
A estranha magia dos filmes que amamos odiar
Existem filmes que desafiam a lógica e, por alguma razão inexplicável, conquistam nosso coração.
Sabe aquele filme que, objetivamente, você sabe que é ruim, mas não consegue parar de assistir? Todos nós temos um desses, uma obra que se torna um prazer culposo. A linha entre o “apenas ruim” e o “tão ruim que fica bom” é tênue e fascinante.
O que transforma um desastre cinematográfico em um clássico cult é um verdadeiro mistério. Pode ser o roteiro absurdo, as atuações exageradas ou simplesmente o quão deliciosamente brega tudo aquilo é. No fim das contas, a razão nem importa tanto quanto a diversão que eles nos proporcionam.
Essas pérolas do cinema são leves, descompromissadas e perfeitas para levantar o nosso humor. Elas não exigem muito da nossa atenção e, muitas vezes sem querer, acabam se tornando comédias hilárias. É uma categoria de filmes que amamos odiar, ou talvez, odiamos admitir que amamos.
‘A outra face’ (1997)

Imagine a premissa mais maluca que conseguir: um agente do FBI e um terrorista trocam de rosto. A ideia já soa completamente absurda, mas é exatamente isso que acontece com os personagens de John Travolta e Nicolas Cage. Como se não bastasse, a missão dá terrivelmente errado e eles ficam presos no corpo um do outro.
O filme abraça sua própria loucura sem pedir desculpas, com cenas de ação que desafiam qualquer lei da física. A troca de identidades leva a situações bizarras e confrontos exagerados. É essa falta de vergonha que transforma o que poderia ser um suspense sério em uma comédia de ação involuntária.
O grande destaque, claro, são as atuações que se tornaram lendárias. Ver Cage e Travolta imitando os trejeitos um do outro é uma experiência única e hilária. O filme se sustenta nesse exagero, garantindo seu lugar no panteão dos clássicos “ruins que são bons”.
‘Matador de aluguel’ (1989)

Se pudéssemos resumir este filme em poucas palavras, seriam homens, brigas de bar e artes marciais. A trama não busca profundidade ou complexidade, focando na pura e simples testosterona. É um retrato perfeito do cinema de ação exagerado que dominou os anos 80.
Apesar de não impressionar pela sua narrativa, a diversão é absolutamente garantida. As cenas de luta são coreografadas de uma forma quase cômica, mas cumprem seu papel de entreter. E vamos ser sinceros, ver Patrick Swayze sem camisa também era um grande atrativo na época.
Este filme é a definição de um prazer culposo, feito para ser assistido sem grandes expectativas. Ele não tenta ser mais do que é: uma aventura cheia de pancadaria e frases de efeito. Por isso mesmo, continua sendo um filme divertido de revisitar até hoje.
‘Mestres do universo’ (1987)

A tarefa de He-Man, interpretado por um musculoso Dolph Lundgren, é salvar o Castelo de Grayskull. O vilão da vez é o icônico Esqueleto e seu exército maligno, numa adaptação que tentou levar a magia do desenho para as telonas. O resultado foi uma obra que divide opiniões, mas que certamente tem seu charme.
O filme conquistou o coração de muitos fãs que cresceram com as histórias em quadrinhos e o desenho animado. Apesar dos efeitos visuais datados e do roteiro simplista, a nostalgia fala mais alto. É uma viagem no tempo para uma era mais ingênua do cinema de fantasia.
Uma curiosidade interessante é que este foi o primeiro papel de Courteney Cox, a eterna Monica de ‘Friends’, no cinema. Vê-la no início de carreira adiciona uma camada extra de diversão a esta aventura galáctica. Sem dúvida, um marco da cultura pop dos anos 80.
‘Anaconda’ (1997)

Quando você olha o elenco, pensa que não tem como dar errado, não é mesmo? O filme reúne nomes de peso como Jon Voight, Jennifer Lopez, Eric Stoltz e Owen Wilson. No entanto, nem mesmo um time desses conseguiu salvar a produção de se tornar uma comédia involuntária.
A grande estrela do filme, a anaconda gigante, é representada por um efeito especial que hoje parece terrivelmente falso. A cobra digital, combinada com um roteiro mal escrito, transforma o que deveria ser terror em risadas garantidas. Cada aparição da criatura é um momento de pura diversão pelo absurdo.
Apesar da falta de qualidade técnica, ‘Anaconda’ se tornou um clássico cult. É o tipo de filme de monstro que você assiste com amigos para dar boas gargalhadas. Ele prova que, às vezes, um roteiro ruim e efeitos toscos são a receita perfeita para o entretenimento.
‘Caçadores de emoção’ (1991)

Neste filme, testemunhamos um verdadeiro “bromance” entre os queridinhos de Hollywood, Patrick Swayze e Keanu Reeves. A química entre os dois é tão forte que transcende o fato de estarem em lados opostos da lei. Swayze vive um surfista carismático e líder de uma gangue, enquanto Reeves interpreta um agente novato do FBI.
A trama gira em torno da infiltração do agente Johnny Utah no mundo do surfe para desmascarar ladrões de banco. O que ele não esperava era desenvolver uma amizade genuína com seu principal suspeito. Essa tensão entre dever e lealdade é o que move a história de forma cativante.
Com cenas de ação de tirar o fôlego e um clima de liberdade contagiante, o filme se tornou um ícone dos anos 90. É uma aventura cheia de adrenalina, surfe e diálogos memoráveis. Um clássico que equilibra perfeitamente a ação e o drama de uma amizade improvável.
‘As patricinhas de Beverly Hills’ (1995)

Se você quer uma aula intensiva sobre a cultura dos anos 90, este é o filme definitivo. A história de Cher, vivida por uma radiante Alicia Silverstone, é uma janela para a moda, as gírias e o estilo de vida da época. A superficialidade da personagem é tão exagerada que se torna encantadora.
O que realmente rouba a cena são os figurinos maravilhosos e icônicos de Cher e suas amigas. Cada look é uma declaração de moda que influenciou uma geração inteira e continua relevante. É impossível não se apaixonar por essa comédia adolescente leve e cheia de estilo.
Muitos o consideram um clássico da “Sessão da Tarde”, e com razão. Ele tem aquele toque de conforto e nostalgia que nos faz querer revisitá-lo sempre. É um filme que, apesar de sua aparente futilidade, tem um coração enorme e muito humor.
‘Nunca fui beijada’ (1999)

Olhando para trás, a premissa deste filme pode parecer um tanto quanto estranha hoje em dia. Uma jornalista adulta se infiltra em uma escola fingindo ser uma estudante para uma matéria. As coisas se complicam quando seu professor se apaixona por ela, acreditando que ela é uma adolescente.
Sim, a situação é bem maluca se pararmos para pensar, mas o filme trata tudo com muita leveza. A performance carismática de Drew Barrymore nos faz torcer por sua personagem desajeitada. É uma comédia romântica que aposta no charme e na superação das inseguranças.
No fundo, a história nos permite fantasiar com a ideia de voltar ao ensino médio e consertar os erros do passado. Quem nunca sonhou em ter uma segunda chance para ser mais popular ou confiante? É esse desejo universal que torna o filme tão cativante, apesar de sua trama peculiar.
‘Showgirls’ (1995)

‘Showgirls’ tinha todos os ingredientes para ser um grande sucesso de bilheteria na teoria. A trama envolvia danças sensuais, mulheres bonitas e o ambiente glamoroso de Las Vegas. Era uma fórmula que parecia destinada a atrair o público em massa.
No entanto, a execução foi tão desastrosa que o filme se tornou uma lenda pelos motivos errados. Ele foi “premiado” com sete Framboesas de Ouro, incluindo Pior Filme, consagrando seu status de fracasso. As atuações exageradas e o roteiro bizarro foram alvos de inúmeras críticas.
Felizmente para a produção, o tempo foi generoso e o filme acabou encontrando seu nicho. Hoje, ele é celebrado como um clássico cult, amado justamente por ser tão ruim. É um espetáculo de excessos que precisa ser visto para ser compreendido.
‘Velozes e furiosos’ (2001)

Este filme marcou o início de uma das franquias mais inacreditáveis e divertidas do cinema. O que começou como uma história sobre corridas de rua ilegais evoluiu para missões de espionagem globais. A premissa original, no entanto, era muito mais simples e maravilhosamente terrível.
Com diálogos que beiram o clichê e uma trama focada em carros e testosterona, o filme não buscava prêmios. Seu objetivo era claro: entregar ação, velocidade e adrenalina para um público específico. E nisso, ele acertou em cheio, criando personagens que se tornariam icônicos.
Até hoje, as pessoas lotam os cinemas para acompanhar as novas aventuras dessa família improvável. A franquia pode ter se tornado cada vez mais absurda, mas tudo começou aqui. É a prova de que uma fórmula simples, quando bem executada, pode gerar um fenômeno duradouro.
‘Dirty dancing: Ritmo quente’ (1987)

Essa afirmação pode partir o coração de muitos fãs, mas precisamos encarar a verdade sobre ‘Dirty Dancing’. Colocá-lo na lista de melhores filmes ruins pode parecer um sacrilégio para alguns. No entanto, uma análise mais fria revela algumas falhas inegáveis.
A história de amor entre Baby e Johnny é construída sobre um roteiro que não é exatamente bem escrito. Os diálogos são, em muitos momentos, bastante bregas e previsíveis. A trama segue uma fórmula clássica de romance de verão sem grandes inovações.
Apesar de tudo isso, é quase impossível não se render aos encantos do filme. A química entre os protagonistas, a trilha sonora contagiante e as cenas de dança icônicas fazem com que a gente esqueça qualquer defeito. É um filme que (quase) todo mundo adora assistir, provando que o carisma supera a técnica.
‘Simplesmente amor’ (2003)

Vamos combinar que a maioria dos filmes feitos especificamente para o Natal não são obras-primas do cinema. Eles geralmente apostam em um elenco recheado de estrelas e múltiplas histórias acontecendo ao mesmo tempo. ‘Simplesmente Amor’ segue essa fórmula à risca, com todos os seus prós e contras.
O filme é tão sentimental e açucarado quanto qualquer outra comédia romântica da época. As várias tramas interligadas nem sempre funcionam com a mesma eficácia. Algumas histórias são memoráveis, enquanto outras parecem apenas preencher espaço.
Ainda assim, a magia do Natal parece operar um milagre nesta produção. Mesmo com todos os clichês, o filme consegue capturar o coração do público de uma forma única. Ele se tornou um ritual de fim de ano para muita gente, provando que um pouco de açúcar faz bem à alma.
‘Tango & cash: Os vingadores’ (1989)

Prepare-se para uma overdose de estereótipos do gênero “buddy cop”, os famosos filmes de duplas de policiais. Tango, vivido por Sylvester Stallone, e Cash, interpretado por Kurt Russell, são a personificação disso. Um é elegante e metódico, o outro é impulsivo e caótico, uma receita clássica para o caos.
A trama força essa dupla improvável a deixar de lado suas diferenças gritantes. Eles são incriminados por um crime que não cometeram e precisam fugir da prisão. Juntos, eles embarcam em uma jornada para limpar seus nomes e pegar o verdadeiro culpado.
O resultado é uma mistura divertida de drama criminal com comédia de ação. As interações entre Stallone e Russell são o ponto alto, com provocações e diálogos cheios de ironia. É um filme que não se leva a sério e, por isso, funciona tão bem.
‘Corrida da morte: Ano 2000’ (1975)

Esta produção de baixo orçamento dos anos 70 é uma verdadeira viagem ao bizarro. A premissa envolve uma corrida transcontinental onde os pilotos ganham pontos por atropelar pedestres. É uma crítica social distópica disfarçada de filme de ação B.
A ideia por trás da corrida é usar a violência como uma forma de entretenimento para as massas. O governo incentiva o evento para impedir qualquer tipo de agitação civil. É um conceito estranho, executado com uma dose saudável de humor negro e violência cartunesca.
Apesar de sua natureza esquisita, ou talvez por causa dela, o filme é incrivelmente satisfatório de assistir. Ele se tornou um clássico cult, influenciando diversas outras obras ao longo dos anos. É um exemplo perfeito de como a criatividade pode superar as limitações de orçamento.
‘Os aventureiros do bairro proibido’ (1986)

Se você cresceu nos anos 90, provavelmente assistiu a este filme inúmeras vezes na “Sessão da Tarde”. Ele é um festival de movimentos de ação exagerados e efeitos especiais deliciosamente bregas. Tudo na produção grita “anos 80” da melhor maneira possível.
Os diálogos são propositalmente básicos e cheios de frases de efeito que ficaram na memória. O protagonista, Jack Burton, é um caminhoneiro canastrão que se mete em uma confusão mística em Chinatown. A completa falta de noção do personagem principal é o que torna tudo tão engraçado.
Toda essa bobeira intencional faz com que o filme seja incrivelmente divertido de assistir. É uma aventura despretensiosa que mistura artes marciais, monstros e magia. Um clássico que prova que, às vezes, o segredo é não se levar a sério.
‘Spice world: O mundo das spice girls’ (1997)

É inegável que as Spice Girls realmente perderam a mão ao se aventurarem no cinema. O filme foi tão mal recebido pela crítica que acumulou indicações a prêmios de piores do ano. As nomeações incluíram Pior Filme, Pior Roteiro e até Pior Canção Original.
A trama é praticamente inexistente, servindo apenas como uma desculpa para uma série de esquetes e números musicais. A história acompanha o grupo em sua rotina caótica nos dias que antecedem um grande show. O filme é um delírio pop que não faz o menor sentido, e é por isso que o amamos.
Mas no fim das contas, a verdade é uma só: são as Spice Girls! A energia, o carisma e o “Girl Power” do grupo são tão contagiantes que superam qualquer defeito. É um filme para fãs, feito por ídolos que sabiam rir de si mesmas.
‘Mortal kombat’ (1995)

Os fãs do videogame original geralmente guardam este filme com muito carinho no coração. Ele conseguiu capturar a essência dos jogos de uma forma que poucas adaptações conseguiram na época. A trilha sonora techno e os personagens icônicos estão todos lá.
No entanto, uma análise crítica revela um filme repleto de problemas técnicos. A computação gráfica e os efeitos especiais, que já eram questionáveis em 1995, envelheceram muito mal. Além disso, as atuações são, na melhor das hipóteses, bastante duvidosas.
Mesmo com todas essas falhas, o filme continua sendo extremamente popular. A sua semelhança com o jogo e a fidelidade aos movimentos de luta clássicos garantiram seu lugar na cultura pop. É um entretenimento nostálgico que cumpre o que promete: pancadaria e frases de efeito.
‘Tropas estelares’ (1997)

À primeira vista, este filme parece ser apenas mais uma aventura de ficção científica sobre humanos lutando contra alienígenas. Muitos o receberam como um filme de ação sério, com soldados enfrentando insetos gigantes em um planeta distante. Contudo, as aparências podem enganar de forma espetacular.
O diretor Paul Verhoeven, na verdade, tinha uma intenção muito mais profunda e subversiva. A história foi concebida como uma sátira ácida sobre o fascismo e o militarismo exacerbado. Os comerciais de propaganda ufanistas inseridos no filme são a maior pista dessa crítica.
Existe uma camada impressionante de simbolismo na narrativa, escondida sob a superfície de um filme B. Mesmo que você assista apenas pela ação e pelos monstros, saiba que está consumindo uma crítica social inteligente. É um filme que funciona em múltiplos níveis, sendo genial em sua proposta.
‘Speed racer’ (2008)

‘Speed Racer’ nasceu como um anime clássico e foi transformado em um filme de ação real que pode ser bastante constrangedor. A direção das irmãs Wachowski optou por um visual hiper-estilizado e psicodélico. O resultado é uma explosão de cores que pode ser cansativa para os olhos.
As cores vibrantes e a computação gráfica propositalmente pobre criam uma imagem que beira o mau gosto. A intenção era replicar a estética do desenho animado, mas a execução deixou a imagem sobrecarregada. É um filme que exige um certo esforço para ser assistido.
Mesmo assim, ele acabou sendo apreciado universalmente por um público fiel. Os personagens conhecidos e os detalhes peculiares da produção garantiram seu status de cult. É uma experiência visual única, que você ama ou odeia, sem meio-termo.
‘Tá todo mundo louco!’ (2001)

Este filme reuniu um verdadeiro time dos sonhos da comédia mundial. O elenco conta com gigantes como John Cleese, Rowan Atkinson, Seth Green e Whoopi Goldberg. Só por esses nomes, já valeria a pena dar uma chance à produção.
A trama é uma corrida maluca por um prêmio milionário, servindo como pano de fundo para uma série de gags e situações hilárias. O roteiro em si não é nada de especial, sendo apenas uma desculpa para juntar esses talentos. A genialidade do filme está inteiramente na performance de seus atores.
Os comediantes são tão brilhantes e engraçados em seus papéis que o espectador nem percebe o quão ruim é todo o resto. Cada um tem seu momento de brilhar, garantindo risadas do início ao fim. É um filme que se sustenta puramente no carisma de seu elenco estelar.
‘Uma noiva e tanto’ (1993)

Nesta comédia peculiar, o astro Mike Myers interpreta um poeta de São Francisco com uma desconfiança bizarra. Ele começa a acreditar que sua nova esposa pode ser, na verdade, uma assassina em série. A premissa absurda é o ponto de partida para uma série de situações cômicas.
Originalmente, o filme não fez sucesso nas bilheterias e foi amplamente ignorado. No entanto, ele ganhou uma nova vida e popularidade após Myers estourar com outros papéis, como Austin Powers. O público redescobriu essa pérola escondida em sua filmografia.
A produção é, sem dúvida, uma grande bagunça, com um roteiro que parece improvisado. Mas é exatamente essa bagunça que o torna tão adorável e divertido de assistir. É um filme que prova que o carisma de um ator pode salvar até a trama mais confusa.
‘Joe sujo’ (2001)

O comediante David Spade não apenas estrelou, mas também co-escreveu esta comédia peculiar. O filme tem todo o sabor do início dos anos 2000, com seu humor escrachado e visual característico. É uma cápsula do tempo para quem viveu aquela época.
A trama acompanha Joe, um caipira de bom coração com um corte de cabelo inesquecível, em sua busca por seus pais. A jornada é repleta de momentos de sagacidade boba e piadas que beiram o absurdo. É um humor que não agrada a todos, mas que encontra seu público.
Apesar das críticas negativas, é difícil não se encantar com a ingenuidade e o otimismo do protagonista. A história, por mais tola que seja, tem um certo coração. É um daqueles filmes que você assiste para dar risadas descompromissadas.
‘Do fundo do mar’ (1999)

Prepare-se para um filme estupidamente adorável e cheio de ação. Um grupo de cientistas em uma base submarina busca a cura para o Mal de Alzheimer usando tubarões. O que poderia dar errado, não é mesmo?
Obviamente, tudo dá errado de forma espetacular. Eles acidentalmente criam tubarões superinteligentes que começam a caçá-los dentro do centro de pesquisa. O enredo pode parecer sério no papel, mas a execução é puro caos e diversão.
O filme é, essencialmente, um cruzamento bizarro entre ‘Frankenstein’ e ‘Tubarão’. As mortes são criativas, os diálogos são memoráveis pelo absurdo e a tensão é pontuada por momentos de comédia involuntária. É um filme de monstro perfeito para se divertir com a falta de lógica.
‘Underworld: Anjos da noite’ (2003)

Kate Beckinsale se tornou um ícone do cinema de ação ao estrelar este filme com uma estética claramente inspirada em ‘Matrix’. O visual gótico, as roupas de couro e as cenas de luta em câmera lenta definiram uma geração de filmes de ação. A trama foca na guerra milenar entre vampiros e lobisomens (aqui chamados de Lycans).
Os fãs adoraram as complicações amorosas que surgem no meio desse conflito sobrenatural. A história de amor proibido entre uma vampira de elite e um humano com sangue de lobisomem é o motor da narrativa. É um Romeu e Julieta com mais armas e criaturas da noite.
O sucesso foi tão grande que o filme gerou uma franquia com cinco filmes no total. Embora a crítica nunca tenha sido muito favorável, o público abraçou o universo sombrio e cheio de ação. É a prova de que uma boa dose de estilo pode compensar um roteiro mediano.
‘O sacrifício’ (2006)

Se existe um rei dos memes na internet, esse rei é Nicolas Cage. Neste remake de um clássico cult de terror britânico, ele entrega uma de suas atuações mais descontroladas e memoráveis. O filme por si só já seria ruim, mas Cage o eleva a um novo patamar de entretenimento.
A história é tão mal avaliada que figura entre os piores filmes do mundo em sites como o IMDb. Cada cena parece um concurso para ver qual decisão de roteiro ou atuação é mais bizarra. É um desastre tão completo que se torna hipnotizante.
Este é o exemplo perfeito de um filme tão ruim que se torna obrigatório assistir. A performance de Cage gerou inúmeros memes e clipes que circulam até hoje. É uma experiência cinematográfica que garante mais risadas do que sustos.
‘Amanhecer violento’ (1984)

Imagine acordar um dia e descobrir que sua cidade foi invadida por forças soviéticas. É essa a premissa deste clássico dos anos 80, que reúne um grupo de adolescentes para lutar pela liberdade. O elenco jovem inclui futuros astros como Patrick Swayze, Charlie Sheen e Jennifer Grey.
O filme é, em sua essência, uma grande celebração da política capitalista americana da era da Guerra Fria. A trama funciona como uma fantasia patriótica sobre a resistência contra o comunismo. É uma peça de propaganda tão evidente que acaba se tornando divertida.
Essa propaganda, que nem é tão velada assim, garante algumas horas de entretenimento pelo seu exagero. Ver adolescentes do ensino médio se tornarem guerrilheiros de elite é absurdo, mas cativante. “Wolverines!” se tornou um grito de guerra icônico para uma geração.
‘Círculo de fogo’ (2013)

Charlie Hunnam e Idris Elba lideram o elenco neste aguardado filme de robôs gigantes do diretor Guillermo del Toro. A premissa é simples e genial: a humanidade constrói robôs imensos para lutar contra monstros igualmente imensos. É a realização de um sonho de infância para muitos.
O filme não se contenta em ter apenas robôs gigantes, ele também nos dá monstros gigantes, os Kaijus. As batalhas entre essas máquinas e criaturas são espetáculos visuais de tirar o fôlego. Ninguém pode acusar a produção de falta de criatividade ou ambição.
Apesar de alguns diálogos clichês e uma trama previsível, o filme é um deleite para os fãs do gênero. É uma carta de amor aos animes e filmes de monstro japoneses, feita com paixão e grandiosidade. É impossível não se divertir com a escala épica de tudo.
‘The room’ (2003)

Escrito, dirigido, produzido e estrelado pelo enigmático Tommy Wiseau, este filme é considerado por muitos o ‘Cidadão Kane’ dos filmes ruins. Lançado como um drama romântico sério, ele foi um fracasso absoluto de crítica e público. Tudo na produção, do roteiro à atuação, é desconcertantemente ruim.
A recepção foi tão negativa que James Franco dirigiu e estrelou um filme biográfico sobre a produção, o aclamado ‘Artista do Desastre’. A história por trás das câmeras é tão fascinante quanto o próprio filme. Wiseau se tornou uma figura cult, um verdadeiro ícone do cinema alternativo.
Curiosamente, o filme experimentou um renascimento improvável como uma comédia cult nos últimos anos. As sessões de cinema se tornaram eventos interativos, com o público gritando as falas e jogando colheres na tela. É a prova definitiva de que um fracasso pode se transformar em um tipo muito peculiar de sucesso.
‘Ishtar’ (1987)

É difícil imaginar como um filme estrelado por Warren Beatty e Dustin Hoffman pôde dar tão errado. A dupla de astros certamente se divertiu fazendo esta paródia sobre dois cantores e compositores sem talento. Eles acabam se envolvendo em uma trama de espionagem no Oriente Médio por acidente.
A produção se tornou um dos maiores fiascos de Hollywood, com um orçamento de 51 milhões de dólares. Nas bilheterias, no entanto, arrecadou apenas 14 milhões, um prejuízo colossal para a época. Foi um fracasso tão notório que virou sinônimo de desastre cinematográfico.
Olhando para trás, porém, o filme parece ter sido feito para ser uma comédia de aventura despretensiosa. A química entre Beatty e Hoffman é inegável, e as músicas ruins são propositalmente hilárias. Talvez ele estivesse apenas à frente de seu tempo, esperando ser redescoberto como um clássico cult.