Existe solução eficaz contra soluços? Descubra a verdade
Os soluços podem ser tratados com técnicas simples ou medicamentos específicos, mas nem todas as opções têm comprovação científica.
O soluço, conhecido cientificamente como “singulto”, é uma contração involuntária do diafragma, seguida pelo fechamento da glote, o que gera o som característico “hic”. Embora seja um incômodo comum e geralmente inofensivo, suas causas podem variar de situações banais, como comer rápido, até condições médicas mais graves.
Entre os gatilhos mais frequentes estão a dilatação do estômago, consumo de bebidas gasosas, estresse e irritação nos nervos vago e frênico. Em casos raros, o soluço pode estar associado a doenças como refluxo gastroesofágico, problemas neurológicos ou até mesmo câncer.
Apesar de existirem diversas técnicas populares para interromper uma crise de soluços, como prender a respiração ou beber água gelada, a ciência ainda não comprovou a eficácia de muitas dessas práticas. Em situações persistentes ou crônicas, é essencial buscar ajuda médica para investigar possíveis causas subjacentes.
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Técnicas caseiras: O que realmente funciona?
A maioria dos soluços desaparece espontaneamente em poucos minutos, mas algumas estratégias caseiras podem ajudar. Beber água gelada ou chupar gelo estimula o nervo vago, enquanto prender a respiração aumenta os níveis de dióxido de carbono no sangue, podendo relaxar o diafragma. Outras opções incluem abraçar os joelhos ou realizar gargarejos com água fria.
Métodos mais inusitados, como levar um susto ou mastigar alimentos ácidos, também são amplamente utilizados. Contudo, especialistas alertam que essas técnicas funcionam apenas em casos leves e episódicos. Para crises persistentes, é necessário investigar causas mais complexas.
Curiosamente, dispositivos como o “HiccAway”, um canudo que exige maior esforço para sugar líquidos, têm mostrado eficácia em estudos preliminares ao reconfigurar os estímulos nervosos responsáveis pelos soluços.
Soluços persistentes: Quando se preocupar?
Soluços que duram mais de 48 horas são classificados como persistentes, enquanto crises superiores a um mês são consideradas intratáveis. Essas condições podem indicar problemas médicos sérios, como alterações metabólicas, infecções ou distúrbios neurológicos.
Nesses casos, o tratamento deve focar na causa subjacente. Exames como ressonância magnética e endoscopia são frequentemente necessários para identificar possíveis origens do problema. Além disso, medicamentos como clorpromazina e baclofeno podem ser prescritos para aliviar os espasmos do diafragma.
Em situações extremas onde medicamentos não funcionam, intervenções cirúrgicas podem ser consideradas. O bloqueio do nervo frênico com anestésicos locais ou até mesmo sua remoção são opções terapêuticas para casos intratáveis.
A ciência por trás dos tratamentos
Apenas um medicamento — a clorpromazina — possui aprovação oficial da FDA para tratar soluços persistentes. Outros fármacos como gabapentina e metoclopramida também têm sido usados com sucesso variável em estudos clínicos. Esses remédios atuam diretamente nos nervos ou músculos envolvidos no reflexo dos soluços.
Além da farmacologia, terapias alternativas como hipnose e acupuntura têm mostrado resultados promissores em alguns pacientes. Essas abordagens buscam estimular o sistema nervoso central e reduzir os espasmos involuntários do diafragma.
No entanto, é importante lembrar que a maioria das crises de soluço não requer intervenção médica. Para episódios ocasionais e benignos, as técnicas caseiras continuam sendo uma opção segura e acessível.
Fonte: Superinteressante.