Por que comemos carne bovina crua, mas evitamos frango cru
A carne bovina pode ser consumida crua em pratos tradicionais, enquanto o frango cru é evitado devido ao alto risco de contaminação por bactérias perigosas.
O consumo de carne bovina crua é comum em diversas culturas, com pratos como steak tartare, carpaccio e quibe cru. Isso ocorre porque a carne bovina, sendo composta principalmente por músculos, apresenta menor risco de contaminação interna. As bactérias geralmente ficam na superfície da carne e são eliminadas durante o preparo. Já no caso do frango cru, o cenário é diferente: sua estrutura porosa facilita a penetração de microrganismos, tornando-o mais suscetível a contaminações.
Entre os principais agentes de risco no frango estão as bactérias Salmonella e Campylobacter jejuni, que podem causar doenças graves como salmonelose e colite. No Brasil, a Salmonella é o principal causador de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), segundo o Ministério da Saúde. Esses microrganismos são destruídos apenas por altas temperaturas, o que torna indispensável o cozimento completo do frango antes do consumo.
A diferença entre as carnes também está na forma como são manipuladas e armazenadas. A carne bovina pode ser consumida crua com segurança quando há controle rigoroso de higiene e procedência. Já o frango requer cuidados adicionais devido ao maior risco de contaminação cruzada durante o manuseio.
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Porosidade e riscos microbiológicos no frango
A estrutura do frango cru é mais vulnerável à contaminação por bactérias devido à sua composição porosa. Isso permite que microrganismos penetrem profundamente na carne, dificultando sua eliminação sem um cozimento adequado. Além disso, práticas inadequadas de criação e industrialização podem aumentar os riscos.
Bactérias como E. coli, Clostridium perfringens e Salmonella estão frequentemente associadas ao consumo de frango malpassado. Essas bactérias causam sintomas como febre, vômitos e diarreia, podendo levar a complicações graves se não tratadas adequadamente.
A contaminação cruzada também é um problema comum. O uso de utensílios ou superfícies contaminadas pelo frango cru pode transferir microrganismos para outros alimentos, aumentando os riscos de intoxicação alimentar. Por isso, é fundamental lavar bem as mãos e os utensílios após manipular a carne crua.
Cultura e segurança alimentar na carne bovina
A carne bovina crua, quando proveniente de fontes confiáveis e manipulada adequadamente, é considerada segura para consumo em pratos específicos. Isso se deve à localização superficial das bactérias, que podem ser eliminadas durante o preparo ou selagem da carne. Além disso, cortes inteiros apresentam menor risco do que carnes moídas, onde as bactérias podem se misturar ao interior do alimento.
No entanto, mesmo a carne bovina não está isenta de riscos. Patógenos como E. coli, Salmonella e parasitas como a Taenia podem estar presentes em carnes mal manipuladas ou provenientes de fontes inseguras. Por isso, a escolha da procedência e o controle rigoroso da higiene são essenciais para evitar problemas de saúde.
Culturalmente, pratos com carne bovina crua são valorizados por seu sabor único e textura macia. Já o consumo de frango cru não faz parte da tradição gastronômica devido aos altos riscos envolvidos.
Dicas para consumir carnes com segurança
A segurança alimentar depende diretamente da manipulação correta das carnes. Para evitar doenças transmitidas por alimentos, é importante seguir boas práticas na cozinha. No caso do frango, recomenda-se cozinhá-lo completamente até que atinja uma temperatura interna mínima de 74°C.
Já para quem aprecia pratos com carne bovina crua, é essencial adquirir cortes frescos e manipulados em condições higiênicas rigorosas. Evite carnes moídas ou processadas sem cozimento completo, pois elas apresentam maior risco de contaminação interna.
Além disso, sempre separe alimentos crus dos cozidos durante o preparo para evitar a contaminação cruzada. Lave bem as mãos, utensílios e superfícies após manipular qualquer tipo de carne crua.
Fonte: Galileu.