Descubra as inspirações por trás de Round 6, série que combina ficção e realidade para criar um dos maiores sucessos da Netflix.

Round 6, a série sul-coreana que conquistou o mundo, não é apenas uma obra de ficção, mas também carrega influências da realidade. Criada por Hwang Dong-hyuk, a produção explora temas como desigualdade social e desespero financeiro, elementos que refletem desafios enfrentados por muitos na vida real. Apesar de sua narrativa fictícia, o criador revelou que suas experiências pessoais e referências culturais foram cruciais para moldar a trama.

Na história, acompanhamos Seong Gi-hun, um homem endividado que aceita participar de um jogo mortal em busca de um prêmio bilionário. A competição reúne mais de 400 participantes, todos enfrentando dificuldades financeiras extremas. O contraste entre as brincadeiras infantis e as consequências letais dos jogos cria uma atmosfera única e perturbadora, cativando os espectadores.

A série também dialoga com questões sociais contemporâneas, como a luta pela sobrevivência em um sistema capitalista. Essa abordagem crítica fez de Round 6 uma referência no gênero de sobrevivência, ao lado de sucessos como “Jogos Vorazes” e “Battle Royale”.

Leia também: Ronald Biggs: O ladrão do século ganha série no Brasil

As origens e inspirações de Round 6

Hwang Dong-hyuk revelou que a ideia para Round 6 surgiu durante um período de dificuldades financeiras em sua vida. Ele passava horas lendo quadrinhos japoneses como “Battle Royale” e “Liar Game”, que influenciaram diretamente a criação da série. Além disso, o diretor se inspirou em jogos tradicionais da infância coreana, como o “jogo da lula”, para construir os desafios mortais da trama.

A escolha por brincadeiras infantis foi estratégica: elas evocam nostalgia enquanto contrastam com o tom sombrio da narrativa. Segundo Hwang, isso ajudou a criar uma conexão emocional mais profunda entre os personagens e o público. Assim, Round 6 se destaca por transformar elementos simples em metáforas poderosas sobre as complexidades sociais.

Ainda que a série seja fictícia, sua mensagem ressoa com a realidade de muitos. A luta dos personagens reflete questões como desigualdade econômica e moralidade em situações extremas, temas universais que tornam a produção tão impactante.

A crítica social por trás do jogo

No centro da trama está uma crítica contundente ao sistema capitalista. Os participantes do jogo são indivíduos marginalizados pela sociedade, enfrentando dívidas impagáveis e falta de oportunidades. Ao aceitar participar do jogo mortal, eles buscam desesperadamente uma chance de recomeçar suas vidas.

A organização dos jogos é financiada por pessoas ricas que assistem às competições como entretenimento. Esse contraste entre opulência e miséria expõe as desigualdades do mundo contemporâneo. Para muitos críticos, Round 6 é uma alegoria sobre como o sistema econômico atual explora os mais vulneráveis.

Além disso, a série questiona até onde alguém está disposto a ir para sobreviver. As decisões difíceis enfrentadas pelos personagens levantam debates sobre ética e moralidade em situações extremas. Essa complexidade narrativa é um dos fatores que contribuem para o sucesso global da produção.

A ficção encontra a realidade

Embora Round 6 não seja baseado em uma história real específica, ele reflete experiências vividas pelo próprio criador e por muitas pessoas ao redor do mundo. Hwang Dong-hyuk usou suas dificuldades financeiras como inspiração para criar um enredo que ressoa com o público.

A escolha por jogos infantis tradicionais também reforça essa conexão com a realidade. O “jogo da lula”, por exemplo, era popular na Coreia durante os anos 1970 e 1980 e representa tanto uma nostalgia pessoal quanto uma metáfora para as dinâmicas sociais atuais.

Dessa forma, Round 6 transcende sua premissa fictícia para se tornar uma reflexão poderosa sobre as pressões sociais e econômicas enfrentadas por muitos na vida real.

Fonte: Aventuras na História.