Arma de fogo mais antiga dos EUA é desenterrada no Arizona

Arma de fogo mais antiga dos EUA é desenterrada no Arizona

Arqueólogos encontram canhão de 500 anos, ligado à expedição espanhola de Coronado, revelando detalhes históricos impressionantes.

Uma descoberta arqueológica no Arizona trouxe à tona a arma de fogo mais antiga dos Estados Unidos, um canhão de bronze com cerca de 500 anos. O artefato foi encontrado nas ruínas do assentamento espanhol San Geronimo III, no Vale de Santa Cruz, e está relacionado à expedição do conquistador espanhol Francisco Vázquez de Coronado no século 16.

O canhão, fundido em bronze e pesando cerca de 18 quilos, é uma peça rara que remonta ao período das explorações espanholas na América do Norte. Ele foi desenterrado em meio a fragmentos de cerâmica europeia e outros itens históricos, como jarras de azeite e peças de armas. Essa descoberta lança luz sobre a história da colonização europeia e os conflitos com as populações indígenas da região.

A expedição comandada por Coronado, entre 1539 e 1542, tinha como objetivo encontrar as lendárias Sete Cidades de Cibola, que supostamente guardavam riquezas inimagináveis. Embora não tenham encontrado ouro, os espanhóis deixaram um impacto significativo na área, incluindo confrontos violentos com comunidades indígenas.

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O papel do canhão na expedição de Coronado

Esse canhão específico, conhecido como “arma de muralha”, era usado tanto para defesa quanto para ataque. Ele tinha capacidade para disparar projéteis pesados a longas distâncias, sendo eficaz contra estruturas de madeira ou adobe. No entanto, análises indicam que o artefato encontrado nunca foi disparado, já que não foram detectados resíduos de pólvora em seu interior.

A simplicidade do design do canhão sugere que ele foi produzido localmente, possivelmente no México ou no Caribe, diferentemente das armas ornamentadas fabricadas na Espanha. Isso reflete as limitações logísticas enfrentadas pelos exploradores ao se aventurarem em territórios desconhecidos.

O assentamento onde o canhão foi descoberto serviu como base temporária para as tropas de Coronado. Ele foi abandonado após um ataque dos nativos Sobaipuri O’odham, que resistiram à ocupação espanhola. Esse evento atrasou a colonização da região por mais de um século.

Arma de fogo mais antiga dos EUA é desenterrada no Arizona
O canhão descoberto é uma peça histórica única da época das explorações espanholas na América do Norte. (Imagem: Reprodução/Divulgação)

Impacto histórico da descoberta

A descoberta desse canhão histórico é significativa não apenas por ser a arma mais antiga já encontrada nos EUA, mas também por oferecer insights sobre as interações entre europeus e indígenas durante o período colonial. A expedição de Coronado marcou uma das primeiras incursões europeias no sudoeste americano e deixou um legado complexo.

A Guerra Tiguex, desencadeada durante essa expedição, resultou em perdas devastadoras para os povos indígenas Pueblo. O conflito ilustra os desafios enfrentados pelos colonizadores e a resistência dos nativos contra a invasão estrangeira. O abandono do assentamento San Geronimo III simboliza essa luta pela sobrevivência e autonomia cultural.

Além disso, o estudo do canhão e dos artefatos encontrados no local ajuda os pesquisadores a compreender melhor as estratégias militares e os recursos utilizados pelos espanhóis na época. Esses objetos são testemunhas silenciosas de um capítulo turbulento da história americana.

O legado da expedição de Coronado

A expedição liderada por Francisco Vázquez de Coronado não encontrou as riquezas prometidas nas lendas das Sete Cidades de Cibola, mas deixou marcas duradouras na história da região. As descobertas arqueológicas recentes reforçam a importância desse episódio para entender o impacto da colonização europeia nas Américas.

A análise detalhada do canhão e dos outros itens encontrados no local oferece uma janela para o passado, permitindo que historiadores reconstruam aspectos das interações culturais e militares entre espanhóis e nativos americanos. Esses achados também destacam a resiliência das comunidades indígenas diante das adversidades impostas pela colonização.

Dessa forma, a descoberta do canhão histórico no Arizona não é apenas um marco arqueológico; é também um lembrete poderoso das complexas narrativas que moldaram o continente americano ao longo dos séculos.

Fonte: Mega Curioso.