Nova medida promete reduzir drasticamente o número de fumantes, salvando vidas e economizando bilhões para o sistema de saúde.

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) anunciou uma iniciativa revolucionária: a distribuição gratuita da vareniclina, uma pílula desenvolvida para ajudar fumantes a abandonar o vício em nicotina. A medida, que já está sendo implementada, busca combater um dos maiores problemas de saúde pública do país, com impactos significativos tanto na saúde individual quanto na economia.

A vareniclina atua diretamente no cérebro, reduzindo o desejo por nicotina e bloqueando seus efeitos. Além disso, alivia sintomas de abstinência como irritabilidade e insônia, tornando-se uma alternativa mais eficaz em comparação a métodos tradicionais como gomas de mascar e adesivos de nicotina. Especialistas estimam que o medicamento pode ajudar cerca de 25% dos usuários a abandonar o cigarro por pelo menos seis meses.

Essa iniciativa é parte de um esforço maior para criar uma geração livre do tabaco no Reino Unido. Além dos benefícios à saúde, a distribuição da pílula deve gerar uma economia superior a £500 milhões (R$ 3,7 bilhões) ao sistema público de saúde, ao prevenir doenças e internações relacionadas ao tabagismo.

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Impactos na saúde pública e economia

Cerca de 6 milhões de adultos no Reino Unido ainda são fumantes, representando um em cada oito indivíduos. Entre 2022 e 2023, mais de 400 mil hospitalizações foram atribuídas ao tabagismo, incluindo casos graves como câncer, doenças respiratórias e problemas cardiovasculares. A introdução da vareniclina promete reduzir significativamente esses números.

A presidente-executiva do NHS, Amanda Pritchard, destacou que essa pílula diária é um “divisor de águas” na luta contra o tabagismo. Estudos anteriores já demonstraram que cada libra investida em tratamentos semelhantes gerava £1,65 em economia para o sistema público de saúde. Com a versão genérica da vareniclina, os benefícios financeiros tendem a ser ainda maiores.

Ainda assim, especialistas reforçam que o sucesso do tratamento depende da combinação com suporte comportamental, como terapias específicas para cessação do tabagismo. Essa abordagem integrada aumenta as chances de sucesso e maximiza os benefícios da nova política.

Eficácia comprovada e histórico do medicamento

A vareniclina, anteriormente comercializada sob o nome Champix®, já era conhecida por sua eficácia no combate ao tabagismo. No entanto, foi retirada do mercado em 2021 devido à presença de impurezas. Agora relançada em sua versão genérica pela farmacêutica Teva UK, a droga foi aprovada como segura pela Autoridade Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA).

Estudos conduzidos pela University College London indicam que a introdução desse medicamento pode reduzir o número de fumantes no país em até 85 mil por ano. Além disso, pesquisas mostram que ele é mais eficaz do que outras opções disponíveis no mercado, oferecendo uma solução prática e acessível para quem deseja parar de fumar.

Ainda assim, desafios permanecem. Especialistas alertam que é essencial garantir que os pacientes sigam corretamente as prescrições médicas e combinem o uso da pílula com mudanças comportamentais para alcançar resultados duradouros.

Um passo decisivo rumo a uma geração livre do tabaco

A iniciativa britânica é vista como um marco global na luta contra o tabagismo. Combinada com outras políticas públicas, como restrições ao uso de cigarros eletrônicos e campanhas educativas, a distribuição gratuita da vareniclina reforça o compromisso do governo em reduzir os danos causados pelo fumo.

Além dos benefícios diretos à saúde pública, essa política também contribui para aliviar a pressão sobre os serviços médicos do NHS. Ao prevenir doenças relacionadas ao tabagismo, a medida libera recursos para atender outros pacientes com mais agilidade.

A estratégia britânica serve como exemplo para outros países enfrentarem desafios semelhantes. Ao investir em prevenção e oferecer soluções acessíveis aos cidadãos, é possível construir sociedades mais saudáveis e economizar recursos valiosos no longo prazo.

Fonte: Revista Galileu.