Palavras que médicos nunca devem dizer aos pacientes: Estudo revela impacto emocional

Palavras que médicos nunca devem dizer aos pacientes Estudo revela impacto emocional

Pesquisadores identificam frases que podem prejudicar a relação médico-paciente e sugerem alternativas mais compassivas para melhorar a comunicação.

A comunicação entre médicos e pacientes é um aspecto crucial no tratamento de doenças graves. Um estudo recente destacou como certas palavras e frases podem causar danos emocionais profundos, especialmente em pacientes vulneráveis. Expressões como “não há mais nada que possamos fazer” ou “você falhou na quimio” foram classificadas como inadequadas, pois agravam o sofrimento emocional e minam a confiança no tratamento.

Os pesquisadores enfatizam que a escolha das palavras pode influenciar diretamente a experiência do paciente. Termos como “luta” e “batalha”, frequentemente usados para descrever tratamentos, podem gerar pressão psicológica, fazendo com que os pacientes se sintam responsáveis pelo sucesso ou fracasso do processo. Essa abordagem, segundo especialistas, deve ser substituída por uma linguagem que promova acolhimento e suporte.

Além disso, evitar frases que minimizem o sofrimento ou desdenhem das preocupações dos pacientes é essencial. Comentários como “não vamos nos preocupar com isso agora” podem ser interpretados como insensíveis, afastando o paciente do diálogo aberto e colaborativo necessário para decisões médicas eficazes.

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A importância da comunicação compassiva

A comunicação compassiva é apontada como uma ferramenta indispensável na prática médica. Estudos mostram que palavras insensíveis não apenas ferem emocionalmente os pacientes, mas também bloqueiam o diálogo, impedindo uma tomada de decisão compartilhada. Frases como “ela não vai melhorar” devem ser substituídas por alternativas mais cuidadosas, como “estou preocupado com a evolução do quadro dela”, que expressam empatia sem eliminar a esperança.

Outro aspecto relevante é evitar perguntas fechadas ou que limitem a interação. Em vez de perguntar “você tem alguma dúvida?”, os médicos podem optar por “quais são as suas dúvidas?”, promovendo um ambiente mais receptivo e incentivando o paciente a se expressar livremente.

Essa abordagem não apenas melhora o bem-estar emocional dos pacientes, mas também fortalece a relação médico-paciente. Quando os profissionais utilizam uma linguagem clara e acolhedora, os pacientes se sentem mais seguros e engajados no tratamento.

Palavras que médicos nunca devem dizer aos pacientes Estudo revela impacto emocional
Estudo destaca a importância de substituir termos negativos por uma linguagem mais compassiva na prática médica (Imagem: Reprodução/Divulgação)

O impacto das palavras no tratamento oncológico

No contexto do tratamento oncológico, as palavras têm um peso ainda maior. Frases como “você tem sorte que é apenas o estágio 2” podem parecer inofensivas, mas transmitem uma mensagem de desdém pelas preocupações legítimas dos pacientes. Especialistas recomendam evitar comparações ou comentários que minimizem o diagnóstico.

A escolha de termos também deve ser cuidadosa ao descrever o progresso do tratamento. Por exemplo, dizer que um paciente “falhou na quimioterapia” transfere a responsabilidade do insucesso para ele, quando na verdade é o tratamento que não foi eficaz. Substituir essa expressão por algo como “o tratamento não teve o resultado esperado” ajuda a preservar a autoestima do paciente.

Além disso, evitar metáforas bélicas como “luta contra o câncer” é fundamental. Essas expressões podem gerar sentimentos de culpa caso o paciente não consiga superar a doença. Em vez disso, frases como “vamos enfrentar essa situação juntos” reforçam o apoio da equipe médica e promovem um senso de parceria no enfrentamento da doença.

Dicas para melhorar a relação médico-paciente

A construção de uma relação sólida entre médicos e pacientes passa pela adoção de práticas comunicativas eficazes. Evitar termos técnicos ou jargões médicos é essencial para garantir que as informações sejam compreendidas. Além disso, os profissionais devem estar atentos ao tom de voz e à linguagem corporal durante as consultas.

Médicos também devem evitar atitudes condescendentes ou paternalistas. Tratar os pacientes com respeito e dignidade é fundamental para estabelecer confiança mútua. Perguntas simples e diretas podem ajudar a criar um ambiente acolhedor e facilitar o diálogo sobre temas sensíveis.

Por fim, investir em treinamento contínuo sobre comunicação compassiva pode transformar positivamente as interações médico-paciente. Adotar uma abordagem humanizada não apenas melhora os resultados clínicos, mas também contribui para uma experiência mais satisfatória para ambas as partes.

Fonte: Revista Galileu.