
Países onde vestir a farda ainda é uma obrigação
Você sabia que em dezenas de países, jovens são obrigados por lei a se alistar no exército?
Com o mundo cada vez mais tenso e novos conflitos surgindo, a defesa nacional virou uma grande preocupação. Muitos governos decidiram que é preciso ter a população preparada para qualquer eventualidade. Por isso, a ideia de ter cidadãos com treinamento militar básico se tornou uma prioridade em vários cantos do planeta.
As razões para essa exigência variam bastante, desde a proximidade com nações vistas como hostis até uma visão de que a identidade militar fortalece o patriotismo. Para alguns, é uma questão de sobrevivência, enquanto para outros, é uma parte fundamental de ser cidadão. Independentemente do motivo, o resultado é o mesmo: o alistamento compulsório.
Nesta jornada, vamos explorar os países onde essa regra ainda está em vigor, mostrando como cada um lida com essa obrigação. Você vai se surpreender com nações que talvez nunca imaginasse que tivessem essa prática. Prepare-se para descobrir um lado diferente da cidadania ao redor do globo.
Coreia do Sul: A pressão do vizinho do norte

Na Coreia do Sul, o serviço militar obrigatório é levado muito a sério, com um sistema extremamente rigoroso. A lei é clara e afeta a vida de praticamente todos os jovens do país. No entanto, existem algumas alternativas para quem não deseja seguir a carreira militar tradicional.
É possível cumprir esse dever cívico servindo na Força Policial ou na Guarda Costeira, por exemplo. Outras opções incluem o Corpo de Bombeiros e, em casos muito especiais, até mesmo em alguns departamentos do governo. Essa flexibilidade mostra que o serviço ao país pode ter muitas faces.
Apesar das alternativas, a convocação é uma realidade para a maioria e um rito de passagem com regras bem definidas. A nação encara essa obrigação como essencial para sua segurança contínua. É uma parte inegociável da vida de um cidadão sul-coreano.
Duração do serviço: Uma jornada definida

De maneira geral, todos os homens saudáveis do país são obrigados a dedicar um tempo considerável às forças armadas. O período de serviço varia de acordo com o ramo militar escolhido. Cada opção oferece desafios e treinamentos distintos para os recrutas.
Quem se junta ao Exército deve cumprir 21 meses de serviço, sendo esta a escolha mais comum. Já para aqueles que optam pela Marinha, o período se estende para 23 meses. A Força Aérea, por sua vez, exige o compromisso mais longo, com um total de 24 meses de dedicação.
Essa estrutura garante que todas as áreas da defesa estejam sempre com pessoal treinado e pronto. A seriedade com que esses prazos são cumpridos reflete a constante prontidão do país. É um compromisso que molda o futuro de muitos jovens.
Rússia: O gigante e seu exército de recrutas

A Rússia, por ser a maior nação do mundo em extensão territorial, considera o serviço militar uma obrigação fundamental. Anualmente, o governo realiza a convocação de milhares de jovens para compor suas fileiras. Este processo é uma parte essencial da política de defesa do país.
O recrutamento é direcionado a todos os indivíduos com idades entre 18 e 27 anos. Esse chamado ao dever militar acontece em um momento crucial da vida de muitos russos. A experiência nas forças armadas é vista como um rito de passagem para a vida adulta.
Essa política garante que o país mantenha um contingente militar vasto e constantemente renovado. A tradição do recrutamento é antiga e profundamente enraizada na cultura russa. É uma realidade com a qual todo jovem precisa lidar.
O impacto na vida civil

A maioria dos jovens russos é convocada para o serviço militar logo após concluir o Ensino Médio, geralmente aos 18 anos. Este é um momento de transição abrupta da vida escolar para a disciplina militar. A experiência marca profundamente o início da vida adulta.
O não cumprimento do serviço militar obrigatório acarreta consequências sérias para o futuro profissional. Muitas funções no serviço público, especialmente em cargos governamentais, são vedadas a quem não serviu. Isso cria uma forte pressão social para que os jovens se alistem.
Dessa forma, o alistamento não é apenas um dever cívico, mas também um requisito para a ascensão social e profissional. A regra é clara e serve como um grande incentivo para que o recrutamento seja cumprido. É uma peça-chave na estrutura da sociedade russa.
Países Baixos: Uma convocação que não se cumpre

Você talvez fique surpreso ao saber que, ao menos no papel, a Holanda tem serviço militar obrigatório. Oficialmente, a lei ainda existe e faz parte da constituição do país. No entanto, a realidade prática é bem diferente do que está escrito.
Apesar da existência da regra, o governo holandês não a aplica há muitos anos. Isso significa que, na prática, ninguém é forçado a se juntar às forças armadas. O país optou por um exército profissional e voluntário.
Essa situação cria um paradoxo interessante entre a lei e o costume. A manutenção da regra serve como uma salvaguarda, podendo ser reativada em caso de necessidade extrema. É uma peculiaridade do sistema de defesa holandês.
A carta que chega aos 17 anos

Todo cidadão holandês recebe uma carta de convocação do Ministério da Defesa ao completar 17 anos. Este documento oficial informa sobre a obrigação teórica do serviço militar. É um momento que lembra a todos sobre a lei ainda em vigor.
Contudo, a carta é meramente informativa, e o jovem não precisa comparecer ao recrutamento. Não há qualquer penalidade para quem simplesmente ignora o chamado. A convocação se tornou um ato simbólico de cidadania.
Essa prática se aplica tanto a homens quanto a mulheres, que recebem o mesmo documento. A medida garante que a população esteja ciente da lei, mesmo que sua aplicação esteja suspensa. É uma tradição que se mantém como um lembrete do dever cívico.
Áustria: A defesa da neutralidade

A Áustria tomou uma decisão histórica em 1955 ao declarar sua neutralidade permanente. Essa posição significa que o país não aderiu a nenhuma aliança militar, como a OTAN. Consequentemente, a nação se tornou a única responsável por sua própria defesa.
Para garantir sua soberania e proteger seu território, a Áustria mantém o serviço militar obrigatório. Essa política assegura que sempre haverá um contingente de cidadãos treinados para agir em caso de ameaça. É a espinha dorsal de sua estratégia de segurança.
A neutralidade armada é um conceito central para a identidade austríaca. O exército de recrutas é a manifestação prática desse princípio. A população entende que a liberdade do país depende de sua própria capacidade de se defender.
A convocação aos 18 anos

De acordo com a lei austríaca, todos os cidadãos do sexo masculino devem se registrar para o serviço militar. Este processo deve ocorrer logo após completarem 18 anos. A regra é clara e tem um prazo definido para ser cumprida.
O período para o registro vai até antes de o jovem completar 19 anos. Essa janela de um ano garante que todos tenham a oportunidade de se apresentar às autoridades. É um passo obrigatório para todos os homens na Áustria.
O cumprimento dessa obrigação é visto como uma contribuição essencial para a segurança nacional. A sociedade encara o serviço militar como uma parte natural da vida de um cidadão. É um sistema que funciona de forma consistente há décadas.
Turquia: Protegendo uma encruzilhada geopolítica

A Turquia ocupa uma posição geográfica extremamente estratégica e, ao mesmo tempo, delicada. Situada na encruzilhada entre o Oriente Médio, o Cáucaso e os Bálcãs, a nação convive com instabilidade em suas fronteiras. Essa localização torna a defesa nacional uma prioridade absoluta.
Devido a esse contexto geopolítico complexo, o governo turco impõe o serviço militar obrigatório a seus cidadãos. A medida é vista como indispensável para garantir a segurança e a integridade do país. É uma realidade que molda a sociedade turca.
Manter um exército forte e preparado é considerado essencial para dissuadir potenciais ameaças. O recrutamento em massa garante que a Turquia tenha os recursos humanos necessários para proteger seus interesses. A defesa é um pilar da identidade nacional.
Quem deve servir e por quanto tempo

Para preservar sua independência, a Turquia tem uma lei clara sobre o serviço militar. A legislação determina que todos os cidadãos do sexo masculino devem realizar o treinamento obrigatório. A regra é aplicada de forma rigorosa em todo o país.
A convocação abrange uma faixa etária bastante ampla, dos 20 aos 41 anos. Isso garante que o país tenha não apenas recrutas jovens, mas também um vasto contingente de reservistas. É uma estratégia para manter a prontidão em longo prazo.
O período de serviço pode variar, mas a obrigação é a mesma para todos os convocados. Cumprir esse dever é visto como uma honra e uma parte fundamental da cidadania turca. A recusa em servir pode trazer sérias consequências legais e sociais.
Belarus: O serviço militar como requisito acadêmico

A estrutura das forças armadas de Belarus depende fortemente do recrutamento obrigatório. A grande maioria dos soldados que compõem o exército bielorrusso é, na verdade, de jovens recrutas. Eles são a espinha dorsal da defesa do país.
Esses jovens são obrigados a cumprir um serviço militar com duração de 18 meses. No entanto, nos últimos anos, o governo tem enfrentado desafios crescentes com o sistema. Tem havido um aumento no número de adiamentos e tentativas de evitar a convocação.
Essa resistência levou as autoridades a buscarem novas formas de garantir o cumprimento da lei. A evasão se tornou um problema que exigiu medidas mais criativas e coercitivas. O governo precisou adaptar suas estratégias para manter o contingente militar.
Uma estratégia para garantir o alistamento

Para combater a evasão e “incentivar” seus cidadãos, o governo de Belarus introduziu uma regra bastante peculiar. A medida vincula diretamente a carreira acadêmica ao serviço militar. Essa foi uma forma encontrada para pressionar os jovens a se alistarem.
Segundo a nova regra, para obter um diploma de mestrado ou qualquer formação superior ao bacharelado, um homem deve primeiro servir ao país. O requisito é de pelo menos 18 meses no Exército ou na Força Aérea. Sem isso, a progressão nos estudos fica bloqueada.
Essa política transformou o serviço militar em um degrau obrigatório para a ascensão acadêmica e profissional. A estratégia se mostrou eficaz em aumentar as taxas de alistamento. É um exemplo de como o estado pode usar diferentes ferramentas para garantir o cumprimento de suas leis.
Suíça: Servir ao exército como identidade nacional

A partir dos 19 anos, todos os cidadãos suíços considerados saudáveis são convocados para o serviço militar. O treinamento básico inicial tem uma duração de pelo menos 21 semanas. Este é apenas o começo do compromisso com a defesa do país.
Após o período inicial, o serviço é complementado por treinamentos anuais extras. Esses cursos de reciclagem devem ser realizados regularmente ao longo dos anos. Isso garante que as habilidades militares dos cidadãos se mantenham afiadas.
O sistema suíço cria uma milícia de cidadãos-soldados sempre pronta para ser mobilizada. É um modelo de defesa único e profundamente integrado à sociedade. A prontidão é uma responsabilidade compartilhada por toda a população masculina.
Recusar o serviço é crime

Servir no exército suíço é uma parte fundamental da identidade nacional do país. É visto não apenas como um dever, mas como uma contribuição honrosa à nação. Essa visão é compartilhada pela grande maioria da população.
A recusa em servir nas Forças Armadas é considerada um crime, sujeito a penalidades. Alternativamente, é possível optar por um serviço comunitário, mas a dispensa total não é uma opção. A lei é rigorosa e aplicada com seriedade.
Apesar da obrigatoriedade e das punições, a evasão é um fenômeno raro. A maioria dos jovens cumpre seu papel sem questionar, entendendo sua importância para a soberania suíça. O compromisso com a defesa é um valor culturalmente arraigado.
Irã: Uma obrigação desde a era do Xá

No Irã, o serviço militar obrigatório é uma realidade para todos os homens. A lei determina que os jovens devem se preparar para o recrutamento ao atingirem a idade de 19 anos. É um marco importante e inevitável na vida de um cidadão iraniano.
Quando chega a hora, não há muita escolha a não ser se apresentar para o serviço. A convocação é um processo bem estabelecido e que funciona de forma sistemática. A experiência militar faz parte da jornada de quase todos os homens do país.
Essa obrigação garante que as Forças Armadas do Irã mantenham um contingente numeroso e renovado. É um pilar da estratégia de defesa nacional, em uma região marcada por tensões. O alistamento é visto como um dever patriótico essencial.
Uma tradição que atravessou a revolução

O sistema de recrutamento no Irã foi introduzido pela primeira vez durante o reinado de Reza Shah Pahlavi. Naquela época, a monarquia buscava modernizar e fortalecer o país. A criação de um exército de conscritos foi um passo fundamental nesse processo.
Essa política se mostrou tão enraizada que continuou em vigor mesmo após a Revolução Islâmica de 1979. A nova liderança do país manteve o sistema, reconhecendo sua importância para a segurança nacional. A tradição do serviço militar sobreviveu a uma das maiores reviravoltas políticas do século XX.
Hoje, o alistamento obrigatório permanece como um legado duradouro da história iraniana. Ele conecta diferentes gerações de homens através de uma experiência compartilhada. É uma prova de como certas instituições podem transcender regimes e ideologias.
Dinamarca: Uma longa história de recrutamento

A Dinamarca possui uma das mais longas histórias de recrutamento militar da Europa. A obrigação do serviço foi escrita na primeira Constituição do país. Este documento histórico, que data de 1849, já estabelecia o dever do cidadão de defender a nação.
Essa tradição secular mostra o quanto a defesa sempre foi valorizada na cultura dinamarquesa. O conceito de um exército de cidadãos está profundamente enraizado na identidade nacional. É um legado que perdura até os dias de hoje.
Ao longo dos séculos, o sistema passou por diversas reformas, mas sua essência permaneceu. A ideia de que a segurança do reino é uma responsabilidade compartilhada continua forte. A história do recrutamento dinamarquês é a história da própria nação.
Homens obrigados, mulheres voluntárias

Atualmente, a Dinamarca mantém o serviço obrigatório apenas para os homens. A duração do serviço pode variar de quatro meses a um ano, dependendo da função. É um compromisso significativo para os jovens convocados.
Embora não sejam obrigadas, as mulheres têm a possibilidade de se voluntariar para servir. Elas são integradas às mesmas equipes que os homens e cumprem as mesmas funções. Essa política promove a igualdade de oportunidades dentro das forças armadas.
A presença crescente de mulheres voluntárias tem modernizado a instituição. Isso reflete as mudanças sociais e a busca por um exército mais diversificado e representativo. A Dinamarca equilibra tradição e progresso em sua política de defesa.
Coreia do Norte: A sociedade mais militarizada do mundo

A Coreia do Norte é frequentemente descrita como a sociedade mais militarizada do planeta. Nesse contexto, não é nenhuma surpresa que o recrutamento seja uma prática central e onipresente. O exército desempenha um papel dominante em todos os aspectos da vida no país.
A política “Songun”, ou “primeiro o militar”, coloca as Forças Armadas como a principal prioridade do estado. Todos os recursos e a atenção do governo são direcionados para fortalecer o poderio bélico. A vida civil é organizada em torno das necessidades militares.
Para os norte-coreanos, o serviço militar não é apenas uma obrigação, mas uma parte inevitável e longa de suas vidas. A doutrinação começa desde cedo, preparando as crianças para um futuro nas fileiras. É um sistema que abrange toda a sociedade.
Um serviço que dura mais de uma década

O processo de recrutamento na Coreia do Norte começa cedo, aos 17 anos de idade. O que choca, no entanto, é a duração do serviço, que pode se estender até os 30 anos. Isso significa que muitos cidadãos passam mais de uma década de suas vidas no exército.
A convocação é um processo altamente centralizado e planejado. As metas anuais são estabelecidas pela poderosa Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. A implementação local é feita diretamente através das escolas, que selecionam os jovens para o alistamento.
Esse sistema garante um controle total sobre a juventude e um fluxo constante de mão de obra para as forças armadas. A vida dos jovens é moldada por essa obrigação de longuíssimo prazo. É um compromisso que define o destino de gerações inteiras.
Finlândia: Preparados para defender a fronteira

Na Finlândia, todos os homens com idades entre 18 e 60 anos têm o dever de cumprir o serviço militar. Esta é uma obrigação que abrange quase toda a vida adulta do cidadão. A política reflete a seriedade com que o país encara sua defesa.
Após a conclusão do treinamento inicial, os cidadãos não são simplesmente dispensados. Eles são registrados na reserva das Forças de Defesa Finlandesas, ficando disponíveis para convocação. Isso cria um enorme contingente de reservistas treinados.
Essa estratégia de defesa total é vista como essencial para a soberania do país. A Finlândia compartilha uma longa fronteira com a Rússia, o que historicamente moldou sua política de segurança. A preparação constante é a chave para sua tranquilidade.
Diferentes funções, diferentes durações

O tempo de serviço na Finlândia não é o mesmo para todos os recrutas. A duração depende do tipo de treinamento e da função que o soldado irá desempenhar. O sistema é desenhado para otimizar a formação de acordo com as necessidades da defesa.
As funções de base, que exigem um treinamento mais simples, têm duração de 165 dias. Já para os recrutas selecionados para o treinamento de habilidades especiais, o período é mais longo. Eles devem servir por 255 dias para dominar suas funções complexas.
Esse modelo permite que as Forças de Defesa Finlandesas formem especialistas em diversas áreas. Garante também que todos os cidadãos recebam um treinamento militar fundamental. É um sistema flexível e eficiente para um país que valoriza a autodefesa.
Suécia: O retorno do recrutamento obrigatório

A Suécia havia abolido temporariamente o recrutamento obrigatório em 2010, optando por um exército totalmente profissional. No entanto, o cenário de segurança na Europa mudou drasticamente. Isso forçou o governo a reavaliar sua política de defesa.
Em 2017, devido à crescente ameaça à sua segurança nacional, a Suécia decidiu restabelecer o recrutamento. A medida foi uma resposta direta ao aumento das tensões na região do Báltico. O país percebeu que precisava de um contingente maior e mais preparado.
Essa decisão marcou uma virada significativa na postura de defesa sueca. O retorno do serviço militar obrigatório foi um sinal claro de que a era de paz e estabilidade na Europa não podia mais ser garantida. A Suécia se adaptou a uma nova e mais incerta realidade.
Um modelo de convocação seletiva

O novo sistema sueco funciona de forma seletiva e moderna. Todos os cidadãos em idade de recrutamento recebem uma carta, iniciando o processo. No entanto, isso não significa que todos serão obrigados a servir.
Os indivíduos convocados podem recusar o serviço, pois a participação efetiva não é compulsória para todos. O exército seleciona apenas os candidatos mais aptos e motivados entre aqueles que se apresentam. É um modelo que busca qualidade em vez de quantidade.
Aqueles que são selecionados e aceitam o chamado devem cumprir um período de nove a 12 meses. O sistema inclui homens e mulheres, refletindo o compromisso da Suécia com a igualdade de gênero. É um modelo de recrutamento adaptado para o século XXI.
Noruega: Tradição viking e igualdade de gênero

A Noruega afirma com orgulho que sua cultura de recrutamento tem raízes profundas, remontando à era Viking. A obrigação de defender a terra está presente na consciência nacional há séculos. Essa tradição foi formalizada na Constituição original do país, redigida em 1814.
O documento fundador da nação já estabelecia o dever do cidadão de pegar em armas pelo reino. Isso mostra como a defesa sempre foi vista como uma responsabilidade compartilhada. É um princípio que sobreviveu ao teste do tempo.
Essa longa história moldou a forma como os noruegueses veem o serviço militar hoje. Não é apenas uma imposição legal, mas uma parte importante da herança cultural. É um elo que conecta o presente da Noruega ao seu passado guerreiro.
Serviço obrigatório para homens e mulheres

A Noruega deu um passo pioneiro em 2015, marcando um avanço na igualdade de gênero. O país introduziu o serviço militar obrigatório tanto para homens quanto para mulheres. A medida tornou a Noruega um dos primeiros países do mundo a adotar tal política.
O período de serviço pode durar entre seis e 19 meses, dependendo da necessidade e da função. No entanto, a duração mais comum do compromisso é de cerca de um ano. Todos os cidadãos aptos, independentemente do gênero, devem cumprir esse dever.
Essa política reflete os valores igualitários da sociedade norueguesa. A defesa do país é vista como uma responsabilidade de todos os cidadãos. É um modelo moderno que combina tradição militar com progresso social.
Israel: A defesa como pilar da nação

Em Israel, o serviço militar é um pilar fundamental da sociedade e é obrigatório tanto para homens quanto para mulheres. A experiência nas Forças de Defesa de Israel (FDI) é um rito de passagem quase universal. Ela molda profundamente a identidade individual e coletiva dos israelenses.
No entanto, homens e mulheres cumprem períodos diferentes de serviço. Os homens são obrigados a servir por um período de três anos. Já as mulheres devem cumprir dois anos nas forças armadas.
Essa diferença de tempo reflete as diferentes funções que homens e mulheres costumam desempenhar. Apesar disso, a obrigação é a mesma para ambos os sexos. Servir ao país é visto como o dever mais alto de um cidadão.
Uma obrigação que ultrapassa fronteiras

A lei do serviço militar em Israel é abrangente e rigorosa. A obrigação se aplica a todos os cidadãos israelenses, não importando onde eles residam. Mesmo aqueles que vivem no exterior são legalmente obrigados a retornar para servir.
Existem, no entanto, algumas isenções previstas na legislação. Elas podem ser concedidas por motivos médicos graves ou para novos imigrantes que chegam ao país mais velhos. Certos grupos religiosos ultraortodoxos também podem receber dispensa.
Apesar dessas exceções, a grande maioria da população cumpre o serviço militar. É uma experiência que une pessoas de diferentes origens em um objetivo comum. A defesa do estado é uma responsabilidade compartilhada por quase todos.
Lituânia: O retorno da convocação por sorteio

A Lituânia havia abolido o recrutamento obrigatório em 2008, confiando em um exército profissional. No entanto, as crescentes tensões geopolíticas na Europa Oriental forçaram uma mudança de estratégia. O governo decidiu que era hora de fortalecer suas capacidades de defesa.
Em 2015, o recrutamento foi reintroduzido como uma medida de precaução. A decisão foi uma resposta direta à instabilidade na região, especialmente após a anexação da Crimeia pela Rússia. A Lituânia sentiu a necessidade de estar mais preparada para qualquer eventualidade.
A nova política determina que homens com idades entre 18 e 23 anos podem ser chamados para servir. O retorno do alistamento marcou uma nova era para as forças armadas do país. Foi um passo pragmático para garantir a segurança nacional.
A loteria nacional da defesa

O serviço militar na Lituânia tem a duração de nove meses, um período de treinamento intensivo. Para decidir quem será convocado a cada ano, o país adota um método bastante peculiar. Uma “loteria” nacional é realizada para selecionar os futuros recrutas.
O processo é feito através de uma seleção aleatória por computador, garantindo a imparcialidade. Os nomes dos jovens em idade de alistamento são inseridos no sistema. Em seguida, o software escolhe aleatoriamente quem deverá se apresentar.
Após a seleção, os candidatos sorteados são contatados para o serviço iminente. Este sistema de loteria distribui o dever cívico de forma aleatória entre a população. É uma solução moderna e transparente para um desafio antigo.
Moldávia: Serviço obrigatório com exceções

Na Moldávia, a lei é clara e direta quando se trata de defesa. Todos os homens com idade entre 18 e 27 anos são obrigados a servir nas Forças Armadas. Este dever cívico faz parte da vida de todos os jovens do país.
A convocação acontece anualmente, garantindo que o exército tenha um fluxo constante de novos soldados. O período de serviço é uma experiência que marca a transição para a vida adulta. É um compromisso levado a sério pelo governo e pela sociedade.
O sistema de recrutamento é a espinha dorsal das forças armadas moldavas. Ele garante que o país, apesar de pequeno, mantenha uma capacidade de defesa crível. A obrigação é um pilar da segurança nacional.
As dispensas por razões médicas ou educacionais

Apesar da regra geral, o sistema de recrutamento na Moldávia prevê algumas exceções importantes. O governo reconhece que nem todos estão aptos ou disponíveis para o serviço imediato. Por isso, existem dispensas por razões médicas ou educacionais.
Jovens com problemas de saúde comprovados podem ser isentos da obrigação militar. Da mesma forma, aqueles que estão matriculados no ensino superior podem adiar o serviço. Isso garante que a formação acadêmica não seja interrompida abruptamente.
Essas isenções trazem flexibilidade ao sistema e demonstram um equilíbrio entre as necessidades da defesa e o desenvolvimento individual. É uma abordagem pragmática que reconhece as diferentes circunstâncias de vida dos jovens. A lei é firme, mas não é completamente inflexível.
Grécia: Um dever para cidadãos de dentro e de fora

A Grécia mantém um período de serviço militar obrigatório de 12 meses. Esta regra está em vigor há muito tempo e é uma parte estabelecida da vida no país. O compromisso de um ano é visto como uma contribuição essencial para a segurança nacional.
A obrigação se aplica a uma faixa etária bastante ampla. Homens com idades entre 19 e 45 anos são legalmente obrigados a servir ao seu país. Isso garante que a Grécia tenha um grande contingente de reservistas disponíveis em caso de necessidade.
O serviço militar é considerado um dever patriótico e uma honra. A experiência é compartilhada por gerações de homens gregos. É uma tradição que fortalece os laços de cidadania.
A lei vale até para quem nasceu no exterior

A lei grega sobre o serviço militar é particularmente rigorosa e abrangente. A regra se aplica a todos os cidadãos do sexo masculino, sem muitas exceções. A nacionalidade é o fator determinante para a obrigação.
Inclusive, a obrigação vale independentemente de os homens terem cidadania estrangeira adicional. A lei também se estende àqueles que residem permanentemente ou até mesmo nasceram fora do país. Se você tem um passaporte grego, a lei se aplica a você.
Essa política pode criar situações complicadas para a diáspora grega. Muitos jovens que cresceram em outros países são surpreendidos pela convocação ao visitar a Grécia. É um lembrete poderoso dos deveres que vêm com a cidadania.
Egito: O serviço militar como passaporte para a vida

No Egito, os homens têm a responsabilidade de cumprir o serviço militar. A convocação pode acontecer a qualquer momento entre os 18 e 30 anos de idade. É uma obrigação que paira sobre a juventude masculina por mais de uma década.
O tempo de serviço não é curto, durando de um a três anos, dependendo da formação do recruta. Aqueles com ensino superior geralmente servem por um período menor. É um compromisso longo que impacta significativamente os planos de vida.
O exército desempenha um papel central na sociedade egípcia, e o recrutamento é a base de seu poder. A experiência militar é vista como formadora de caráter e um dever para com a nação. É uma etapa quase inevitável na vida de um homem egípcio.
Uma isenção que custa caro

O cumprimento do serviço militar é mais do que um dever, é uma necessidade prática no Egito. Antes de poderem viajar para o exterior, casar ou procurar um emprego formal, os homens devem resolver sua situação militar. Sem o certificado de conclusão ou dispensa, a vida civil fica essencialmente paralisada.
Isso cria uma enorme pressão para que os jovens se alistem e cumpram seu tempo. A alternativa é buscar uma isenção, que nem sempre é fácil de conseguir. O documento militar é um dos mais importantes na vida de um egípcio.
Para os egípcios que vivem no exterior, existe uma opção para evitar o serviço. Uma isenção pode ser comprada mediante o pagamento de uma taxa significativa, no valor de 5 mil dólares. É um preço alto a pagar pela liberdade de não servir.
Brasil: Obrigatório, mas com muitas exceções

No Brasil, é obrigatório por lei que todos os homens se alistem no exército ao completarem 18 anos. O período de serviço militar dura entre 10 a 12 meses. Esta é uma regra que afeta milhões de jovens todos os anos em todo o país.
No entanto, o sistema prevê algumas formas de dispensa. As isenções são geralmente concedidas por motivos de saúde, após uma avaliação médica rigorosa. Aqueles considerados “incapazes” são liberados da obrigação de servir.
Além disso, se o convocado estiver matriculado na universidade, o serviço pode ser adiado. Essa medida visa não prejudicar a formação acadêmica dos jovens. A flexibilidade do sistema torna a experiência do alistamento bem diferente para cada um.
O excesso de contingente e a nova era para mulheres

Apesar da obrigatoriedade, não cumprir o serviço não é uma grande preocupação para quem não deseja servir. Muitas vezes, o próprio Exército dispensa recrutas por “excesso de contingente”. Isso acontece porque o número de jovens de 18 anos que se apresentam é maior do que a necessidade das Forças Armadas.
Essa situação é bastante comum, especialmente em regiões com altas taxas de desemprego. Muitos jovens veem o serviço militar como uma oportunidade de primeiro emprego e estabilidade. A procura acaba superando a oferta de vagas disponíveis.
Uma grande novidade foi anunciada recentemente, marcando uma virada histórica. Mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão, pela primeira vez, se alistar voluntariamente. A incorporação nas Forças Armadas, no entanto, está prevista para começar a partir de 2026, com uma oferta inicial de 1.500 vagas.
Singapura: Um dever nacional para quase um milhão

Em Singapura, o recrutamento não é apenas uma lei, é considerado um dever nacional fundamental. A pequena cidade-estado depende de seus cidadãos para garantir sua defesa e segurança. O programa de serviço nacional é um pilar da identidade do país.
Até hoje, quase um milhão de cidadãos de Singapura já passaram pelo programa de recrutamento. Essa experiência compartilhada cria um forte senso de unidade e propósito coletivo. É um rito de passagem que une homens de todas as classes sociais e origens.
O serviço nacional é visto como a principal razão pela qual Singapura conseguiu manter sua soberania. Em uma região geopoliticamente complexa, um exército de cidadãos bem treinados é a melhor garantia de paz. A defesa é uma responsabilidade de todos.
Dois anos de serviço em três forças diferentes

Ao completarem 18 anos, todos os cidadãos do sexo masculino e residentes permanentes de segunda geração são convocados. Eles são obrigados por lei a servir por um período de dois anos. É um compromisso longo e exigente que começa no início da vida adulta.
Os recrutas não servem apenas nas Forças Armadas. Eles também podem ser alocados para a Força Policial de Singapura. Outra opção é a Força de Defesa Civil, que lida com emergências e desastres.
Essa diversidade de opções garante que todas as áreas da segurança e defesa civil estejam bem guarnecidas. O sistema prepara os jovens para uma variedade de desafios, não apenas para a guerra. É um modelo abrangente de serviço à nação.