O incrível gato que publicou artigos de física nos anos 1970
Conheça a história curiosa de F. D. C. Willard, o gato siamês que assinou artigos científicos e virou lenda na física.
Nos anos 1970, um caso inusitado marcou a história da ciência: um gato siamês chamado F. D. C. Willard tornou-se coautor de artigos científicos em física. A história começou quando o professor Jack H. Hetherington, da Universidade Estadual de Michigan, enfrentou um problema técnico ao tentar publicar sua pesquisa sobre o comportamento de átomos em diferentes temperaturas.
O artigo, escrito na primeira pessoa do plural, exigia um coautor para ser aceito pelo periódico Physical Review Letters. Sem tempo para reescrever o texto, Hetherington encontrou uma solução criativa: nomear seu gato Chester como coautor, utilizando o pseudônimo F. D. C. Willard.
A publicação foi um sucesso e gerou curiosidade entre os colegas do meio acadêmico. Apesar da brincadeira, o artigo foi amplamente citado e reconhecido como uma contribuição relevante para a física.
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A origem de F. D. C. Willard
O nome F. D. C. Willard foi cuidadosamente pensado por Hetherington para dar credibilidade ao coautor felino. A sigla significa Felix Domesticus Chester, enquanto “Willard” era o nome do pai do gato siamês. Assim, Chester foi apresentado como membro do departamento de física da universidade.
A publicação do artigo intitulado “Two-, Three-, and Four-Atom Exchange Effects in bcc ³He” colocou F. D. C. Willard no mapa da ciência de forma inesperada. O texto abordava efeitos de troca atômica em hélio sólido e foi bem recebido pela comunidade científica.
A identidade real de Willard não permaneceu secreta por muito tempo, mas isso não diminuiu o impacto da publicação nem a admiração pelos métodos criativos de Hetherington para resolver um problema técnico.
A carreira científica do gato
Após a primeira publicação bem-sucedida, F. D. C. Willard continuou sua “carreira acadêmica”. Em 1980, ele assinou outro artigo científico, desta vez no periódico francês La Recherche. O texto abordava propriedades do hélio sólido e foi publicado como uma brincadeira entre Hetherington e seus colegas.
Nessa segunda publicação, Hetherington sequer aparece como autor, deixando todo o crédito para Willard. A iniciativa reforçou a fama do gato como uma figura excêntrica no meio científico e consolidou sua posição como um dos “autores” mais inusitados da física.
Embora fosse evidente que Willard não escrevia os textos, a ideia trouxe leveza ao ambiente acadêmico e mostrou que até mesmo na ciência há espaço para criatividade e humor.
O legado curioso de F. D. C. Willard
A história de F. D. C. Willard continua sendo lembrada como um exemplo de criatividade para superar desafios burocráticos na ciência. Hetherington nunca demonstrou arrependimento pela decisão e até mesmo distribuiu cópias autografadas do artigo com a “assinatura” do gato – uma pata carimbada ao lado do seu nome.
O caso também destaca a importância da flexibilidade no meio acadêmico, onde soluções inovadoras podem surgir mesmo nas situações mais inesperadas. A inclusão do gato como coautor trouxe visibilidade adicional à pesquisa e gerou discussões sobre práticas editoriais nos periódicos científicos.
Até hoje, F. D. C. Willard é lembrado como o “gato mais publicado da história da física”, provando que até mesmo os animais podem deixar sua marca no mundo científico – ainda que com uma ajudinha humana.
Fonte: Mega Curioso.