A montanha-russa da eutanásia: O projeto que desafia limites
Conheça o conceito polêmico de uma montanha-russa projetada para causar a morte de forma “elegante” e as questões éticas que ela levanta.
A Euthanasia Coaster, idealizada em 2010 pelo engenheiro lituano Julijonas Urbonas, é um projeto que combina tecnologia, arte e filosofia para criar uma experiência extrema. Apesar de nunca ter sido construída, a ideia dessa montanha-russa letal continua gerando debates intensos sobre eutanásia, ética e os limites da engenharia.
Projetada para atingir velocidades de até 360 km/h e submeter os passageiros a forças gravitacionais letais, a Euthanasia Coaster foi concebida como uma forma de “morte com elegância”. O trajeto inclui uma subida íngreme de 510 metros e sete loopings progressivamente menores, garantindo que os passageiros percam a consciência devido à hipóxia cerebral antes do desfecho fatal.
Embora o conceito seja apenas teórico, ele levanta questões profundas sobre o uso da tecnologia para fins tão extremos e controversos. Urbonas descreve sua criação como uma reflexão artística sobre o consentimento e o papel da ciência em decisões de vida e morte.
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Como funciona a montanha-russa letal
A jornada começa com uma subida íngreme que leva cerca de dois minutos para alcançar o topo, oferecendo ao passageiro tempo para refletir sobre sua decisão. A partir daí, o trem despenca em alta velocidade, entrando em uma sequência de loopings projetados para gerar forças gravitacionais extremas.
Essas forças comprimem os órgãos internos do passageiro, causando perda de consciência e eventual morte por falta de oxigênio no cérebro. A sequência dos loopings é calculada para garantir que nenhum passageiro sobreviva à experiência, mesmo aqueles mais resistentes fisicamente.
Urbonas também considerou a possibilidade de adaptar o projeto para um passeio seguro, utilizando trajes anti-G semelhantes aos usados por astronautas. Nesse caso, a experiência seria emocionante, mas sem risco mortal.
Questões éticas e debates sobre a Euthanasia Coaster
A proposta da Euthanasia Coaster gerou controvérsias desde sua apresentação. Para alguns, ela é uma crítica provocativa às práticas de eutanásia assistida, enquanto outros veem nela um projeto insensível ou até mesmo perigoso. A ideia desafia as fronteiras entre arte, ciência e moralidade.
No contexto legal, a implementação de um projeto como esse enfrentaria barreiras significativas. Em países onde a eutanásia é legalizada, como Holanda e Bélgica, há rigorosos critérios médicos e éticos para permitir tal prática. Uma montanha-russa letal dificilmente se enquadraria nesses critérios.
Ainda assim, o conceito levanta discussões importantes sobre o direito individual à morte digna e os avanços tecnológicos que podem tornar isso possível. Ele também destaca como a engenharia pode ser usada não apenas para entretenimento, mas também como ferramenta de reflexão filosófica.
A visão artística por trás do projeto
Julijonas Urbonas descreve seu trabalho como uma combinação de arte experimental e engenharia. Inspirado por sua experiência em parques de diversões, ele buscou criar algo que fosse ao mesmo tempo funcional e simbólico. A Euthanasia Coaster, segundo ele, é uma “máquina poética” que explora os limites da vida humana.
O engenheiro afirma que seu objetivo não era promover a morte, mas estimular debates sobre temas complexos como dignidade humana, consentimento e os avanços científicos. Ele acredita que sua criação pode servir como um ponto de partida para discussões mais amplas sobre ética na ciência.
Embora nunca tenha sido construída, a ideia da Euthanasia Coaster continua fascinando pessoas ao redor do mundo. Seja pela curiosidade mórbida ou pelo interesse filosófico, ela permanece como um exemplo marcante do poder da arte em provocar reflexões profundas.
Fonte: Mistérios do Mundo.