Chocolate amargo pode reduzir risco de diabetes tipo 2, aponta estudo
Pesquisa de Harvard revela que o consumo moderado de chocolate amargo está associado a uma redução significativa no risco de diabetes tipo 2.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard revelou que o consumo regular de chocolate amargo pode estar relacionado a uma redução de até 21% no risco de desenvolver diabetes tipo 2. A pesquisa, publicada no periódico científico BMJ, acompanhou mais de 192 mil pessoas ao longo de 25 anos, analisando hábitos alimentares e saúde metabólica.
O diferencial do chocolate amargo está na alta concentração de flavonoides, compostos antioxidantes e anti-inflamatórios presentes no cacau. Esses elementos ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina, fator crucial para a prevenção do diabetes. Por outro lado, o chocolate ao leite não apresentou benefícios similares e foi associado ao ganho de peso.
A análise mostrou que cinco porções semanais de chocolate – cerca de 140 gramas no total – foram suficientes para reduzir em 10% o risco geral da doença. No caso do chocolate amargo, o impacto foi ainda mais expressivo, reforçando sua eficácia como aliado na saúde metabólica.
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Como o estudo foi conduzido
A pesquisa utilizou dados dos estudos “Nurses’ Health” e “Health Professionals Follow-up”, que monitoraram profissionais da saúde por décadas. Os participantes relataram seus hábitos alimentares a cada quatro anos, incluindo o consumo de diferentes tipos de chocolate. Aqueles sem histórico prévio de diabetes, doenças cardíacas ou câncer foram incluídos na análise.
No total, quase 19 mil participantes desenvolveram diabetes tipo 2 durante o período do estudo. Após ajustes para fatores como dieta geral, estilo de vida e índice de massa corporal (IMC), os pesquisadores identificaram que o consumo moderado de chocolate estava associado a um menor risco da doença.
Quando os dados foram refinados para diferenciar entre tipos de chocolate, ficou evidente que o chocolate amargo, rico em cacau e flavonoides, proporcionava benefícios únicos. Já o chocolate ao leite mostrou-se menos eficaz e ainda contribuiu para o aumento de peso.
Por que o chocolate amargo é mais benéfico?
A composição do chocolate amargo, com maior teor de cacau e menor quantidade de açúcar, é um dos principais fatores por trás dos benefícios observados. Os flavonoides presentes no cacau possuem propriedades antioxidantes que ajudam a reduzir inflamações e melhorar a circulação sanguínea.
Além disso, esses compostos auxiliam na regulação da insulina, prevenindo picos glicêmicos que podem levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. Em contraste, o chocolate ao leite, com maior teor calórico e menor concentração de cacau, não oferece os mesmos efeitos protetores.
Os pesquisadores também observaram um efeito dose-dependente: cada porção adicional semanal de chocolate amargo foi associada a uma redução adicional de 3% no risco da doença. Isso reforça a importância do consumo moderado e regular desse alimento.
Cautela no consumo é essencial
Apesar dos resultados promissores, especialistas alertam que o consumo excessivo – mesmo do chocolate amargo – pode levar ao ganho de peso e anular seus benefícios à saúde metabólica. O estudo enfatiza que as porções recomendadas são fundamentais para equilibrar os efeitos positivos e negativos.
Ainda assim, os autores destacam que os resultados são baseados em análises observacionais. Isso significa que outros fatores, como genética ou estilo de vida geral dos participantes, podem ter influenciado os dados. Ensaios clínicos controlados serão necessários para confirmar os achados.
A mensagem principal é clara: incorporar pequenas porções de chocolate amargo em uma dieta equilibrada pode trazer benefícios significativos à saúde metabólica. No entanto, escolhas conscientes sobre qualidade e quantidade são indispensáveis para evitar riscos associados ao excesso calórico.
Fonte: Super Interessante.