Meta abandona diversidade e checagem de fatos, gerando polêmica
Meta encerra programas de diversidade e moderação de conteúdo, adotando modelo comunitário e alinhando-se a prioridades conservadoras.
A Meta, controladora de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou mudanças drásticas em suas políticas internas. A empresa decidiu encerrar seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), além do sistema de checagem de fatos nos Estados Unidos. Essas medidas refletem uma nova estratégia alinhada a prioridades conservadoras e têm gerado intensos debates sobre os impactos na sociedade digital.
No memorando interno divulgado aos funcionários, a Meta justificou o encerramento dos programas DEI devido a um “cenário jurídico e político em transformação”. A decisão ocorre após recentes mudanças na legislação norte-americana que limitaram iniciativas de diversidade. Além disso, a empresa substituiu o sistema de checagem de fatos por um modelo baseado em “Notas da Comunidade”, similar ao adotado pela plataforma X (antigo Twitter).
Especialistas alertam que essas mudanças podem ampliar a disseminação de desinformação e reduzir os esforços para combater discursos de ódio nas redes sociais. A Meta afirma que as novas políticas visam promover a liberdade de expressão e reduzir erros em suas plataformas, mas críticos apontam possíveis riscos à credibilidade e segurança digital.
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A extinção dos programas DEI na Meta
A Meta anunciou o fim de suas iniciativas voltadas à diversidade, incluindo a dissolução da equipe responsável por políticas DEI. A abordagem diversificada para contratações, que buscava aumentar a representatividade de minorias sociais, também foi descontinuada. Segundo a empresa, o foco agora será em práticas “justas e consistentes” para todos os candidatos.
Essa decisão acompanha uma tendência observada em outras grandes corporações norte-americanas, como Walmart e McDonald’s, que também reduziram seus programas de diversidade. Especialistas destacam que tais medidas podem reverter avanços conquistados após movimentos como o Black Lives Matter, enfraquecendo esforços para reduzir desigualdades no mercado de trabalho.
A transição da diretora de diversidade da Meta, Maxine Williams, para um cargo voltado à acessibilidade e engajamento reforça o novo direcionamento da empresa. No entanto, críticos argumentam que isso representa um retrocesso significativo nas políticas corporativas inclusivas.
Fim da checagem de fatos: Liberdade ou desinformação?
Além do encerramento dos programas DEI, a Meta desativou seu sistema de checagem de fatos, substituindo-o por um modelo comunitário. Nesse novo formato, usuários poderão adicionar notas explicativas às publicações para fornecer contexto adicional. A empresa afirma que essa abordagem promove maior liberdade de expressão.
No entanto, especialistas alertam que o modelo pode ser suscetível a manipulações políticas e econômicas. Estudos indicam que sistemas baseados na “sabedoria da multidão” frequentemente carecem do rigor técnico necessário para combater eficazmente a desinformação. Isso pode resultar em maior vulnerabilidade dos usuários frente à disseminação de notícias falsas.
A decisão também foi criticada por organizações internacionais parceiras do antigo programa de checagem da Meta. Elas destacam que o fim dessa iniciativa enfraquece os esforços globais para combater a desinformação e promove um ambiente digital menos seguro.
Impactos sociais e políticos das novas políticas
As mudanças anunciadas pela Meta estão sendo interpretadas como um alinhamento estratégico com prioridades conservadoras nos Estados Unidos. Desde a eleição do presidente Donald Trump, a empresa tem adotado medidas vistas como concessões às críticas republicanas sobre moderação de conteúdo nas redes sociais.
A substituição da checagem profissional por um modelo comunitário também reflete uma tentativa de reduzir custos operacionais. No entanto, críticos apontam que essa abordagem pode intensificar problemas como polarização política e discriminação nas plataformas digitais.
Diante dessas transformações, governos como o do Brasil têm exigido explicações da Meta sobre os impactos das novas políticas em outros países. Autoridades destacam que decisões unilaterais podem comprometer esforços locais para regular o ambiente digital e proteger direitos fundamentais dos usuários.
Fonte: Olhar Digital.