Jovem envolvida em caso Slender Man é liberada após 11 anos

Jovem envolvida em caso Slender Man é liberada após 11 anos

Após mais de uma década em hospital psiquiátrico, jovem que chocou os EUA em 2014 com ataque inspirado no Slender Man ganha liberdade supervisionada.

Morgan Geyser, hoje com 22 anos, foi liberada de um hospital psiquiátrico nos Estados Unidos após passar 11 anos internada. Em 2014, ela e sua amiga Anissa Weier, ambas com 12 anos na época, planejaram e executaram um ataque contra Payton Leutner, também de 12 anos, no estado de Wisconsin. O crime, que ficou conhecido como o “Caso Slender Man”, foi motivado por uma tentativa de agradar o personagem fictício que se popularizou na internet.

A vítima foi esfaqueada 19 vezes, mas conseguiu sobreviver ao rastejar até uma estrada próxima, onde foi socorrida por um ciclista. Morgan e Anissa foram detidas pouco depois e confessaram que o ataque fazia parte de um plano para se tornarem “protegidas” do Slender Man. Ambas foram diagnosticadas com transtornos mentais e condenadas a tratamentos psiquiátricos prolongados.

Agora, com a decisão judicial, Morgan terá uma liberdade supervisionada. Essa medida inclui acompanhamento rigoroso para garantir sua reintegração à sociedade e evitar riscos futuros. O caso continua sendo um marco na discussão sobre saúde mental e o impacto de conteúdos digitais na juventude.

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O impacto do caso Slender Man na cultura digital

A figura do Slender Man surgiu em fóruns online em 2009 como parte das chamadas “creepypastas”, histórias fictícias de terror compartilhadas na internet. O personagem rapidamente ganhou popularidade, inspirando jogos, filmes e até mesmo atos reais como o ataque em Wisconsin. Representado como uma figura alta e sem rosto que persegue crianças, ele se tornou um símbolo de como conteúdos digitais podem influenciar comportamentos extremos.

No caso de Morgan Geyser e Anissa Weier, a obsessão pelo personagem serviu como gatilho para o planejamento do crime. Estudos realizados durante o julgamento apontaram que ambas as jovens sofriam de transtornos mentais graves. Morgan foi diagnosticada com esquizofrenia precoce, enquanto Anissa apresentava transtorno delirante.

A tragédia gerou debates sobre a responsabilidade das plataformas digitais em moderar conteúdos potencialmente perigosos e o papel da saúde mental na prevenção de crimes violentos. Documentários como “Beware the Slenderman” exploraram o impacto psicológico do caso, destacando as complexidades envolvidas na relação entre fantasia e realidade.

Jovem envolvida em caso Slender Man é liberada após 11 anos
A figura do Slender Man tornou-se um ícone da cultura digital e gerou debates sobre saúde mental e mídia (Imagem: Reprodução/Divulgação).

Liberdade supervisionada: Os desafios da reintegração

A liberação de Morgan Geyser marca um novo capítulo para todas as partes envolvidas no caso. A decisão judicial foi baseada em avaliações médicas que indicaram progresso significativo em seu tratamento. No entanto, a liberdade supervisionada inclui uma série de restrições rigorosas para garantir a segurança pública.

Dentre as condições impostas estão o uso contínuo de medicamentos, acompanhamento psicológico regular e monitoramento por dispositivos eletrônicos. Além disso, Morgan não poderá manter contato com a vítima ou acessar conteúdos relacionados ao Slender Man. Especialistas afirmam que esses passos são essenciais para evitar recaídas e promover sua adaptação à vida fora do hospital.

Enquanto isso, Payton Leutner, a vítima do ataque, segue reconstruindo sua vida longe dos holofotes. Sua sobrevivência é frequentemente descrita como milagrosa, dado o número de ferimentos sofridos. O caso continua sendo lembrado como um alerta sobre os perigos da influência digital descontrolada e a importância do suporte à saúde mental juvenil.

Lições aprendidas: Saúde mental e responsabilidade digital

O “Caso Slender Man” destaca a necessidade urgente de abordar questões relacionadas à saúde mental, especialmente entre jovens expostos a conteúdos perturbadores na internet. A combinação de vulnerabilidade psicológica com acesso irrestrito a narrativas extremas pode levar a consequências trágicas, como demonstrado por este incidente.

Além disso, o caso reforça o debate sobre a responsabilidade das plataformas digitais em moderar conteúdos potencialmente prejudiciais. Embora o Slender Man seja fictício, sua influência no comportamento das jovens mostra como narrativas online podem ser interpretadas literalmente por mentes suscetíveis.

A reintegração de Morgan Geyser será acompanhada de perto pelas autoridades e pela sociedade. Enquanto isso, especialistas continuam enfatizando a importância da educação digital para ajudar jovens a discernir entre realidade e ficção, além de oferecer suporte psicológico adequado para prevenir novos casos semelhantes.

Fonte: Aventuras na História.