Consumo de álcool: Novo alerta evidência riscos para a saúde
O cirurgião-geral dos EUA declara que não há nível seguro para o consumo de álcool, destacando sua ligação direta com diversos tipos de câncer.
O consumo de álcool foi recentemente classificado como um dos principais fatores de risco evitáveis para o desenvolvimento de câncer, segundo um novo alerta do cirurgião-geral dos Estados Unidos. Este posicionamento reforça que mesmo pequenas quantidades podem aumentar as chances de desenvolver doenças graves, como câncer de mama, boca e fígado. A mensagem é clara: não existe um nível seguro de consumo.
Estudos científicos revisados pelo órgão apontam que o álcool é responsável por cerca de 100 mil casos de câncer e 20 mil mortes relacionadas à doença anualmente nos EUA. Além disso, os mecanismos pelos quais o álcool contribui para esses riscos incluem danos ao DNA, alterações hormonais e aumento na absorção de carcinógenos.
Embora anteriormente se acreditasse que o consumo moderado pudesse trazer benefícios à saúde cardiovascular, novas evidências contestam essa visão. O foco agora está em alertar a população sobre os perigos associados ao álcool, mesmo em pequenas quantidades.
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Álcool como carcinógeno: O que dizem os estudos
A relação entre o consumo de álcool e o câncer é amplamente documentada na literatura científica. Segundo o relatório, sete tipos de câncer estão diretamente ligados ao uso da substância, incluindo cânceres no esôfago, cólon e garganta. Para mulheres, o risco de câncer de mama pode aumentar com menos de uma dose diária.
Os dados são alarmantes: em 2019, cerca de 17% das mortes por câncer relacionadas ao álcool ocorreram dentro dos limites considerados “moderados” pelas diretrizes alimentares dos EUA. Isso reforça a necessidade urgente de reavaliar as recomendações atuais sobre consumo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia alertado que nenhum nível de consumo é completamente seguro. Estudos recentes também indicam que os efeitos nocivos do álcool vão além do câncer, afetando a saúde cardiovascular e aumentando o risco geral de mortalidade.
Mudanças nas diretrizes e rótulos informativos
Diante dessas descobertas, o cirurgião-geral propôs mudanças significativas na rotulagem das bebidas alcoólicas. Atualmente, os rótulos alertam apenas sobre riscos como dirigir alcoolizado ou consumir durante a gravidez. A proposta é incluir informações claras sobre os riscos relacionados ao câncer.
Especialistas acreditam que tais medidas podem ajudar a aumentar a conscientização pública. Pesquisas mostram que menos da metade dos americanos reconhece o álcool como um fator de risco para o câncer, apesar das evidências científicas robustas que comprovam essa ligação.
A implementação dessas mudanças depende, no entanto, de ações legislativas. Ainda assim, o alerta representa um passo importante para informar melhor os consumidores sobre os perigos do consumo regular ou excessivo.
Impactos sociais e culturais do consumo de álcool
A relação entre álcool e cultura apresenta desafios adicionais para a implementação dessas recomendações. O consumo está profundamente enraizado em tradições sociais e culturais ao redor do mundo, dificultando mudanças significativas nos hábitos da população.
No entanto, especialistas enfatizam que reduzir o consumo pode trazer benefícios imediatos e a longo prazo para a saúde pública. Campanhas educativas e políticas públicas eficazes são essenciais para promover escolhas mais saudáveis entre os indivíduos.
A mensagem central do alerta é clara: quanto menos álcool consumido, menor será o risco à saúde. Mesmo pequenas reduções no consumo podem ter impactos positivos significativos na prevenção do câncer e outras doenças graves.
Fonte: Science Alert.