo associado a inúmeros benefícios à saúde. Ele é conhecido por melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir inflamações e até favorecer a remissão do diabetes tipo 2 em condições controladas. Além disso, estudos sugerem que essa prática pode influenciar positivamente funções cerebrais e promover a renovação celular por meio da autofagia.

No entanto, alguns riscos também foram identificados. Além da possível redução no crescimento capilar, há relatos de aumento na formação de cálculos biliares e alterações cardiovasculares em certos contextos. Esses fatores reforçam a importância de acompanhamento médico ao adotar regimes alimentares restritivos.

A dieta equilibrada desempenha um papel crucial para minimizar os impactos negativos. Alimentos ricos em proteínas, ferro, zinco e gorduras saudáveis ajudam a manter a saúde dos cabelos e das unhas durante períodos de restrição calórica.

Caminhos para estudos futuros

A pesquisa abre portas para novas investigações sobre como diferentes tecidos do corpo respondem ao jejum intermitente. Estudos futuros podem explorar temas como cicatrização de feridas ou estratégias para proteger as células-tronco dos folículos capilares contra estresses metabólicos.

Além disso, ensaios clínicos maiores seriam úteis para identificar grupos específicos mais suscetíveis aos efeitos adversos do jejum. Por enquanto, os cientistas recomendam monitorar mudanças no cabelo e consultar profissionais da saúde ao adotar essa prática alimentar.

A mensagem principal é que cada abordagem alimentar tem seus prós e contras. Com mais evidências científicas surgindo, será possível tomar decisões mais informadas sobre como integrar o jejum intermitente aos objetivos pessoais de saúde.

Fonte: Earth.com.