Curiosão

Cidades famosas com data para desaparecer até 2030

A contagem regressiva já começou para metrópoles globais que podem ser engolidas pelo mar muito antes do que imaginamos.

Você já parou para pensar que o gelo derretendo a milhares de quilômetros de distância pode redesenhar o mapa do mundo? O rápido degelo das geleiras está impulsionando um aumento alarmante no nível do mar, uma realidade que força o deslocamento de cerca de 300.000 pessoas todos os anos. Essas gigantescas reservas de água doce são vitais para milhões, mas sua perda parece ter atingido um ponto sem retorno.

Enquanto a temperatura do planeta sobe, a linha da costa recua, colocando milhões de vidas em um estado de incerteza constante. Regiões inteiras, como as Ilhas do Pacífico e o Sul da Ásia, enfrentam a perspectiva real de serem inundadas. É uma crise humanitária silenciosa, que cresce a cada centímetro que o oceano avança sobre a terra firme.

Organizações como a Climate Central já mapearam as áreas mais vulneráveis, criando um alerta visual do que o futuro nos reserva. Embora ações decisivas possam mudar o curso dessa história, a urgência é palpável e a responsabilidade recai sobre os governos para evitar uma catástrofe. Sem uma intervenção imediata, o impacto devastador será a herança que deixaremos para as próximas gerações.

Nova Orleans, EUA: Uma luta constante contra as águas

Vista aérea de Nova Orleans, mostrando a proximidade da cidade com a água.
A cidade é protegida por um complexo sistema de diques e barreiras contra inundações. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Nova Orleans vive em um equilíbrio delicado, cercada por águas que são tanto uma bênção quanto uma ameaça. A cidade depende de uma complexa muralha de diques e barreiras para se manter seca e segura. Essas estruturas são a única linha de defesa contra as cheias que poderiam facilmente submergir suas ruas históricas.

Ao norte, o Lago Maurepas representa um perigo constante, enquanto ao sul, os lagos Salvador e Pequeno também exercem pressão. É uma batalha diária contra a geografia, onde a engenharia humana tenta conter a força da natureza. A cidade inteira confia nesse sistema para sobreviver ao avanço das águas.

Essa dependência revela uma vulnerabilidade assustadora, pois qualquer falha pode ter consequências desastrosas. A proteção de hoje pode não ser suficiente para os desafios de amanhã, deixando um ponto de interrogação sobre o futuro da cidade. A luta pela sobrevivência em Nova Orleans é, literalmente, uma questão de manter a cabeça fora d’água.

O fantasma do furacão Katrina e suas lições

Casas em Nova Orleans alagadas, um cenário de devastação.
A tragédia do Katrina em 2005 mostrou a vulnerabilidade das defesas da cidade. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A confiança nas defesas de Nova Orleans foi tragicamente abalada em 2005 com a chegada do furacão Katrina. Aquele evento catastrófico provou que mesmo as barreiras mais robustas podem ceder diante da fúria da natureza. A cidade aprendeu da pior maneira que sua segurança era mais frágil do que se imaginava.

Durante a tempestade, mais de 50 falhas nos diques e muros de contenção foram registradas, um colapso em cascata que selou o destino de bairros inteiros. Como resultado, 80% da cidade e toda a paróquia vizinha de São Bernardo ficaram debaixo d’água. Foi um cenário de devastação que chocou o mundo e redefiniu a noção de desastre natural.

Mesmo com toda a tecnologia e engenharia, a subida do nível do mar torna a cidade ainda mais suscetível a eventos semelhantes no futuro. A memória do Katrina serve como um lembrete sombrio de que a ameaça é real e constante. A questão não é se um desastre pode acontecer de novo, mas quando.

Basra, Iraque: O principal porto sob ameaça iminente

Vista do rio Shatt al-Arab na cidade de Basra, Iraque.
Localizada às margens do rio Shatt al-Arab, a cidade portuária é um ponto vital para o Iraque. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Basra não é apenas uma cidade, mas o coração econômico e o principal porto do Iraque. Situada estrategicamente às margens do Shatt al-Arab, um imenso rio que se encontra com o Golfo Pérsico, sua existência é vital para o comércio do país. No entanto, sua localização privilegiada é também sua maior fraqueza.

A geografia de Basra é definida por uma intrincada rede de canais, riachos e pântanos que a cercam. Essa característica, que um dia foi vantajosa, hoje a torna extremamente vulnerável à elevação do nível do mar. Cada canal e riacho é uma porta de entrada em potencial para inundações devastadoras.

Com o aumento das águas globais, a cidade e suas áreas adjacentes estão na linha de frente de uma crise anunciada. A própria estrutura que sustenta Basra pode ser o caminho para sua ruína. O futuro de seu porto vital e de sua população está diretamente ligado à luta global contra as mudanças climáticas.

Um Risco Adicional: A propagação de doenças pela água

Cena urbana de Basra, com pessoas em seu cotidiano.
Além das inundações, a qualidade da água já é um problema grave para a população local. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A ameaça para Basra vai muito além de apenas perder terras para o avanço das águas. A cidade já enfrenta uma batalha significativa contra doenças transmitidas por água contaminada. Esse problema crônico de saúde pública adiciona uma camada ainda mais sombria ao cenário.

Imagine o que aconteceria se inundações massivas se tornassem mais frequentes nesta região. O aumento do nível da água não apenas destruiria casas e infraestrutura, mas também agravaria drasticamente a crise sanitária existente. A mistura de água de enchente com os sistemas de esgoto locais criaria um ambiente perfeito para a proliferação de epidemias.

Portanto, a população de Basra enfrenta uma dupla ameaça que coloca sua vida em risco. É uma luta pela terra e, ao mesmo tempo, uma luta pela saúde. O aumento das inundações pode transformar uma situação já perigosa em uma catástrofe humanitária de grandes proporções.

Ho Chi Minh, Vietnã: O delta que pode engolir uma metrópole

Paisagem urbana de Ho Chi Minh, no Vietnã, com seus prédios e rios.
A cidade está cada vez mais ameaçada pelas águas do Delta do Mekong. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A vibrante cidade de Ho Chi Minh, no Vietnã, pulsa com energia e crescimento, mas está situada em uma posição perigosamente vulnerável. As áreas mais críticas são seus distritos orientais, que se espalham pela planície baixa de Thủ Thiêm. Essa região, em particular, está na mira direta do aumento do nível do mar.

A proximidade com o vasto Delta do Mekong agrava ainda mais a situação, tornando a metrópole um alvo fácil para inundações. O rio, que é a alma da região, pode se transformar em uma força destrutiva com as mudanças climáticas. A expansão da cidade em direção a essas áreas de risco apenas aumenta a preocupação.

Para Ho Chi Minh, o futuro é uma corrida contra o tempo e a maré. As autoridades e os moradores sabem que a ameaça é real e que medidas precisam ser tomadas. O desafio é proteger uma das cidades que mais crescem na Ásia de ser engolida pelas águas que a cercam.

A Vulnerabilidade crescente a tempestades tropicais

Tráfego intenso de motos em uma rua de Ho Chi Minh.
Embora o centro possa ser poupado, a vulnerabilidade a inundações e tempestades só tende a aumentar. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Mesmo que o coração da cidade não desapareça completamente até 2030, o perigo está longe de ser hipotético. A probabilidade de o centro urbano se tornar mais suscetível a inundações severas e tempestades tropicais é quase uma certeza. A vida na cidade pode se tornar progressivamente mais difícil e perigosa.

Cada tempestade tropical que se aproxima da costa do Vietnã representa um teste de estresse para a infraestrutura de Ho Chi Minh. Com o nível do mar mais alto, as tempestades não precisam ser excepcionalmente fortes para causar danos significativos. As inundações podem paralisar o transporte, a economia e a vida cotidiana de milhões de pessoas.

Essa vulnerabilidade crescente significa que a cidade precisa se adaptar rapidamente para sobreviver. Não se trata mais de evitar o problema, mas de aprender a conviver com ele e mitigar seus piores efeitos. O futuro de Ho Chi Minh dependerá de sua capacidade de resistir a um clima cada vez mais hostil.

Amsterdã, Países Baixos: Quando o nome do país é um alerta

Canais icônicos de Amsterdã com suas casas e pontes características.
O nome “Países Baixos” não é por acaso, e cidades como Amsterdã vivem sob constante ameaça. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Não é por acaso que a nação é chamada de Países Baixos, um nome que descreve perfeitamente sua geografia. Grande parte do território, incluindo suas cidades mais famosas, fica abaixo do nível do mar. Metrópoles como Amsterdã, Roterdã e Haia estão localizadas em áreas baixas e perigosamente próximas ao Mar do Norte.

Essa condição geográfica sempre foi um desafio, mas as mudanças climáticas estão elevando a aposta. O aumento do nível do mar representa uma ameaça existencial para a identidade e a sobrevivência do país. A luta contra a água está no DNA dos holandeses, mas o inimigo está se tornando mais forte.

Para essas cidades, o futuro é uma batalha contínua para manter o mar à distância. A questão não é se a água vai subir, mas se as defesas construídas ao longo de séculos serão suficientes. A sobrevivência de centros culturais e econômicos como Amsterdã depende disso.

A engenharia holandesa em seu maior desafio

Sistema de diques e barreiras contra inundações nos Países Baixos.
O famoso sistema de defesa holandês se tornará ainda mais crucial nos próximos anos. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Os holandeses são mundialmente famosos por sua impressionante engenharia de defesa contra inundações. O complexo sistema de barragens, barreiras e comportas é uma maravilha da capacidade humana de domar a natureza. Essa infraestrutura sempre foi o orgulho e a segurança da nação.

No entanto, o cenário está mudando rapidamente e o que antes era suficiente pode não ser mais. Nos próximos anos, esse sistema de defesa se tornará ainda mais essencial para a sobrevivência do país. A pressão sobre essas estruturas aumentará à medida que o nível do mar continuar a subir.

O futuro dos Países Baixos dependerá da capacidade de sua engenharia evoluir e se fortalecer. Será uma corrida para reforçar as defesas existentes e talvez criar novas tecnologias para enfrentar um desafio sem precedentes. A engenhosidade holandesa está diante de seu maior teste na história.

Savannah, EUA: O charme histórico em rota de colisão com o oceano

Rua histórica e arborizada de Savannah, Geórgia.
O charme histórico de Savannah está em risco devido à sua localização em uma rota de furacões. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Savannah, na Geórgia, é uma cidade que parece ter parado no tempo, com sua arquitetura histórica e praças charmosas. No entanto, sua beleza está em uma rota de colisão direta com a fúria da natureza. A cidade fica em um ponto crítico para a passagem de furacões, tornando-a extremamente vulnerável.

O perigo, contudo, não se manifesta apenas durante eventos climáticos extremos. Mesmo em dias calmos, a ameaça da subida do nível do mar é uma realidade constante. A cidade histórica pode ver suas terras mais baixas sendo lentamente invadidas pela água, um processo silencioso, mas implacável.

Essa combinação de riscos coloca o futuro de Savannah em xeque, ameaçando apagar séculos de história. Proteger seu patrimônio e seus moradores exigirá um planejamento cuidadoso e investimentos significativos. A cidade precisa se preparar para um futuro onde a água será uma vizinha muito mais presente e perigosa.

A Fúria dos rios e furacões

Rio Savannah fluindo próximo à cidade de Savannah.
Cercada por rios, a cidade fica ainda mais vulnerável quando furacões e inundações se combinam. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A localização de Savannah é duplamente perigosa devido aos rios que a cercam. Ao norte, o rio Savannah, e ao sul, o rio Ogeechee, representam vias diretas para inundações. Esses rios, que são parte da identidade da região, podem se tornar agentes de destruição.

Quando um furacão se aproxima, o perigo se multiplica exponencialmente. A maré de tempestade vinda do oceano se combina com o transbordamento dos rios, criando um efeito devastador. A água avança por todos os lados, tornando a evacuação e a defesa extremamente difíceis.

Os efeitos combinados de furacões e inundações fluviais podem ser muito piores do que cada um desses eventos isoladamente. Isso significa que Savannah precisa de um plano de defesa robusto que considere essa ameaça dupla. O futuro da cidade depende de sua capacidade de gerenciar as águas que a abraçam por todos os lados.

Calcutá, Índia: A expansão urbana que diminui as defesas naturais

Vista movimentada da cidade de Calcutá, na Índia, com seus prédios e trânsito.
A expansão de Calcutá para terras antes férteis gera uma nova preocupação com inundações. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A região ao redor de Calcutá sempre foi um centro de prosperidade, graças às suas terras incrivelmente férteis. Por séculos, a agricultura floresceu ali, sustentando uma população crescente. No entanto, é justamente essa herança que agora se transforma em uma grande preocupação.

À medida que a metrópole de Calcutá se expande de forma acelerada, ela avança sobre essas terras agrícolas. O concreto e o asfalto estão substituindo o solo que antes absorvia naturalmente o excesso de água. Essa urbanização desenfreada está eliminando as defesas naturais da cidade contra inundações.

Essa transformação do uso da terra cria um paradoxo perigoso. O mesmo crescimento que simboliza o progresso da cidade está, ao mesmo tempo, aumentando sua vulnerabilidade. A preocupação é que, ao construir seu futuro, Calcutá esteja inadvertidamente minando suas próprias fundações.

O Perigo oculto da estação das monções

Ponte Howrah em Calcutá durante uma cena chuvosa, típica das monções.
Com menos solo para absorver a água, a estação das monções pode se tornar ainda mais devastadora. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Calcutá pode enfrentar dificuldades extremas no futuro, especialmente durante a intensa estação das monções. As chuvas torrenciais que caracterizam essa época do ano encontrarão uma cidade cada vez mais impermeável. A água da chuva, sem ter para onde escoar, se acumulará rapidamente nas ruas.

Com menos solo exposto para absorver o volume de água, o sistema de drenagem da cidade ficará sobrecarregado. Isso levará a inundações mais frequentes, mais extensas e mais duradouras. A vida em Calcutá durante as monções, que já é desafiadora, pode se tornar insustentável.

Esse cenário representa uma ameaça direta à segurança, à saúde e à economia da cidade. A expansão urbana precisa ser repensada com urgência, levando em conta a necessidade de áreas verdes e permeáveis. Caso contrário, Calcutá corre o risco de se afogar em seu próprio progresso a cada estação chuvosa.

Nagoya, Japão: A vulnerabilidade do coração industrial

Horizonte de Nagoya, Japão, com seus arranha-céus modernos.
A expansão de cidades costeiras como Nagoya as torna mais vulneráveis durante a temporada de tufões. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A expansão contínua de algumas das cidades costeiras do Japão as coloca em uma posição delicada. Elas se tornam cada vez mais vulneráveis à subida do nível do mar, um risco que se intensifica drasticamente durante a temporada de tufões. Essa temporada, que vai de maio a outubro, é um período de alta ansiedade para essas localidades.

Nagoya, um dos principais centros industriais e portuários do país, é um exemplo claro dessa vulnerabilidade. Apesar do Japão ser conhecido por sua preparação para desastres, a combinação de urbanização costeira e clima extremo cria um novo nível de desafio. A cidade precisa estar pronta para enfrentar tempestades mais fortes e marés mais altas.

O futuro da indústria e da economia de Nagoya está intrinsecamente ligado à sua capacidade de se adaptar a essa nova realidade. Proteger seu porto e sua infraestrutura é crucial não apenas para a cidade, mas para todo o Japão. A questão é se a preparação atual será suficiente para o que está por vir.

Tufões e a fragilidade do porto

Porto industrial de Nagoya, com contêineres e guindastes.
O porto industrial de Nagoya pode enfrentar grandes problemas devido à sua localização próxima a rios. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Embora a maioria das cidades japonesas esteja bem equipada para lidar com eventos climáticos, o porto industrial de Nagoya enfrenta um risco particular. Sua localização estratégica, próxima aos rios Nagara e Kiso, o torna especialmente suscetível a problemas. Essa proximidade com grandes corpos de água é uma faca de dois gumes.

As partes ocidentais de Nagoya, onde se concentra grande parte da atividade industrial, podem ser vulneráveis a inundações extremas. Um tufão forte poderia causar o transbordamento dos rios ao mesmo tempo em que a maré de tempestade avança do mar. Esse cenário de inundação por múltiplas frentes seria catastrófico para o porto.

A interrupção das operações no porto de Nagoya teria um impacto econômico gigantesco, com efeitos em cascata por todo o país. Proteger essa área vital é uma prioridade máxima. A cidade precisa de planos de contingência robustos para garantir que seu motor econômico não seja paralisado pelas águas.

Malé, Maldivas: A capital que já planeja sua fuga das águas

Vista aérea de Malé, a densa capital das Maldivas, cercada pelo oceano.
A nação insular das Maldivas está ciente do perigo e já busca soluções inovadoras. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Para a nação insular das Maldivas, a ameaça do aumento do nível do mar não é uma projeção futura, mas uma realidade presente. O país, composto por atóis de baixa altitude, está na linha de frente da crise climática há muito tempo. A consciência do perigo é tão grande que medidas drásticas já estão sendo tomadas.

Em uma iniciativa pioneira e um tanto desesperada, eles começaram a construir uma cidade flutuante. Este projeto inovador é uma tentativa de se adaptar a um futuro onde a terra firme pode não existir mais. É um testemunho da urgência e da gravidade da situação que enfrentam.

As Maldivas se tornaram um símbolo global da luta pela sobrevivência em um mundo em aquecimento. Sua busca por soluções, como a cidade flutuante, serve de alerta para o resto do planeta. O que está acontecendo lá hoje pode ser a realidade de muitas outras áreas costeiras amanhã.

Infraestrutura Crítica em Alerta Máximo

Aeroporto Internacional de Velana em Hulhulé, próximo a Malé, construído em uma ilha.
Do aeroporto à ilha residencial de Hulhumalé, a infraestrutura vital das Maldivas está em risco. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A ameaça não se limita às praias paradisíacas; ela atinge o coração da infraestrutura do país. A capital, Malé, e as ilhas vizinhas, que concentram a população e a economia, estão em grave perigo. Cada centímetro que o mar sobe aumenta o risco de colapso.

Infraestruturas vitais, como o Aeroporto Internacional de Velana, localizado na ilha de Hulhulé, estão particularmente expostas. O mesmo vale para a ilha artificial de Hulhumalé, criada para aliviar a superlotação de Malé. Essas estruturas essenciais foram construídas em terrenos baixos e estão diretamente na mira das marés crescentes.

O aumento do nível das marés representa um problema grave e, mais importante, iminente. Não se trata de uma questão para as próximas gerações, mas de um desafio para agora. A sobrevivência das Maldivas como nação depende da proteção de sua infraestrutura crítica contra o avanço implacável do oceano.

Port Said, Egito: Muito além da costa em perigo

Edifícios históricos ao longo da orla de Port Said, no Egito.
Não é apenas a cidade costeira de Port Said que está ameaçada, mas vastas áreas ao seu redor. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A cidade de Port Said, localizada no nordeste do Egito, é um ponto focal de preocupação com o aumento do nível do mar. Sua posição estratégica na entrada do Canal de Suez a torna vital, mas também extremamente exposta. A ameaça das marés crescentes paira sobre seu futuro.

No entanto, o perigo não se restringe apenas à linha costeira da cidade. Vastas áreas de terra a oeste e ao sul de Port Said também correm o risco de ficarem submersas. Isso significa que o impacto potencial é muito maior do que se poderia imaginar olhando apenas para o mapa da cidade.

A perda dessas terras teria consequências devastadoras para a agricultura e para as comunidades que vivem nelas. O problema em Port Said é, na verdade, um problema regional. A sobrevivência de uma grande área do Delta do Nilo está em jogo.

Barreiras de Areia: A luta para salvar terras e colheitas

Paisagem rural próxima a Port Said, com campos agrícolas.
O governo egípcio já constrói barreiras para proteger as terras agrícolas das inundações. (Fonte da Imagem: Shutterstock)

Diante dessa ameaça iminente, o governo local não está de braços cruzados. Ações concretas já estão em andamento para tentar mitigar os piores efeitos do avanço do mar. A principal estratégia é a construção de barreiras ao longo da costa.

Essas barreiras são feitas de areia e concreto, projetadas para conter as inundações e proteger as terras valiosas. O objetivo principal é garantir que os agricultores da região não percam suas terras e colheitas. É uma tentativa de salvar o meio de vida de milhares de pessoas e garantir a segurança alimentar.

Essa é uma batalha de engenharia contra a força da natureza, uma corrida para erguer defesas antes que seja tarde demais. O sucesso dessas barreiras será crucial para o futuro da região. A luta em Port Said é um exemplo claro de como os países estão começando a reagir ativamente à crise climática.

Veneza, Itália: A cidade que afunda enquanto o mar sobe

Gôndolas nos canais de Veneza, com a cidade parecendo afundar na água.
Veneza enfrenta uma dupla ameaça: o aumento do nível do mar e o afundamento da própria cidade. (Fonte da Imagem: Shutterstock)

Veneza, a joia flutuante da Itália, enfrenta um futuro incerto com uma ameaça dupla e implacável. Por um lado, o nível do Mar Adriático está subindo a um ritmo alarmante devido às mudanças climáticas. Por outro, a própria cidade está afundando lentamente, cerca de dois milímetros por ano.

Essa combinação fatal cria um efeito de pinça que está espremendo a vida de uma das cidades mais icônicas do mundo. O chão sob seus pés está cedendo enquanto a água ao seu redor sobe. É uma receita para o desastre que coloca em risco séculos de arte, cultura e história.

Para Veneza, a luta pela sobrevivência é mais urgente do que nunca. A cidade que encantou o mundo com sua beleza única pode se tornar uma Atlântida moderna. O desafio é encontrar uma maneira de deter essas duas forças destrutivas antes que elas consumam a cidade por completo.

A Frequência crescente das marés altas

Praça de São Marcos em Veneza completamente inundada durante a acqua alta.
As marés altas, ou “acqua alta”, estão se tornando mais frequentes e severas, ameaçando submergir a cidade. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A cidade já foi atingida por graves inundações ao longo de sua história, mas a situação está piorando. As mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a intensidade das marés altas, conhecidas como “acqua alta”. O que antes era um evento ocasional está se tornando uma ocorrência rotineira e destrutiva.

Embora Veneza possua sistemas de defesa contra inundações, como o projeto MOSE, a pressão sobre eles está aumentando. Manter esses sistemas funcionando e eficazes se tornará cada vez mais difícil e caro à medida que a crise climática se agrava. As defesas podem não ser suficientes para lidar com as supermarés do futuro.

Cada vez que a Praça de São Marcos fica submersa, é um lembrete vívido da vulnerabilidade da cidade. Veneza está em uma corrida contra o tempo para se adaptar a essa nova realidade. O futuro dirá se suas defesas conseguirão resistir ao avanço implacável do mar.

Bangkok, Tailândia: Uma corrida contra o tempo em solo instável

Vista panorâmica de Bangkok com seus templos e arranha-céus.
A capital tailandesa pode ser uma das cidades mais atingidas pelo aquecimento global no curto prazo. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Um estudo preocupante de 2020 revelou que Bangkok pode ser a cidade mais duramente atingida pelo aquecimento global no curto prazo. A capital tailandesa está situada a apenas 1,5 metros acima do nível do mar, uma margem perigosamente pequena. Para piorar, a cidade está afundando a um ritmo muito mais rápido que Veneza.

A própria fundação da cidade contribui para o seu risco iminente. Bangkok foi construída sobre um solo de argila denso e pantanoso, o que a torna extremamente propensa a inundações. Essa combinação de afundamento rápido e solo instável cria um cenário de pesadelo.

A metrópole vibrante, conhecida por seus templos e vida urbana agitada, está em uma corrida desesperada contra o tempo. A cada ano que passa, o risco de uma inundação catastrófica aumenta. Bangkok é um exemplo gritante de como o desenvolvimento urbano e a geologia podem colidir com as mudanças climáticas.

O Futuro submerso do principal aeroporto

Fachada moderna do Aeroporto Internacional Suvarnabhumi, em Bangkok.
Até 2030, áreas costeiras e até mesmo o principal aeroporto internacional podem ficar debaixo d’água. (Fonte da Imagem: Getty Images)

As projeções para um futuro próximo são alarmantes e específicas. Até o ano de 2030, grande parte das áreas costeiras da cidade, como Tha Kham e Samut Prakan, podem estar permanentemente submersas. Isso significaria o deslocamento de comunidades inteiras e a perda de vastas áreas residenciais e industriais.

O mais chocante é que a ameaça se estende a uma das infraestruturas mais importantes do país. O principal portão de entrada da Tailândia, o Aeroporto Internacional Suvarnabhumi, também corre o risco de ficar debaixo d’água. A perda de um hub de transporte tão vital teria consequências econômicas e logísticas devastadoras.

Esse cenário mostra que o perigo não está no horizonte distante, mas a menos de uma década de distância. A possibilidade de ver o aeroporto principal de um país submerso é um alerta poderoso. Bangkok precisa de soluções radicais e imediatas para evitar que essa previsão sombria se torne realidade.

Khulna, Bangladesh: Uma das cidades mais populosas em terreno baixo

Cena de rua em Khulna, Bangladesh, com riquixás e movimento de pessoas.
Com apenas nove metros acima do nível do mar, a terceira maior cidade de Bangladesh está em uma posição alarmante. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Khulna, a terceira maior cidade de Bangladesh, é um centro urbano vibrante e densamente povoado. No entanto, sua altitude média é de apenas nove metros acima do nível do mar. Este fato, por si só, é extremamente alarmante quando se considera o ritmo atual das mudanças climáticas.

Para uma cidade com milhões de habitantes, estar em um terreno tão baixo é como viver na beira de um precipício. Qualquer aumento significativo no nível do mar ou evento de inundação pode ter consequências catastróficas. A segurança de sua população está em um equilíbrio muito precário.

A situação de Khulna destaca a vulnerabilidade extrema de Bangladesh como um todo. O país, em grande parte um delta de baixa altitude, enfrenta uma ameaça existencial. Cidades como Khulna estão na linha de frente dessa batalha pela sobrevivência.

As Inundações devastadoras como um aviso

Área inundada em Bangladesh, com casas e pessoas ilhadas.
As cheias de 2021 mostraram a vulnerabilidade do país, com Khulna parecendo estar em risco ainda maior. (Fonte da Imagem: Getty Images)

As inundações devastadoras que atingiram Bangladesh em 2021 serviram como um aviso terrível do que está por vir. O desastre mostrou que grande parte do país já é altamente vulnerável a inundações extremas. A água tomou conta de vilarejos e cidades, deslocando milhões e causando destruição generalizada.

Dentro desse cenário nacional de risco, a situação de Khulna parece ser ainda mais crítica. Sua localização e baixa altitude a tornam particularmente suscetível a eventos semelhantes no futuro. A cidade pode ser uma das primeiras a sofrer as consequências mais severas do aumento do nível do mar.

As memórias das cheias de 2021 estão frescas na mente da população e das autoridades. Elas não são apenas uma tragédia do passado, mas um vislumbre de um futuro possível e muito mais frequente. A questão para Khulna não é se haverá outra grande inundação, mas o quão preparada a cidade estará quando ela chegar.

Georgetown, Guiana: A capital protegida por um muro secular

Catedral de São Jorge em Georgetown, Guiana, um marco arquitetônico.
Por séculos, a capital da Guiana tem dependido de paredões para se proteger das tempestades. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A capital da Guiana, Georgetown, tem uma longa história de coexistência com o oceano. Por séculos, a cidade dependeu de uma extensa rede de paredões para se proteger das tempestades e da maré alta. Uma gigantesca estrutura de 450 quilômetros de comprimento é a principal linha de defesa da nação.

Essa dependência de uma barreira física mostra o quão vulnerável a região sempre foi. O muro do mar não é apenas uma estrutura de concreto, mas um símbolo da luta constante da Guiana contra o avanço do Atlântico. A sobrevivência da capital sempre esteve ligada à força dessa muralha.

Com o aumento do nível do mar, a pressão sobre essa defesa histórica está atingindo níveis sem precedentes. O paredão que protegeu Georgetown por gerações está agora enfrentando seu maior desafio. A questão é se essa estrutura secular será capaz de resistir às novas condições climáticas.

A Dependência de uma defesa que precisa ser reforçada

O paredão marítimo da Guiana, com o oceano de um lado e a terra do outro.
Cerca de 90% da população da Guiana vive na costa, tornando o reforço do muro marítimo uma urgência. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A urgência de proteger a costa da Guiana é amplificada por um fato demográfico impressionante. Cerca de 90% da população do país vive na estreita faixa costeira. Isso significa que a grande maioria dos guianenses está diretamente exposta ao risco de inundações.

Se o país quiser que as áreas centrais de Georgetown evitem danos massivos, o reforço do muro marítimo é inegociável. A estrutura existente precisa ser fortalecida, elevada e possivelmente expandida para lidar com marés mais altas e tempestades mais fortes. É um investimento massivo, mas essencial para a segurança nacional.

O futuro da Guiana depende da robustez de suas defesas costeiras. Deixar de agir significaria colocar em risco a vida de quase toda a sua população e o coração econômico do país. A corrida para reforçar o paredão é uma corrida pela própria sobrevivência da nação.

Dandong, China: A cidade fronteiriça que pode ser engolida pelo rio

Ponte da Amizade Sino-Coreana sobre o rio Yalu em Dandong, China.
Localizada às margens do rio Yalu, a cidade de Dandong tem vista para a Coreia do Norte e um futuro incerto. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Embora Dandong possa não ser um dos destinos turísticos mais conhecidos da China, é uma cidade de grande importância estratégica e populacional. Mais de dois milhões de pessoas vivem nesta metrópole localizada na fronteira com a Coreia do Norte. Sua posição às margens do rio Yalu define sua identidade e, agora, seu maior risco.

Esta cidade do nordeste chinês tem uma vista privilegiada para a nação vizinha, mas também para um futuro potencialmente perigoso. A proximidade com um rio tão grande, que deságua no mar, a torna vulnerável. A ameaça de inundações é uma realidade com a qual Dandong precisa lidar.

O destino de milhões de pessoas está ligado à capacidade da cidade de gerenciar as águas do rio Yalu. Com as mudanças climáticas alterando os padrões de chuva e o nível do mar, o risco só tende a aumentar. A cidade fronteiriça pode enfrentar uma batalha para não ser engolida pelo próprio rio que a define.

Um Futuro submerso para milhões de habitantes

Vista da cidade de Dandong a partir do rio Yalu.
Existe a possibilidade real de que esta área, situada abaixo do nível do mar, fique completamente submersa. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A preocupação em Dandong é intensificada pelo fato de que partes significativas da cidade estão situadas abaixo do nível do mar. Essa condição topográfica cria uma vulnerabilidade inerente a inundações. A possibilidade de que esta vasta área fique submersa não é apenas teórica, mas uma ameaça real e crescente.

Um evento de inundação extrema poderia ter consequências devastadoras para a cidade e seus mais de dois milhões de habitantes. A perda de casas, infraestrutura e vidas seria imensa. É um cenário que as autoridades locais precisam levar muito a sério.

O futuro de Dandong pode depender de investimentos maciços em sistemas de controle de enchentes e barreiras. A cidade precisa se preparar para um cenário onde o rio Yalu e o mar se tornem mais agressivos. A alternativa é arriscar um futuro submerso para uma das maiores cidades da região.

Banjarmasin, Indonésia: A cidade dos mil rios e sua cultura em risco

Mercado flutuante em Banjarmasin, Indonésia, com barcos cheios de produtos.
Conhecida como a “Cidade dos Mil Rios”, Banjarmasin foi construída em um delta pantanoso e abaixo do nível do mar. (Fonte da Imagem: Getty Images)

A cidade indonésia de Banjarmasin tem uma geografia única e fascinante, mas também perigosa. Ela foi construída em grande parte abaixo do nível do mar, em meio a um delta pantanoso perto do rio Barito. Sua paisagem é dominada por uma rede de canais e cursos d’água.

Este cenário lhe rendeu o apelido de “Cidade dos Mil Rios”, um lugar onde a vida sempre esteve intimamente ligada à água. Os mercados flutuantes e as casas sobre palafitas são testemunhos dessa adaptação histórica. No entanto, essa mesma característica a torna extremamente vulnerável hoje.

Com o aumento do nível do mar global, uma cidade construída abaixo dele enfrenta uma ameaça existencial. A água que sempre foi sua força vital pode se tornar sua ruína. Banjarmasin está em uma corrida contra o tempo para encontrar uma maneira de sobreviver em um ambiente cada vez mais hostil.

A Ameaça ao patrimônio cultural Banjarês

Cena cotidiana nos canais de Banjarmasin, mostrando a cultura local.
A cultura indígena Banjaresa, intrinsecamente ligada aos rios, corre o risco de desaparecer com a subida das águas. (Fonte da Imagem: Getty Images)

Banjarmasin não é apenas um centro urbano; é também o coração da cultura indígena Banjaresa. Este povo desenvolveu um modo de vida único, profundamente entrelaçado com os rios e canais da região. Sua identidade cultural, tradições e patrimônio estão todos ligados à água.

A subida do nível do mar representa uma ameaça não apenas para a cidade física, mas para toda uma cultura. Se a cidade for submersa, um modo de vida com séculos de história pode desaparecer junto com ela. A perda seria irreparável e trágica.

Proteger Banjarmasin é, portanto, uma questão de proteger um patrimônio cultural inestimável. A luta da cidade contra as águas é também uma luta pela preservação da identidade do povo Banjarês. O mundo corre o risco de perder muito mais do que apenas uma cidade.

Tyler James Mitchell
  • Tyler James Mitchell é o jornalista e autor por trás do blog Curiosão, apaixonado por desvendar temas de história e ciência. Sua missão é transformar o conhecimento complexo em narrativas acessíveis e fascinantes para o público.