
A controversa jornada de Steven Seagal
De herói de ação a aliado de Putin, a trajetória de Steven Seagal é uma das mais chocantes de Hollywood.
Steven Seagal explodiu nos cinemas como um verdadeiro herói das artes marciais, dominando os filmes de ação dos anos 1990. Seu porte físico impressionante e suas habilidades de luta o transformaram em um nome conhecido em todo o mundo. Para muitos, ele era a personificação do justiceiro implacável que sempre vencia no final.
No entanto, com o passar do tempo, o brilho de sua estrela começou a apagar, e a qualidade de seus filmes caiu drasticamente. Seus projetos pós-anos 2000 foram, em sua maioria, lançados diretamente em vídeo, levando-o a buscar consolo na música com sua banda. Foi nesse período que graves acusações começaram a surgir, pintando um retrato muito diferente do herói que o público conhecia.
Apesar de negar todas as denúncias, Seagal se afundou ainda mais em polêmicas ao revelar sua amizade com o presidente russo, Vladimir Putin. Seu apoio à anexação da Crimeia em 2014 o afastou de vez de Hollywood, e em 2023, ele recebeu a Ordem Russa da Amizade como reconhecimento por seu apoio à nação. A grande questão que fica é: qual será o próximo passo dessa figura tão controversa?
O começo de tudo: Quem é Steven Seagal?

A história de Steven Frederic Seagal começa em 10 de abril de 1952, na cidade de Lansing, em Michigan, nos Estados Unidos. Aos cinco anos de idade, sua família se mudou para a Califórnia, um lugar que o colocaria mais perto do epicentro do entretenimento. Mal sabia ele que seu destino estava a milhares de quilômetros de distância.
Após concluir seus estudos, ele embarcou em uma jornada que mudaria sua vida para sempre, fazendo uma visita ao Japão por volta de 1971. Foi lá que ele teve seu primeiro contato com a arte marcial japonesa do aikido, uma disciplina que se tornaria sua marca registrada. Essa viagem não foi apenas um passeio, mas o início de sua formação como mestre.
O aikido não apenas moldou suas habilidades físicas, mas também definiu sua filosofia de vida e sua futura carreira. Essa imersão na cultura japonesa foi a base para o personagem que ele apresentaria ao mundo anos mais tarde. O jovem de Michigan estava prestes a se transformar em um ícone global.
Um mestre em artes marciais

Ao retornar brevemente para os Estados Unidos, o destino colocou em seu caminho sua futura esposa, Miyako Fujitani. Ela não era uma pessoa comum, mas sim uma faixa preta de segundo grau em aikido, compartilhando com ele a mesma paixão. Juntos, eles formaram uma parceria poderosa dentro e fora do tatame.
O casal decidiu voltar para o Japão, onde se casaram e abriram uma escola para ensinar aikido a novos alunos. Foi nesse ambiente que Seagal aprimorou suas técnicas e aprofundou seu conhecimento, consolidando-se como uma autoridade no assunto. Sua dedicação era total, e os resultados não demoraram a aparecer.
Com muito esforço e disciplina, Steven Seagal finalmente alcançou a cobiçada faixa preta de 7º dan na modalidade. Esse nível de maestria era raro e o diferenciava de qualquer outro praticante comum. Ele não era apenas um ator que sabia lutar; ele era um verdadeiro mestre das artes marciais.
A estreia em ‘Nico: Acima da Lei’ (1988)

Em 1983, Seagal retornou aos Estados Unidos e estabeleceu um dojo de aikido em North Hollywood, um movimento estratégico que o colocou no radar da indústria cinematográfica. Sua habilidade marcial era tão impressionante que chamou a atenção dos produtores de Hollywood. Ele não passaria despercebido por muito tempo.
Com seu porte físico imponente de 1,93 m e uma destreza invejável, ele começou a trabalhar como dublê em filmes de ação. Essa experiência nos bastidores lhe deu a oportunidade de entender como a magia do cinema funcionava. Ele estava se preparando para o seu grande momento, aprendendo os segredos da indústria por dentro.
A grande virada aconteceu quando ele deixou de ser um rosto anônimo para estrelar ‘Nico: Acima da Lei’ em 1988. Este filme não foi apenas sua estreia como ator principal, mas também o consolidou como o novo astro de ação que todos esperavam. A partir daquele momento, o nome Steven Seagal se tornou uma marca de sucesso.
Consolidação com ‘Difícil de Matar’ (1990)

O segundo filme de Seagal, ‘Difícil de Matar’, chegou aos cinemas em 1990 e foi um sucesso estrondoso. A produção estreou diretamente no primeiro lugar das bilheterias dos Estados Unidos, superando todas as expectativas. O público estava claramente faminto por mais do seu estilo único de ação.
Este sucesso solidificou sua reputação como uma presença formidável no gênero de suspense, ação e artes marciais. Ele não era mais uma promessa, mas uma realidade consolidada no panteão dos heróis de ação. Seu nome se tornou sinônimo de adrenalina e entretenimento garantido para os fãs.
Com ‘Difícil de Matar’, Seagal provou que o sucesso de ‘Nico’ não foi um acaso. Ele havia criado uma fórmula vencedora que o público adorava. A sua jornada rumo ao topo de Hollywood parecia imparável naquele momento.
O sucesso de ‘Marcado para a Morte’ (1990)

Ainda em 1990, Seagal lançou ‘Marcado para a Morte’, solidificando ainda mais seu status de estrela. O filme seguiu a trilha de sucesso de seus antecessores e também alcançou o primeiro lugar nas bilheterias americanas. Ele estava em uma sequência impressionante de acertos que parecia não ter fim.
Além do sucesso comercial, a produção também recebeu críticas favoráveis, algo nem sempre comum para filmes de ação. Os especialistas reconheceram que, dentro do gênero, Seagal oferecia algo autêntico e cativante. Sua presença na tela era inegavelmente magnética e poderosa.
Com mais este triunfo, o ator provou que tinha um apelo duradouro junto ao público e à crítica. Ele estava construindo um legado filme a filme, tornando-se uma das figuras mais dominantes do cinema de ação da época. Seu nome era garantia de um espetáculo de artes marciais de alta qualidade.
A fórmula do sucesso com ‘Fúria Mortal’ (1991)

Em 1991, Steven Seagal já havia se estabelecido em uma fórmula bastante previsível, mas extremamente eficaz. Seus filmes seguiam um roteiro claro: um herói com habilidades marciais extraordinárias enfrentando vilões corruptos. O público sabia o que esperar e comparecia em massa para assistir.
‘Fúria Mortal’ foi o exemplo perfeito dessa estratégia, tornando-se seu terceiro sucesso de bilheteria consecutivo nos Estados Unidos. A consistência de seus filmes era impressionante, e ele parecia ter encontrado a receita perfeita para o entretenimento. Cada lançamento era um evento aguardado pelos fãs do gênero.
Essa sequência de vitórias demonstrou que a popularidade de Seagal não era passageira. Ele havia criado um nicho próprio em Hollywood, sendo o mestre indiscutível de seu domínio. ‘Fúria Mortal’ foi mais uma prova de que sua fórmula, embora simples, era imbatível.
O auge com ‘A Força em Alerta’ (1992)

O ano de 1992 marcou uma virada significativa na carreira de Seagal com o lançamento de ‘A Força em Alerta’. Este filme elevou o padrão de suas produções, trazendo um elenco de peso e uma trama mais elaborada. Ele estava prestes a alcançar o ponto mais alto de sua trajetória no cinema.
Estrelando ao lado de grandes nomes como Tommy Lee Jones e Gary Busey, Seagal entregou uma performance memorável. A produção foi um sucesso retumbante tanto comercialmente quanto entre os críticos, que o aclamaram. O filme se tornou um clássico instantâneo do gênero de ação.
Até hoje, ‘A Força em Alerta’ é amplamente considerado o melhor filme de Steven Seagal de todos os tempos. Foi o momento em que todos os elementos se alinharam perfeitamente, resultando em uma obra-prima do cinema de ação. Este foi, sem dúvida, o auge de sua carreira em Hollywood.
A experiência como diretor em ‘Em Terreno Selvagem’ (1994)

Confiante com o sucesso de seus filmes, Seagal decidiu dar um passo ousado em sua carreira. Ele escolheu não apenas estrelar, mas também dirigir seu próximo projeto, ‘Em Terreno Selvagem’, de 1994. Esta foi sua única experiência como cineasta até hoje, um desafio que ele abraçou com determinação.
Para o filme, ele conseguiu atrair um co-astro de peso, o lendário ator britânico Michael Caine. A expectativa era alta, mas o resultado final não agradou à crítica especializada, que apontou falhas na direção e no roteiro. Foi um balde de água fria em suas ambições como diretor.
Apesar da recepção negativa dos críticos, o filme conseguiu arrecadar um bom dinheiro nas bilheterias, provando que o nome de Seagal ainda era um grande atrativo. No entanto, a experiência deixou claro que seu talento brilhava mais intensamente na frente das câmeras. A cadeira de diretor se provou um terreno mais difícil de conquistar.
Uma participação surpreendente em ‘Momento Crítico’ (1996)

Em 1996, ‘Momento Crítico’ chegou aos cinemas com uma proposta ousada e um elenco de estrelas. O filme era estrelado por Kurt Russell, mas a participação de Steven Seagal foi o que realmente gerou burburinho. Ninguém poderia prever o que os roteiristas haviam preparado para seu personagem.
De forma totalmente inesperada, Seagal aparece apenas nos primeiros 30 minutos do filme antes de seu personagem ter um destino chocante. Essa saída precoce da trama foi uma quebra de paradigma para um astro de seu calibre, surpreendendo profundamente seus fãs. Foi uma decisão arriscada que dividiu o público e a crítica.
Mesmo sem a presença de Seagal durante a maior parte do tempo, o filme foi um grande sucesso comercial e caiu nas graças da crítica. A jogada incomum acabou funcionando, provando que a história era forte o suficiente para se sustentar. A participação de Seagal, embora curta, tornou-se um dos momentos mais comentados do cinema de ação da década.
Ativismo ambiental em ‘Ameaça Subterrânea’ (1997)

O filme ‘Ameaça Subterrânea’, de 1997, abordou uma temática muito importante para Steven Seagal fora das telas. A trama girava em torno de uma questão ambiental, com o descarte ilegal de lixo tóxico em minas abandonadas. Era uma oportunidade para ele usar sua plataforma para conscientizar o público sobre uma causa que defendia.
Seagal, que é um ativista ambiental de longa data, sempre defendeu um mundo mais limpo e sustentável. No filme, ele se sentiu à vontade na pele do agente da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Jack Taggert, determinado a levar os responsáveis pela poluição à justiça. O papel parecia feito sob medida para ele e suas convicções pessoais.
Infelizmente, a nobre mensagem do filme não foi suficiente para atrair a atenção da crítica ou do público nos cinemas. A produção teve um desempenho morno, mostrando que, às vezes, misturar ativismo com entretenimento de ação pode ser um desafio. Apesar das boas intenções, o filme não conseguiu deixar uma marca duradoura.
Parceria familiar em ‘Guerra Biológica’ (1998)

‘Guerra Biológica’, lançado em 1998, representa um ponto de inflexão na carreira de Steven Seagal. Foi o seu primeiro filme a ser lançado diretamente para o mercado de vídeo, sem passar pelas grandes telas de cinema. Este foi um sinal claro de que seu poder de bilheteria estava começando a diminuir.
Apesar de não ter sido um sucesso comercial, o longa tem um significado especial por outro motivo. Foi a primeira vez que Seagal contracenou com sua própria filha, Ayako Fujitani. Essa parceria familiar trouxe um toque pessoal a um projeto que, de outra forma, poderia ter passado despercebido.
Ayako é fruto de seu primeiro casamento com Miyako Fujitani, e vê-la seguir os passos do pai no cinema foi um momento marcante. ‘Guerra Biológica’ pode não ter sido um sucesso de crítica, mas selou um momento único na vida pessoal e profissional do ator. A colaboração entre pai e filha foi o verdadeiro destaque do filme.
O declínio se acentua com ‘Ticker’ (2001)

Em 2001, Seagal tentou quebrar o padrão de lançamentos diretos em vídeo com dois filmes que chegaram aos cinemas, ‘Rede de Corrupção’ e ‘Ticker – Ameaça Infernal’. Havia uma esperança de que ele pudesse reconquistar seu espaço nas grandes telas. No entanto, a realidade se mostrou mais dura do que o esperado.
O filme ‘Ticker’ contava com um elenco de peso, incluindo nomes como Tom Sizemore, Dennis Hopper e Ice-T. Seagal co-estrelou a produção, mas sua presença não foi suficiente para causar uma grande impressão ou atrair o público. Sua performance foi ofuscada, e o filme não decolou como o esperado.
Seu projeto seguinte, ‘No Corredor da Morte’ (2002), do qual foi coprodutor, teve um destino igualmente desanimador. Ficou claro que a magia dos anos 90 havia se dissipado. O público parecia ter seguido em frente, e o astro estava lutando para encontrar seu lugar na nova década.
A era dos filmes direto para vídeo

A essa altura, a presença de Steven Seagal nos cinemas de Hollywood havia praticamente desaparecido por completo. O astro que antes garantia filas nas bilheterias agora via seus filmes irem direto para as prateleiras das locadoras. A mudança foi drástica e marcou o fim de uma era de ouro para o ator.
O filme ‘O Forasteiro’, de 2003, foi o primeiro de uma longa e ininterrupta lista de projetos lançados diretamente para o mercado de vídeo. Essa tendência se estendeu por todo o período de 2003 a 2009, com dezenas de filmes de baixo orçamento. Sua carreira parecia ter entrado em um ciclo de produções genéricas e sem grande impacto.
Para os fãs que o acompanhavam desde o auge, foi um período de grande decepção. O herói de ação que eles tanto admiravam estava agora relegado a um circuito secundário. A qualidade de seus trabalhos havia caído vertiginosamente, e seu nome já não carregava o mesmo prestígio de antes.
Um breve retorno em ‘Machete’ (2010)

‘Machete’, dirigido por Robert Rodriguez, marcou o primeiro lançamento de Seagal nos cinemas desde 2002. O filme, uma homenagem aos filmes de ação “B”, era o veículo perfeito para um retorno triunfal. A expectativa era alta, e o resultado inicial foi bastante promissor.
Com um desempenho sólido nas bilheterias, a produção conseguiu reviver temporariamente a carreira decadente de Seagal. O elenco estelar, que incluía Danny Trejo, Robert De Niro, Jessica Alba e Michelle Rodriguez, certamente ajudou. No entanto, essa revitalização de sua carreira foi apenas um breve sopro de esperança.
Infelizmente, o sucesso de ‘Machete’ não se sustentou, e seus sete filmes seguintes, lançados entre 2010 e 2016, foram mais uma vez produções fracassadas. Eles acabaram sendo lançados diretamente para vídeo, empurrando-o de volta para o limbo cinematográfico. O retorno triunfal havia se transformado em um falso alarme.
Relegado a papéis de coadjuvante

O filme ‘Sniper: Operações Especiais’, de 2016, até conseguiu um lançamento nos cinemas, mas não acertou o alvo com o público. O longa passou despercebido, confirmando que o apelo de Seagal como protagonista havia diminuído consideravelmente. A dura realidade era que seu nome já não era suficiente para carregar um filme nas costas.
Seus nove filmes lançados desde então, até ‘Beyond the Law’ em 2019, mostraram uma nova e humilde fase em sua carreira. O astro que um dia foi o centro das atenções começou a assumir papéis mais secundários. Ele já não era o herói principal, mas sim um coadjuvante na trama de outros.
Essa mudança foi um reflexo claro de como sua imagem havia se desgastado ao longo dos anos. A transição de protagonista absoluto para ator coadjuvante marcou o capítulo final de sua carreira em Hollywood. O grande herói de ação dos anos 90 agora desempenhava um papel muito menor no cenário cinematográfico.
Uma nova identidade: A vida como músico

Além de sua carreira no cinema, Steven Seagal também é um apaixonado cantor e guitarrista de blues. A música sempre foi uma parte importante de sua vida, oferecendo uma válvula de escape criativa. Suas canções, inclusive, foram apresentadas em vários de seus filmes, conectando suas duas paixões.
Ele levou sua carreira musical a sério, gravando dois álbuns de estúdio que surpreenderam muitos de seus fãs. ‘Songs from the Crystal Cave’ (2005) e ‘Mojo Priest’ (2006) revelaram um lado mais sensível e artístico do astro. Para apoiar seus lançamentos, ele montou sua própria banda, chamada Thunderbox.
Com a Thunderbox, ele excursionou pelo mundo, apresentando seu som para plateias curiosas. A música se tornou um refúgio, um lugar onde ele podia ser ele mesmo, longe dos roteiros e das expectativas de Hollywood. Foi uma forma de se reinventar e mostrar ao mundo que ele era mais do que apenas um herói de ação.
Mantendo a imagem no palco

Mesmo com uma carreira musical ativa, Steven Seagal continua a fazer turnês de forma esporádica, mantendo viva sua paixão. Ele não abandonou os palcos, mostrando que a música é uma parte essencial de quem ele é. Seus shows atraem fãs de cinema e amantes do blues, curiosos para ver essa outra faceta do astro.
Em uma de suas apresentações mais notáveis, ele foi fotografado com o lendário guitarrista de blues de Chicago, Hubert Sumlin. O encontro aconteceu durante a celebração do aniversário de Les Paul em 2006, em Universal City, na Califórnia. Estar ao lado de uma lenda como Sumlin deu a Seagal uma credibilidade extra no mundo da música.
Essas aparições ao lado de grandes músicos ajudaram a solidificar sua imagem como um artista sério e dedicado. Ele não era apenas um ator se aventurando na música, mas alguém com profundo respeito e talento para o gênero. No palco, ele construiu uma nova identidade, tão forte quanto a de seus personagens no cinema.
A profunda conexão com o budismo

A espiritualidade sempre desempenhou um papel central na vida de Steven Seagal, que há muito tempo abraçou o budismo. Sua conexão com a filosofia oriental vai muito além de uma simples crença pessoal. Ela moldou sua visão de mundo e muitas de suas ações ao longo dos anos.
Em 1997, um evento extraordinário aconteceu, quando o artista foi oficialmente “reconhecido” como a reencarnação de um lama tibetano do século 17. Segundo relatos da mídia na época, esse reconhecimento veio após ele fazer uma grande doação a um mosteiro budista na Índia. A notícia gerou tanto fascínio quanto ceticismo em todo o mundo.
Esta imagem, onde ele é visto visitando jovens em um hospital de Taipei, em Taiwan, captura um lado mais compassivo do ator. Sua fé o inspira a participar de ações humanitárias e a se conectar com pessoas de diferentes culturas. O budismo é uma parte fundamental de sua complexa identidade pública.
Um defensor das causas ambientais e animais

Steven Seagal é um ambientalista comprometido e um fervoroso defensor dos direitos dos animais. Ele tem usado sua fama para dar voz a essas causas, participando de campanhas e apoiando organizações. Sua paixão por um planeta mais justo e limpo é uma constante em sua vida pública.
Nesta fotografia, ele é visto visitando um abrigo para cães abandonados nos arredores de Taipei, em Taiwan, em maio de 1998. O gesto demonstra seu carinho e preocupação genuína com o bem-estar dos animais. Ele não mede esforços para se envolver pessoalmente em iniciativas de proteção animal.
Seu ativismo foi reconhecido no ano seguinte, quando ele recebeu o prestigioso Prêmio Humanitário da PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais). A honraria celebrou seu compromisso e sua dedicação em lutar por aqueles que não têm voz. Para Seagal, essa é uma batalha tão importante quanto as que ele trava nas telas de cinema.
Os bastidores da sua vida pessoal

A vida amorosa de Steven Seagal começou no Japão, onde ele se casou com sua primeira esposa, Miyako Fujitani, em 1975. A união foi fruto de uma paixão compartilhada pelo aikido e pela cultura japonesa. Juntos, eles construíram uma família e uma carreira no mundo das artes marciais.
Dessa relação, nasceram dois filhos: um menino, Kentaro, e uma menina, Ayako Fujitani. Ayako, que aparece na foto, seguiu uma carreira artística, tornando-se uma escritora e atriz talentosa. Ela chegou a contracenar com o pai, mostrando que o talento para as artes corre na família.
O casamento de Seagal e Fujitani chegou ao fim em 1986, marcando o fim de um importante capítulo em sua vida. A separação o trouxe de volta aos Estados Unidos, onde sua carreira em Hollywood estava prestes a decolar. A vida pessoal do astro sempre foi tão movimentada quanto seus filmes de ação.
O conturbado casamento com Kelly LeBrock

A vida amorosa de Seagal continuou a ser tumultuada mesmo após seu primeiro divórcio. Enquanto ainda finalizava sua separação de Miyako Fujitani, ele conheceu e se casou com a atriz Adrienne La Russa em 1984. No entanto, essa união foi extremamente curta e acabou sendo anulada no mesmo ano.
Logo depois, Seagal começou a namorar a atriz Kelly LeBrock, um dos grandes ícones de beleza dos anos 80. O relacionamento evoluiu rapidamente, e eles se casaram em 1987, tornando-se um dos casais mais famosos de Hollywood. Juntos, eles pareciam ter uma vida de conto de fadas.
O casal teve três filhos e viveu um casamento que durou quase uma década, mas a relação chegou ao fim em 1996. A separação foi muito comentada na mídia, expondo as complexidades da vida pessoal do astro. Mais uma vez, Seagal se via diante de um recomeço em sua vida amorosa.
Seu casamento atual com Erdenetuya Batsukh

Atualmente, Steven Seagal é casado com Erdenetuya Batsukh, uma mulher nascida na Mongólia e especialista em dança. O relacionamento deles trouxe uma nova fase de estabilidade para a vida pessoal do ator. Juntos, eles parecem ter encontrado uma parceria sólida e duradoura.
O casal tem um filho, chamado Kunzang, que completa a grande família do ator. Seagal agora é pai de sete filhos, frutos de seus diferentes relacionamentos ao longo dos anos. Sua família reflete a jornada multicultural e complexa que ele tem trilhado.
Nesta foto, o casal é visto na final da Copa do Mundo da FIFA de 2018, no jogo entre França e Croácia, em Moscou. A imagem reforça a forte ligação de Seagal com a Rússia, um país que se tornou seu segundo lar. Sua vida pessoal e suas alianças políticas se entrelaçam de forma cada vez mais evidente.
As graves acusações que mancharam sua carreira

A imagem pública de Steven Seagal começou a ser seriamente abalada por uma série de acusações graves. Denúncias de comportamento impróprio e má conduta sexual têm manchado sua carreira desde o início dos anos 1990. As sombras por trás do herói de ação começaram a vir à tona de forma alarmante.
Essas alegações não foram casos isolados, mas sim um padrão de comportamento que várias mulheres trouxeram a público. As histórias pintavam um retrato sombrio de um homem que usava seu poder e status para intimidar e assediar. A reputação do ator estava sendo irremediavelmente comprometida.
O contraste entre o herói justo que ele interpretava nas telas e o homem descrito nas acusações era chocante. Para muitos fãs, foi difícil conciliar essas duas imagens. A carreira de Seagal, que já estava em declínio, sofreu um golpe quase fatal com essas revelações.
Assédio sexual: As denúncias que vieram à tona

Diversas mulheres, de diferentes áreas da indústria do entretenimento, acusaram publicamente o ator de assédio sexual. As denúncias vieram de atrizes, assistentes e outras profissionais que cruzaram o caminho de Seagal. Cada novo relato adicionava mais peso à nuvem de suspeitas que pairava sobre ele.
Uma das acusações mais graves veio de Regina Simons, que afirmou que Seagal a agrediu seriamente em 1994. Seu testemunho foi um dos mais chocantes e detalhados, trazendo à tona a gravidade das alegações. A história de Simons encorajou outras mulheres a também compartilharem suas experiências.
Essas acusações criaram uma mancha indelével na biografia do ator, transformando-o de ídolo a uma figura controversa. O lado sombrio de Steven Seagal estava sendo exposto para o mundo inteiro ver. Sua imagem de herói íntegro estava se desfazendo a cada nova denúncia.
O confronto com o movimento #MeToo

Com a explosão do movimento #MeToo, as antigas acusações contra Steven Seagal ganharam um novo destaque. O ator foi confrontado diretamente com uma onda de denúncias durante uma entrevista para o programa ‘Newsnight’, da BBC, em 2018. O momento foi de alta tensão e expôs sua dificuldade em lidar com o assunto.
Em vez de responder às perguntas do jornalista, Seagal tomou uma atitude drástica e saiu furioso no meio da entrevista. Sua reação foi vista por muitos como uma admissão de culpa ou, no mínimo, uma recusa em encarar seu passado. A cena viralizou e prejudicou ainda mais sua imagem pública.
Apesar da pressão e das evidências crescentes, Steven Seagal sempre negou veementemente todas as alegações feitas contra ele. Ele se manteve firme em sua posição, afirmando ser vítima de uma campanha difamatória. No entanto, sua recusa em dialogar sobre o tema deixou mais perguntas do que respostas.
Um relato perigoso de Julianna Margulies

Em 2021, a aclamada atriz Julianna Margulies, estrela da série ‘The Good Wife’, trouxe à tona um relato perturbador. Ela afirmou que, no início de sua carreira, foi chamada para um teste noturno com Seagal em seu quarto de hotel. A situação, que já era estranha, tomou um rumo ainda mais assustador.
Margulies contou que se sentiu profundamente ameaçada depois que o ator tirou uma arma de debaixo de uma almofada. Ela descreveu a situação como “muito perigosa”, percebendo que precisava sair dali o mais rápido possível. O incidente deixou uma marca profunda e a fez temer por sua segurança.
Felizmente, a atriz conseguiu sair ilesa do encontro e, mais tarde, detalhou a experiência em suas memórias, ‘Sunshine Girl: An Unexpected Life’. No livro, ela se descreveu como “uma das poucas sortudas que saiu de lá ilesa”, sugerindo que outras podem não ter tido a mesma sorte. Seu relato adicionou mais uma voz poderosa ao coro de acusações contra o ator.
A controversa aliança com a Rússia

Como se as acusações de má conduta não fossem suficientes, Steven Seagal gerou ainda mais controvérsia com suas posições políticas. Ele expressou abertamente seu apoio à anexação da Crimeia pela Rússia, um ato condenado pela maior parte da comunidade internacional. Sua declaração foi feita em uma entrevista de 2014 para o The Moscow Times.
Esse posicionamento o colocou em rota de colisão direta com o Ocidente e com grande parte de sua base de fãs. A admiração por um líder autoritário e o apoio a uma ação geopolítica tão polêmica foram vistos como uma traição. Ele estava se isolando cada vez mais de Hollywood e do público que um dia o admirou.
As polêmicas em sua vida pessoal e suas alianças políticas se somaram, criando uma tempestade perfeita em torno de sua figura. Seagal parecia não se importar com as críticas, aprofundando cada vez mais seus laços com a Rússia. Ele havia escolhido um lado, e não era o de seus antigos admiradores ocidentais.
A cidadania russa e a amizade com Putin

A relação de Steven Seagal com a Rússia vai muito além de meras declarações de apoio. O ator é bem conhecido por sua amizade e admiração pelo presidente russo, Vladimir Putin. Ele chegou a descrever Putin como “um dos grandes líderes mundiais vivos”, um elogio que chocou muitos no Ocidente.
Para selar essa aliança, Seagal recebeu a cidadania russa em 2016, um gesto de grande simbolismo. No mesmo ano, ele também se tornou cidadão sérvio, fortalecendo seus laços com países do leste europeu. Ele estava, de fato, construindo uma nova vida e uma nova identidade longe dos Estados Unidos.
A imagem de Putin entregando pessoalmente o passaporte russo a Seagal rodou o mundo e se tornou um símbolo de sua nova lealdade. O herói de ação americano havia se transformado em um aliado do Kremlin. Essa transição foi um dos capítulos mais inesperados e polêmicos de sua vida.
Desafiando o Ocidente no Dia da Vitória

A lealdade de Seagal à Rússia foi colocada à prova em 9 de maio de 2015, durante as celebrações do Dia da Vitória. Ele compareceu ao grandioso desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, um evento de grande importância para o nacionalismo russo. Sua presença ali não foi apenas uma formalidade, mas um ato político significativo.
Naquela época, a maioria dos líderes ocidentais estava boicotando as festividades em protesto contra a crise na Ucrânia e a anexação da Crimeia. A presença de Seagal no evento foi um claro desafio a essa posição, alinhando-o firmemente com o governo de Putin. Ele estava enviando uma mensagem clara para o mundo sobre de que lado estava.
Sua participação no desfile foi mais um passo em seu distanciamento de Hollywood e dos valores ocidentais. Ele se tornou uma ferramenta de propaganda para o Kremlin, uma celebridade americana que endossava o regime russo. Para muitos, foi a confirmação final de que o antigo herói havia se perdido completamente.
O amigo da Rússia e sua academia militar

Em 2023, o ator e mestre de aikido levou seu apoio à Rússia a um novo patamar ao abrir uma academia militar. Localizada na capital, Moscou, a academia tem como objetivo declarado “preparar jovens russos para ingressar nas forças armadas do país”. Ele estava agora diretamente envolvido no treinamento de futuros soldados.
Essa iniciativa solidificou ainda mais sua imagem como um aliado incondicional do governo russo. Ele não era mais apenas um amigo, mas um colaborador ativo nos esforços de fortalecimento militar do país. A notícia foi recebida com alarme e repúdio no Ocidente, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia.
Como reconhecimento final por seu trabalho, em 27 de fevereiro de 2023, Steven Seagal recebeu a Ordem Russa da Amizade das mãos de Vladimir Putin. A condecoração foi um agradecimento oficial por seu apoio inabalável à nação. Foi o clímax de uma jornada que o levou de herói de Hollywood a amigo condecorado do Kremlin.