Descobertas joias de 1.600 anos em cemitério na Crimeia

Descobertas joias de 1.600 anos em cemitério na Crimeia

Arqueólogos encontram joias de ouro e prata em sepulturas de mulheres ricas, revelando o luxo e a sofisticação da elite medieval da Crimeia.

Arqueólogos realizaram uma descoberta impressionante em um antigo cemitério medieval próximo a Sebastopol, na Crimeia. Na necrópole Almalyk-dere, foram desenterradas joias de ouro e prata que datam de 1.600 anos, pertencentes a mulheres da elite local. Os itens encontrados incluem brincos ornamentados, fíbulas (broches), cintos decorados e até um recipiente para cosméticos feito de chifre de animal.

A pesquisa foi conduzida pela Universidade Federal da Crimeia em parceria com a Academia Russa de Ciências. Segundo os especialistas, as joias indicam que as mulheres enterradas eram figuras influentes na sociedade da época, possivelmente líderes ou aristocratas. Algumas peças, como os brincos com pedras semipreciosas vermelhas, sugerem relações comerciais com outras regiões.

Além das joias, o cemitério revelou detalhes fascinantes sobre o estilo de vida sofisticado dessas mulheres. A descoberta também trouxe à tona vestígios históricos da fortaleza Mangup Kale e assentamentos antigos, reforçando a importância cultural do planalto Mangup.

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O luxo das joias encontradas

Entre os itens mais impressionantes desenterrados na necrópole Almalyk-dere estão brincos de ouro, decorados com pedras semipreciosas como granada e carneol. Essas peças são altamente ornamentadas e refletem o alto status social das mulheres enterradas. Além disso, foram encontradas fíbulas feitas de prata cobertas por folhas de ouro, usadas para prender roupas.

Outro destaque foi um “pyxis”, um pequeno recipiente elaborado a partir de chifre de animal, utilizado para armazenar cosméticos como blush. Esse artefato é uma evidência do cuidado estético e do estilo de vida refinado dessas mulheres. As descobertas mostram que elas não apenas pertenciam à elite local, mas também tinham acesso a produtos importados.

Os arqueólogos acreditam que algumas das joias tenham sido fabricadas na própria Crimeia, enquanto outras foram trazidas de regiões distantes. Isso sugere que as mulheres enterradas mantinham relações comerciais e culturais além das fronteiras locais.

Descobertas joias de 1.600 anos em cemitério na Crimeia
Joias ornamentadas revelam o luxo e a influência da elite medieval da Crimeia (Imagem: Reprodução/Divulgação).

A história do cemitério Almalyk-dere

A necrópole Almalyk-dere está localizada no planalto Mangup, uma região rica em história e cultura. O cemitério remonta aos séculos 4 e 6, período em que a área fazia parte do principado cristão de Gothia. Segundo relatos históricos, o planalto foi habitado por godos que resistiram à invasão liderada por Teodorico, o Grande.

Além das sepulturas aristocráticas, escavações no planalto Mangup revelaram ruínas da fortaleza medieval Mangup Kale, datada do século 6 e ocupada até o século 15. A região também possui vestígios pré-históricos que remontam a 5.000 anos atrás, destacando sua importância arqueológica.

Ainda que muitas criptas tenham sido saqueadas ao longo dos séculos, os arqueólogos continuam encontrando itens valiosos que ajudam a reconstruir o passado dessa sociedade sofisticada. As descobertas recentes reforçam o papel central da Crimeia como ponto estratégico entre culturas europeias e asiáticas.

A relevância cultural das descobertas

As joias encontradas no cemitério Almalyk-dere não apenas ilustram o luxo da elite medieval da Crimeia, mas também fornecem informações valiosas sobre as práticas funerárias e culturais da época. Os artefatos revelam uma sociedade hierarquizada, onde objetos preciosos simbolizavam poder e status social.

A descoberta também destaca as conexões comerciais entre a Crimeia e outras regiões do mundo antigo. Os brincos ornamentados com pedras semipreciosas vermelhas são exemplos claros dessa interação cultural e econômica. Esses achados reforçam a posição estratégica da Crimeia como um centro comercial ao longo dos séculos.

Com novas escavações planejadas para o futuro, os arqueólogos esperam descobrir ainda mais sobre a vida dessas mulheres influentes e o impacto cultural dessa sociedade sofisticada na história global.

Fonte: Mega Curioso.